sábado, 28 de dezembro de 2013

Manhã de verão

Saí de manhã com a certeza de que não queria argumentar, só correr. Era já meu eu antecipando a eloquência que seria exigida em seguida.
.
.
Enxugo meu olhos vagarosamente, como se cuidasse de mim. Penso no ataque da barata do dia anterior, sem demonstrar reação. No espelho, tudo parece sereno e perdido. Olho para o alto, para o teto, mero costume. E ali está a esperança – verde, parada, esperando. O calor é tão úmido que fica difícil pensar; seria possível fazer um anjo de calor, se deitasse na cama e agitasse meus braços e pés. Isso pode até parecer melancolia, mas, pelo contrário, é poesia.

Coloco o sapato sem saber de que pé é, sinto logo um desconforto, corrijo. É preciso coragem para correr num dia tão escaldante. Quem sabe será o dia mais quente deste ano que vai terminando? Prévia do verão infernal, como se não bastasse a vida e seus desafios – nossos defeitos, nossa resistência ao que nos faz bem. Deixo calar por hora, a corrida será um teste e tanto para o humor.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Within

Do it blindly. Go with what appears to you. The flow should not be stopped by our need for meaning. The logic should be put to sleep so we can take a risk. Jump when we are afraid the most, cross the line that limits our potencial self. Push the boundaries with no mercy. Forward we should always go. I'm up the cliff observing, with no question to be yelled. Don't resist, it will be worst, it will cause pain, unnecessary pain. We are so far behind in growth and enlightenment. We should destroy the illusion that keeps us from getting to the truth, just deal with the light of day, leave the cave that we hide ourselves. We should fly, just close our eyes. And take the journey that is the greatest adventure of all, with challenges – so we can learn to be brave, to get deep inside and find the hidden treasure that is the soul. The path of knowledge is long and rough and it leads to a place but not the place. There we can get today, by learning to be with our hearts every second of our life. We should plant seeds and not look back, seeing the results of our actions is not important, only the actions are. The faith is here.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Nirvana

O lago mantém-se sereno sem o sopro dos ventos. Vejo o fundo, cheio de vida: as algas sendo verdes, dançando à vibração dos seres que passeiam, que vivem. Que caçam, que acasalam, que interagem por instinto. Tudo se encaixa, tudo se move fechando um ciclo. Tudo é perfeito.

Com o sopro, com a chuva que chora, a paisagem já é outra, nada se espelha ao lago que se agita. Não se vê as árvores tão belas no entorno, não se vê as nuvens passando como se tivessem pressa. O vento empurra a chuva, cada um com o seu papel: empurrar e ser empurrada. Dali a algum tempo, o lago será sereno outra vez, refletirá o sol na paisagem sem sopro, brilhante, morno e reconfortante.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Oh- I'm Joan

Do you know the meaning of grace? It's a touch of truth. It let you see the world in a new way. It's a gift that only can be felt when you're open enough to accept it.
.
.
You can't be brave if you are not scaried.

Both from Joan of Arcadia.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Quantos dias...

são precisos para voltar a se vislumbrar com o mundo?
.
.
“Filosofamos partindo do que sabemos para o que não sabemos, para o que parece que nunca poderemos saber totalmente; em muitas ocasiões filosofamos contra o que sabemos, ou melhor, repensando e questionando o que acreditávamos já saber. Então nunca poderemos tirar nada a limpo? Sim, quando pelo menos conseguimos orientar melhor o alcance de nossa dúvidas ou de nossas convicções. Quanto ao mais, quem não for capaz de viver na incerteza fará bem em nunca se pôr a pensar”. - filósofo espanhol Fernando Savater

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo: Moderna, 2006.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Greg Kinnear

.
.
Linus Larrabee: So, that really is a beautiful name. How did you get it?
Sabrina: My father's reading. It's in a poem.
Linus Larrabee: Oh?
Sabrina: "Sabrina fair, listen where thou art sitting under the glassy, cool, translucent wave, in twisted braids of lilies knitting the loose train of thy amber-dropping hair."
(...)
Sabrina: [laughs to herself] It's an incredible airplane - it's beautiful. I've never seen anything like it.
Linus Larrabee: Ah, yes.
[returns to reading his work papers]
Sabrina: Don't you ever look out the window?
Linus Larrabee: When do I have time?
Sabrina: What happened to all that time we saved taking the helicopter?
Linus Larrabee: [lightheartedly] I'm storing it up.
Sabrina: [seriously] No, you're not.
Linus Larrabee: [pause] So, your little poem - what does it mean?
Sabrina: It's the story of a water sprite who saved a virgin from a fate worse than death.
Linus Larrabee: And Sabrina's the virgin.
Sabrina: [quietly] Sabrina's the savior.

Sabrina (1995)

sábado, 30 de novembro de 2013

Novos tempos

Os cientista, não todos, mas a maioria, não gostam de aceitar uma verdade sem que ela possa ser testada e demonstrada. É o caso da espiritualidade, pois o sentimento não pode ser levado em conta para atestar um fato científico. São necessárias indicações materiais visíveis por todos para passar a ser fato.

O crescimento passa tanto por um lado quanto pelo outro. É sempre o equilíbrio que guarda a resposta para qualquer pergunta. Teve um cientista que disse que Deus era a desculpa para aquilo que não conhecíamos e que, à medida que íamos descobrindo as funcionalidades e os motivos para comportamentos da natureza, Deus se afastava. Seguindo essa linha de pensamento, para este cientista que é ateu, não é possível dar crédito aos fenômenos, a uma ideia de ser humanóide, e eu posso simpatizar com isso. Como Deus pode ser bondoso, se ele é energia?

Quando dizemos as palavras: paz, amor, saúde, elas nada mais significam do que encontrar uma energia que é una e boa. (Isso é Deus?) Canalizar essa energia vai além dessas palavras, na verdade, chega um momento em que elas atrapalham chegar ao ponto de serenidade, pois que o sentir ultrapassa palavras.

Venho modificando minha ideia de Deus, afastando cada vez mais do sentido de um “ser” para energia plena. Deus assume as palavras positivas, sofre uma despersonificação. São os novos tempos que vêm chegando.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Com o último

Assim como alguns se posicionam de um lado ou de outro, quando se escolhe estar certo ou ser feliz, também me vejo diante de semelhante binômio: sentir dor para criar ou ser feliz. Fico com o último, se não for egoísmo de minha parte optar por.

domingo, 24 de novembro de 2013

Despertar I

It feels like coming out of this big and dark pond. Beyond the darkness, the light is comforting and warm. I see no violence and no disrespect for any beeing. It's another life, embraced, a new sight for the tired and lonely. It's a refresh start, full of excitement for knowledge. Another step away from the mess of what it was living. Another level of actions, another level of hope and dreams. The normal life seems too small for what is meant to achieve. It's such a great world to live in, to experience growth and change. The time of now is optimistic. I see how fast the time goes by and how much there is to learn and do and help and be helped. Touched by these amazing stories of enrichment of the soul. Out of the pond, the sky is beautiful and not blurry anymore. Let´s live the change. Let´s be a better world by being better people.

sábado, 9 de novembro de 2013

Visita

9/11/13

Novos ares...
Posso sentir a energia brotando aqui dentro
Transbordando
Uma cosquinha na garganta
Uma felicidade na ponta dos dedos
Fecho os olhos
E respiro fundo
Brisa que me enche os olhos d'água
Onda de calor que refresca
Irradio
Volte sempre
.
.
Fico me perguntando se agora vai, se vou deixar me perder dessa vez. Tenho precisado me perder na leveza do ser.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Aqui é o lugar

A sugestão foi de encontrar um lugar para meditar, um cômodo quieto e tranquilo dentro de casa. Um espaço com a mesma função que uma igreja ou uma mesquita teria. Com o olhar aparentemente vazio, e uma respiração leve e reconfortante, procurava dentro de si o melhor local para meditar. Espontaneamente levou sua mão direita fechada acima do peito, acomodada no eixo central. “Aqui é o lugar que escolho”, pensou.

domingo, 13 de outubro de 2013

Geração teen

“Eu não entendo por que ela age assim. Ela não parece ser ela mesma, parece que está atuando”.

As palavras voam no vento, assim, também, as atitudes. Deixa-se de ser adolescente por falta de revolta? Brigar é imprescindível para quem não consegue ser quem se é, conflito que se exterioriza. Bomba dos descompassos. A prática do esterótipo: reações enlatadas, respostas prontas, revolta aprendida. Quebrar o ciclo é tão difícil assim? Ninguém me entende! Quero independência! Não se mete na minha vida! Gritam esperneando. Coitados, os injustiçados. Burguesia que tem de tudo e, mesmo assim, faz bico e exige mais do que já tem. Quantos mimados. Por que ter respeito virou figurinha rara?

P.S. Achei esse textinho escrito no início do ano. Muitas vezes me surpreendo com as estruturas e palavras que uso, o que não transforma a inspiração?! Saudades dela.


sábado, 21 de setembro de 2013

Grata

Jem de Lee me levou até outro Jeremy - Mr. Pordage. Aldous, então, soprou-me até Gita: capítulo 10, verso 36.

Capítulo 10, verso 36 do Bhagavad Gita (versão do Huberto Rohden):

"Entre as forças sutis eu sou o imponderável, neste mundo de dualidade; sou o fulgor das coisas fúlgidas, a bondade dos corações bondosos, a grandeza dos grandes e a vitória dos vitoriosos."
 

sábado, 24 de agosto de 2013

Nem lembro mais

Em 18 do 7...Como não poderia deixar de ser, aprendi mais sobre as pessoas hoje. Lição infinita. Quanto mais se aprende, mais se percebe que nada se sabe. Faces do humano.
.
.
I have finally finished Cesar Millan's book! It “only” took about a year :P

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Eu lobo mordo

23/08/13

Eu queria uma caverna bem escura
Úmida no verão e, quem diria, quente no inverno
Eu precisava hibernar
Isolar-me do mundo
E no dia que mais preciso da solidão
Três porquinhos vêm bater a minha porta
Minha vontade era de soprá-los para longe
Sem dó nem piedade
E mordo
Pobre lobo insensível

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Preciso estudar

Fatia de limão empoeirada...Encontrei até umas postagens antigas prontas, não sei o motivo pelo qual elas ficaram silenciadas. No dia dos pais acordei inspirada, escrevi durante um tempo...não deu muita coisa, o título me veio e já um discurso todo pronto, deu uma página e eu queria transformar em livro. Pena que a inspiração morreu.
.
.
Aprendi e passo adiante...quando você chama alguém para sair e esse alguém nega uma, duas, três vezes, pode ter certeza que essa pessoa não quer sair com você.
.
.
Lee tem me acompanhado nesses últimos dias, mais intensamente essa semana, talvez hoje ainda eu me despeça dele dela...
.
.
Débora só me tem dado alegrias ^^ *feliz*

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Jornal e livro

“O que eu quero dizer é que o mal não é radical (…) que não tem profundidade. O mal é um fenômeno superficial (…). Nós resistimos ao mal ao não sermos arrastados pela superfície das coisas, ao pararmos e começarmos a pensar, ou seja, ao alcançarmos uma outra dimensão que não o horizonte da vida cotidiana. Em outras palavras, quanto mais superficial alguém for, mais provável será que ele ceda ao mal” - Hannah Arendt a Samuel Grafton em 1963, sobre o nazismo.
.
.
Sobre o hipnotismo: (…) “As pessoas sugestíveis são aquelas cujas almas indolentes ou que pouco têm evolvido não estão aptas para se desprenderem por si mesmas e agir utilmente no sono ordinário para restaurar as perdas do organismo”. (p.84)

DENIS, Léon. O problema do ser, do destino e da dor. FEB, 1936.

sábado, 20 de julho de 2013

E daí?

Divertir-se não necessariamente passa pelo bom gosto. Talvez seja necessariamente o oposto.

Te Esperando
(Luan Santana)

Mesmo que você não caia na minha cantada
Mesmo que você conheça outro cara
Na fila de um banco
Um tal de Fernando
Um lance, assim
Sem graça
Mesmo que vocês fiquem sem se gostar
Mesmo que vocês casem sem se amar
E depois de seis meses
Um olhe pro outro
E aí, pois é
Sei lá
Mesmo que você suporte este casamento
Por causa dos filhos, por muito tempo
Dez, vinte, trinta anos
Até se assustar com os seus cabelos brancos
Um dia vai sentar numa cadeira de balanço
Vai lembrar do tempo em que tinha vinte anos
Vai lembrar de mim e se perguntar
Por onde esse cara deve estar?
E eu vou estar
Te esperando
Nem que já esteja velhinha gagá
Com noventa, viúva, sozinha
Não vou me importar
Vou ligar, te chamar pra sair
Namorar no sofá
Nem que seja além dessa vida
Eu vou estar
Te esperando



domingo, 14 de julho de 2013

Pitada de real

Real. Realeza. Minha companhia nesses dias, nesses meados de julho, é José e seu filho já falecido “Fantasma”(2001).

Na fila. Enfileirado. Dostoiésvski e seu duplo me esperam.

Daemon. Espírito. As pedras que no rio se encontram são lisas e reluzentes, frescas e de uma beleza estonteante. Esculpidas pelas águas do rio, ano após ano, suave que nem se sente, paciente, sempre a correr, sem questionar o por quê.
.
.
E neste domingo qualquer, depois da festa que não fui, José, outro, disse-me “Pela hora do meio-dia, com a maré, A Ilha Desconhecida fez-se enfim ao mar, à procura de si mesma.” (p.62)

SARAMAGO, José. O Conto da Ilha Desconhecida. Companhia das Letras, 2003.

sábado, 13 de julho de 2013

Tentativa

Crianças sorridentes, aos montes, do outro lado da calçada. Quase todos desnudos, pobreza?
Da esquina, estranho. Ouço um movimento, e vejo o mesmo quadro do lado de cá da calçada. Arrastão. Como um fantasma, passeei pelas crianças, carentes? Medo.
Um corpo ao chão, um cachorro que se coça, dores pelo corpo, apatia do medo.
“Eles merecem morrer”, os ouvidos ouviram ao passar. Por que presenciei tal ato de violência? Eu, protegida que fui, vi. Calei. Não desejei as suas mortes. Perdoa-os, porque não sabem o que fazem. Temo pelos meus, temo por essas ovelhas desgarradas. Desconhecedoras das leis, crianças sem pai ou mãe.

domingo, 30 de junho de 2013

Melodias que me chegam

“Existem pequenos acontecimentos, eventos sem importância, que, no entanto, guardam o poder de nos vergar; justamente porque apresentam um aspecto singelo, aproximam-se em silêncio e, quando menos esperamos, nos derrubam” (p.79)

“Pensei em explicar que as coisa terminadas nem sempre estão concluídas, que quando damos um fim a algo muitas vezes ainda continuam,” (p.80)

“Matilde confunde atitudes independentes com gestos de desconsideração” (p.81)

“Talvez houvesse também desespero, que é a rigor, a desistência de esperar, pensei”. (…) “Quantas voltas precisamos dar, às vezes, para chegar ao lugar em que desde o início, já estamos!” (p.89)

CASTELLO, José. Fantasma. - Rio de Janeiro: Record, 2001.

domingo, 16 de junho de 2013

Paz

As últimas semanas têm sido agitadas, porém sempre procuro estar atenta e presente em casa, dando atenção aos familiares que tanto amo. Estamos em uma fase boa, em que o carinho e o respeito estão super presentes. Fico feliz com essa conquista. Devo estar em paz comigo mesma, porque as situações que estressavam não mais geram a mesma resposta. Apesar de as confusões ainda acontecerem, vejo tudo com bons olhos.
.
.
Olhar divino: tudo se apresenta em evolução.

Fico feliz quando pecebo o mundo contribuindo para a construção de conceitos. Já tem um tempo que me percebo com um olhar analítico sobre qualquer situação que se apresenta e presencio. Aprendo horrores com as situações mais simples e despropositadas. E veio essa frase coroar o que vivencio e percebo. É bem isso mesmo, a sensação. Estar em sintonia é a felicidade.
.
.
“O sentimento de boa vontade será a melhor segurança da paz universal”(p.136)

BRUNTON, Paul. O Caminho Secreto. Ed. Pensamento, 1986.

sábado, 1 de junho de 2013

Lil' sis' answers

Have you ever told a lie?
Yes, I have.

Who did you tell it to?
My mother.

Why did you do it?
Because I haven't done my homework.

Did the person find out in the end that you were lying?
Yes, but just 5 years later.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

O caminho secreto

(…) “Um sofista, aproximando-se um dia de um sábio da Grécia Antiga, queria confundí-lo com perguntas embaraçosas; mas de Mileto mostrou-se à altura da prova e respondeu a todas as perguntas sem vacilar, com a maior exatidão. Eis as perguntas:

1. Qual é a coisa mais antiga?
Deus – porque sempre existiu.

2. Qual é a coisa mais bela?
O Universo – porque é a obra de Deus.

3. Qual das coisas é a maior?
O Espaço – porque contém tudo o que foi criado.

4. Qual das coisas é a mais constante?
A Esperança – porque perdura no homem mesmo depois de ter ele perdido tudo.

5. Qual é a melhor das coisas?
A Virtude – porque sem ela nada pode ser bom.

6. Qual é a mais rápida das coisas?
O Pensamento – porque em menos de segundo percorre o Universo.

7. Qual é a mais forte de todas as coisas?
A Necessidade – porque faz o homem enfrentar rodos os perigos da vida.

8. Qual das coisas é a mais fácil de fazer?
Dar conselhos.

Porém, quando chegou à nona pergunta, o sábio deu a resposta paradoxal, cujo sentido profundo – tenho certeza – jamais foi compreendido pelo interloctor imbuído do saber intelectual, bem como para a maioria das pessoas terá apenas um sentido superficial.

A pergunta foi esta:
- Qual das coisas é a mais difícil de realizar?
E o sábio milésio lhe respondeu:
'Conhecer-se a si mesmo'.

Esta foi a mensagem dos sábio dirigida aos homens ignorantes pelos antigos sábios; esta é também a mensagem da nossa época.” (pág.33)

BRUNTON, Paul. O Caminho Secreto. Ed. Pensamento, 1986.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Por um dia

25/4/13

Amo-te novamente. Mesmo tendo prometido não o fazer. Sou impotente. Sentir independe de mim. Seu amor tem vida própria – me parece. Relembro o seu dar de ombros. Relembro o gosto amargo de estar ao seu lado e querer sumir, como você, aliás. Como doia ver no seu rosto o desconforto e como, também, me deliciava. Fico triste de nunca mais poder te ver, pois sei que vai doer. Tento me fortalecer e esquecer, mas...esse domínio sobre mim, fascina-me. Como pode o nada ter tanto poder?

sábado, 25 de maio de 2013

Be & Becoming

25/5/13

Não se pode encher um copo que já está cheio,
ele precisa ser esvaziado.

Por isso, despojo-me de meu Ego,
despojo-me de mim para dar lugar ao meu Eu divino
que ainda é tão pequenino,
que precisa de espaço para crescer
e ocupar todo o meu ser.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Procuro ser

Procuro ser a pessoa que eu gostaria de conhecer...

Aquela que não julga quando se erra,
Aquela que tem paciência com os seus defeitos,
Aquela que tem sempre um sorriso,
Aquela que fala com voz mansa e acolhedora,
Aquela que brinca sem fazer ironias,
Aquela que ajuda sempre de boa vontade,
Aquela que conforta com o olhar,
Aquela que toca com carinho,
Aquela que escuta e é compreensiva.

sábado, 4 de maio de 2013

Quase não se vê...

quem busque enriquecer a própria moral.
.
.
Encontrei um equilíbrio gostoso de bom. Que dure enquanto houver trabalho, assim, há a certeza da felicidade. Cantei, hoje, com alegria! Vibrava a cada nota e quase não conseguia conter-me. A sintonia pura e simples, que sublime!

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Pó de flu

São 20:31 e eu ainda tenho que tomar banho, terminar a lição do kumon, e ler 3 contos pra devolver o livro amanhã. Amanhã tem palestra logo cedo, depois simulado e, por último, CCBB. Domingo tenho aula às 8:00. Preciso dormir antes das 22:00.

sábado, 20 de abril de 2013

Noite estranha

Vou tendo assim uma noção de totalidade, eu e o outro somos um, somos um com as árvores, com o ar, com os animais. Sintonizo uma energia de paz e certeza do que sou – parte de um todo. Estou densa, sinto a densidade do espaço a minha volta, solto o ar dos meus pulmões e assim que este deixa a minha boca, tudo pesa, e a gravidade parece atuar mais do que o normal: estou densa. Fecho os olhos para enxergar melhor. O corpo pesa. Parece que a noite será boa, bem dormida.

P.S. Noite estranha essa que passou.
.
.
Domingo é dia de estudar.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Definitivamente: talvez

Momento “infância norte-americana”. Quatro horas da tarde, céu azul claro, nuvens branquinhas espalhadas, lá no horizonte, e começo a cantarolar – tam-tam-tam-tam-tam-tam-tam-taram-taram-tam. Simpson's opening song.
.
.
Receio estar com o tempo muito escasso para escrever, as ideias chegam, fragmentos e frases que valeriam ser desenvolvidas, porém a vida complica, trava a fluidez. Por exemplo, o amor é um mistério, e fico tentando entender o que leio e sinto. Cada vez que tento, a compreensão e o sentimento avançam. Descobri que, talvez, o amor seja enxergar Deus no outro, por que como explicar sentir uma felicidade imensa por pessoas, às vezes conhecidas, às vezes parentes, às vezes simples passantes? Um sentimento tão forte que não se sabe o que fazer com ele, pois que é maior que a nossa pessoa. E nem conseguimos ficar nesse estado por muito tempo, tamanha a nossa incapacidade de permanecer em energia tão pura. É como um vislumbre do que nos espera na escalada da perfeição. E confundimos esse amor totalmente, interpretamos de forma tão errada tudo.

domingo, 14 de abril de 2013

Lírios do campo

Nós temos a nossa vida dividida em blocos, em expectativas. Espero pela viagem que virá, pelo carnaval, pela páscoa, pelo cinema, pelos eventos que se encadeiam. Quando algo que se espera passa, ficamos, assim, sem rumo, até outro marco se fazer presente. Tal marco pode depender de eventos externos ou eventos que nós mesmos nos propomos, como as metas.

Falo disso por dois motivos...encontro-me entre projetos. Um marco meu passou e já preparo-me para embarcar em nova linha de imersão. Passei alguns dias perdida, um pouco triste, até enxergar o novo ponto de trabalho. O segundo motivo que me leva a expressar tais reflexões, é a coincidência. Minha irmã relatou sentir o mesmo, um cansaço, uma preguiça, por ter tempo e nada a se prender, e quando digo nada, quero dizer um propósito, pois a vida continua acontecendo, mas o propósito, a motivação é que se faz escassa.

Encontrar o novo ponto, pra quem não está acostumado a fazer isso de forma pragmática pode ser um problema. É preciso buscar cada vez mais nossa essência e nos devotar a ela. Não a vejo enxergando isso. Aprendi sobre este ensinamento nos últimos quatro anos e, porque insisti muito, o aprendizado se deu até rápido e constante, não sei se o seu caminho será assim, desconfio que não.

Tenho feito o que gosto, tenho me ocupado com o bem, mas algo falta. Sinto-me a beira de um precipício, com a ponte ainda a construir, sem ver direito aonde pretendo chegar. O conforto e a segurança que eu sentia quando criança parece que nunca mais será.

http://1.bp.blogspot.com/_KvuVaqfwatg/TOcEY7Z1BtI/AAAAAAAACu4/CAPRMupqW-A/s1600/precipicio.JPG

sábado, 13 de abril de 2013

Td e nd

Eu estava digerindo algumas reflexões na última semana, mas, agora, de frente para o papel em branco, nada se organiza. Respiro fundo. Busco, sabe-se lá aonde, uma associação útil...

Uma menina acabou de pedir dinheiro para um lanche, tirando-me da minha introspecção, sacudindo o meu eu. A vida é tão dura. Pergunto o que ela precisa; ela pede que eu pague um lanche para ela e seus irmãos. As bocas subtamente multiplicam-se. Com carinho na voz, procurando envolvê-la em compaixão, respondo docemente que não posso pagar para todos, mas posso contribuir. Dou-lhe R$ 5,00 e um sorriso, mais de tristeza por não poder resolver o seu pedido, por não poder ajudar a todos que precisam.

Muitas das vezes, nem eu mesma consigo me ajudar. Degladio com os meus limites. Sofro, mesmo sabendo que cada um recebe de acordo com as suas obras; mesmo sabendo que não estamos aqui para sofrer e, sim, para fazer diferente e, consequentemente, melhorar.

Algumas semanas atrás chorei; uma dor me acometeu depois de uma longa discussão sobre a luta e o imperialismo. A minha luta sempre se deu de forma interna, quase nunca extrapolando para violência. Toco em um ponto sensível, minha garganta dói e os meus olhos turvam-se. Relembro a constatação: não tenho coragem de morrer por um ideal, mesmo sendo ele Deus.

O caminho parece estar se abrindo para algum aprendizado, algum novo passo, difícil de dar, ainda prematuro para se entender. O estudo ajuda muito, no entanto, não consigo evitar o melindre; quando a vida exige o exemplo, o argumento, o ensino do correto, quando nem se tem certeza do caminho trilhado. Já sei que me falta confiar. Respiro fundo. Agora é deixar a vida correr, os dias raiarem, belos e calmos, como sempre se fazem.
.
.
Coisas de Débora e sua geração, irreverência e otimismo. Eu aprovo!
“Eu sou ninguém. Ninguém é perfeito.”

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Janela da alma doc

(…) “Acho que...acontece o mesmo...com as outras coisas que temos em excesso. Quero dizer, temos...muitas coisas em excesso nos dias de hoje. E a única coisa que não temos suficente é tempo...mas a maioria de nós tem tudo, em excesso...e ter tudo, em excesso, significa...que nada temos. A atual superabundância de imagens significa, basicamente, que somos incapazes de nos emocionar com as imagens. Atualmente, as estórias têm que ser extraordinárias para nos comoverem. As estórias simples...não conseguimos mais vê-las” - Wim Wenders, diretor de cinema no doc “Janela da Alma”.
.
.
“O simples é o irredutível” - Walter Lima Jr., cineasta no doc “Janela da Alma”.
.
.
“Sou um Narciso sem espelho” - Evgen Bavcar, fotógrafo esloveno cego no doc “Janela da Alma”

domingo, 7 de abril de 2013

pusilanimidade

(…) “Com os lábios entreabertos, secos pelo vento que soprava sem cessar, continuou sua dura e humilde glória com pés mais leves, corpo aguçado em movimentos. Imaginou, sorrindo que atrás de si, enquanto subia e jamais alcançava, olhos estarrecidos de muitos homens seguiam-na como uma visão escapada...sim,sim, assim tornava-se cada vez mais fácil avançar o grande corpo branco...sorriu sonsa para trás e então, como se tivesse realmente acreditado no que imaginara, viu que estava sozinha. Mas um homem, um homem, implorou espantada...que a compreendesse naquele instante no prado, que a surpreendesse quase com dor. Mas ninguém a via e o vento soprava quase frio.” (p.223)

(…) “Mas com obstinação de um mundo que avisa com os olhos impotentes sobre o perigo, ela sentia sem mesmo compreender que o lugar onde se foi feliz não é o lugar onde se pode viver.” (p.229)

LISPECTOR, Clarice. O lustre. Ed. Nova Fronteira, 1982.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Instantes

“Adormeceu porque alguma coisa jamais seria alcançada de olhos abertos” (p.212)

LISPECTOR, Clarice. O lustre. Ed. Nova Fronteira, 1982.
.
.
Vida
2/4/13

Dia claro. Céu azul.
E na curva do fim da rua um som ritmado, como o rufar de tambores. Só que não.
Um senhor, já de cabelos, bigode brancos e fraco, passa a sua manhã.
É o bicheiro carimbando os seus papéis.
Tu-Tum
Tu-Tum
Tu-Tum
Tu-Tum

sexta-feira, 29 de março de 2013

Filtro é tudo

29/03/13

Com estes olhos vejo o perigo
Tenho-os bem abertos
E desejaria fechá-los
Com toda força, mesmo arrancá-los.

Vejo sujeira
E um mundo imundo

Meu jardim florido e perfumado
Seguro e bem amado
Rareia, manchado.

Queria uma vida simples,
Ingênua, pura de sentidos.

Sinto o gosto do veneno pelos olhos,
Ouço cenas, traumatizo
Tremo pelo o que me entristece
Torço para esquecer o que me fere.

sábado, 23 de março de 2013

Metrô de sábado

Estávamos opostos – você alto, a perder de vista, e físico magro; eu pequena, desamparada. Não tínhamos nada a falar, estranhos que éramos um para o outro. Apenas o seu olhar chegava até mim, perfurante e incômodo. Energia tão intensa e vidrada, desarmáva-me, sugava o ar do ambiente. Nem cinco minutos no mesmo recinto, e eu já apelava para o Pai: estou morrendo. A ajuda então veio, suave e eficiente.
.
.
Nunca mais quero te ver
(Não consigo viver sem você)

Duas estrofes solitárias que não foram além, e marcam o desgaste de todos nós.
.
.
Leiam: Bartolomeu Campos de Queirós.

terça-feira, 12 de março de 2013

Estátua

10/3/13

Sua brancura reluzia
Tanto de noite quanto de dia
Ao luar e ao meio-dia

Sua pele lisa e dura
Muda
Quente e depois fria

De joelhos, mãos em súplica
Rosto voltado para os céus
Aguentando chuvas e ventos

Ouvia, por ali estar,
os gemidos de dor
Os pedidos cheios de rancor

“Por que você não responde?
E age assim tão parada;
tão estátua? Seu coração é
de pedra?

Eu falo, falo e falo
E você não se mexe!
Se deixa estar no silêncio
Acima de tudo e de todos

Por que você não responde
de qualquer jeito que seja?
Assim, calada e sem cor,
petrificada!
seu destino será esse mesmo:
ser só”

Dias e noites passaram
para a estátua e para o homem
Para anos enfim ele voltar e
encontrar...

Uma estátua ainda reluzente
E um novo adorno, um presente:
em suas mãos,
também de pedra,
um passarinho.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Parto

Fico assim brigada comigo e com o outro que espeta. Para logo em seguida agradecer o murro. Vivo buscando o equilíbrio quando é na queda que aprendo. Esse sobe e desce necessário. Então não devo procurar prolongar o que almejo e alcanço? Aprendi nesse segundo e no próximo já estou devendo aprendizagem – as lições se amontoam. Dou um passo e pressinto o que ainda novo desconheço. Deslumbro-me com a riqueza da vida. Choro com personagens que passam, mesmo que os temas nada tenham a ver com o meu motivo para estar emocionada. Temas que, na verdade, são um só. Choro ao ouvir uma palavra: “coragem” - de olhos fechados, em prece. Porque tal som, tal sentido me atinge. Meu corpo parece saber mais do que eu. Ele me sinaliza o que me toca e eu nem desconfio. Essa energia que me falta para dar mais um passo, imagino que doloroso. Desconfio do que seja, não há como ter certeza. Mais uma crise borbulhante, mais uma ruptura com o que não mais pode habitar em mim. Sem saber o que é. Algo quase pronto, quase transmutado. Uma quase vitória que pulsa e pede: muda-te. Mais uma peça que encaixo, menos uma peça para montar o todo.

domingo, 10 de março de 2013

Eu alógico

10/3/12

Vejo e reflito
Não falo

Sinto e sofro
Sorrio ao espelho

Escrevo
Penso e repenso

Não compartilho, digo, comunico
Ajo: ação que fala por si

Ensino e estou presente
Apoio pelo olhar

Acolho pelo toque
Não me dirijo a

Sou para quem quiser
ser comigo

Não há compromisso
Vamos viver

Sem palavras

sexta-feira, 8 de março de 2013

Vo-ar

(…) “Você tem de treinar até ver a verdadeira gaivota, o que há de bom em cada uma delas, e ajudá-las a ver isso nelas próprias. Para mim, o amor é isso.”(pág.144)

(…) “Não creia no que os seus olhos lhe dizem. Tudo que mostram é limitação.” (pág.146)

BACH, Richard. Fernão Capelo Gaivota. Abril S.A. Cultural e Industrial, 1974.
.
.
O cansaço do dia-a-dia pode até ser poético, mas sinto falta do produto do ócio e da busca.

sábado, 2 de março de 2013

Enigma

Resposta enigmática do ano de 2109:

“David
Mais respostas do que perguntas feitas. Mas quais são as perguntas corretas. Um homem não pode fazer perguntas quando é provável que não entenda as respostas. Sim, você está certo em dizer que não se aprende sem fazer perguntas, mas há um tempo para compreender e um tempo para andar às cegas. Um homem faminto não comerá frutos maus, pois certamente morrerá. Foi a fruta que matou esse home ou foi o conhecimento de que a fruta estava lá para ser apanhada. Não perca tempo perguntando se a árvore que produz esses frutos está na sua frente. É melhor não ter uma visão distorcida da verdade. Devido à sua falta de compreensão. Nós, o 2109, não temos falta de compaixão, mas caso continuar rompendo nossos experimentos, é provável que encontraá o seu destino. Todavia lhe permitiremos mais uma comunicação, para que faça suas perguntas profundas. Responderemos do modo que desejar, se for em termos de física, então será assim, mas lembre-se: nossos limites são estabelecidos pelas suas próprias habilidades, e não por nossas. Não há ninguém por detrás do homem que vocês chamam de Lukas. O fator casual não ocorrerá novamente num espaço de tempo relativo à sua espécie.”

WEBSTER, Ken. Os mortos comunicam-se por computador? Ed. EDICEL, 1999.
.
.
Às vezes, eu paro e penso, ou melhor, sinto. Parece que vou conseguir formar um pensamento sobre algum assunto...e a sensação vai embora.
.
.
Já tem um tempo que tenho sentido minhas vivências com um certo sentimento de dúvida, do tipo, “será que isso aconteceu mesmo?”. É estranhíssimo. Como se tivesse acontecido com outra pessoa e eu estivesse apenas presente, observando. Os acontecimentos não marcam de forma profunda..., talvez porque aconteçam de forma esporádica. Talvez as experiências do cotidiano, com as pessoas que sempre se vê, tenham uma força maior, pois estamos sempre reforçando os fatos. É difícil digerir sensações e sentimentos fugidios.
.
.
Descrição do que sinto em relação ao trabalho: “podia ser terrível, mas é ótimo!”. Imagina se estou gostando?! rs

domingo, 24 de fevereiro de 2013

No pain no gain

Assassínio
24/2/13

Olhos mortos
Opacos e saltados
Peixe que não mais se debate
Reina o silêncio e a dor
.
.
Se as emoções levam ao sentimento e tudo isso é aprendizado, aceito. Um pouco a contra gosto, sofrendo por ignorância, presa ao erro, presa ao que machuca. Obsedio à minha própria alma, coitada, em frangalhos, agoniza no chão. E eu sem poder lhe estender a mão...ainda não.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Evolução e destino

“O mal está determinado no conteúdo do nosso destino?

Ninguém nasce destinado ao mal, porque semelhante disposição derrogaria os fundamentos do Bem Eterno sobre os quais se levanta a Obra de Deus.

O espírito renascente no berço terrestre traz consigo a provação expiatória a que deve ser conduzido ou a tarefa redentora que ele próprio escolheu, de conformidade com os débitos contraídos.

Prevalesce aí o mesmo princípio que vige para as sociedades terrestres, pelo qual, se o homem é malfeitor confesso, deve ser segregado em estabelecimento correcional adequado para a reeducação precisa, e, se é apenas aprendiz no campo da experiência, com dívidas e créditos, sem falta grave a resgatar, é justo possa pedir às autoridades superiores, que lhe presidem os movimentos, o gênero de trabalho ou de luta em que se sinta mais apto ao serviço de auto-aperfeiçoamento. Entendamos, porém, que, se perpetrou delito passível de dolorosa punição, não é ele internado na penitenciária ou no trabalho reparador para que se desmande, deliberadamente, em delitos maiores, o que apenas lhe agravaria as culpas já formadas perante a Lei.

É natural que o devedor, nessa ou naquela forma de resgate, venha a sofrer fortes impulsos a recidivas no erro em que faliu, tanto maiores quão mais extenso lhe tenha sido o transviamento moral; entretanto, a provação deve ser assimilada como recurso de emenda, nunca por vávula de expansão das dívidas assumidas.

Desse modo, ninguém recebe do Plano Superior a determinação de ser relapso ou vicioso, madraço ou delinquente, com passagem justificada no latrocínio ou na dipsomania, no meretrício ou na ociosidade, no homicídio ou no suicídio. Padecemos sim, nesse ou naquele setor da vida, durante a recapitulação de nossas próprias experiências, o impulso de enveredar por esse ou aquele caminho menos digno, mas isso constitui a influência de nosso passado em nós, instilando-nos a tentação, originariamente toda nossa, de tornar a ser o que já fomos, em contraposição ao que devemos ser.” (pág.210)

VIEIRA, Waldo e XAVIER, Francisco Cândido. “Evolução e destino” In: Evolução em dois mundos. FEB, 1959.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Uau

“Em novembro de 1974, aos vinte e três anos, iniciando-se no jornalismo, José Castello enviou um conto para Clarice Lispector e recebeu uma resposta sucinta e direta: 'Com medo ninguém consegue escrever ...'.”

Uau, até as frases mais banais da Clarice são cheias de vida!
.
.
Vai dar tudo certo.
.
.
Nikita é super esperta; ela estava com dois laçinhos depois do banho e conseguiu tirar um. Quando a Diana perguntou onde ele estava, ela foi buscar o.O
.
.

“O impossível não existe, o que existe é a nossa incapacidade presente para atingir o que se pretende.” - Palestra 41, Caminho da Renovação.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Renovar

Muito recentemente, ontem, deparei-me com uma bifurcação – fechar-me ou continuar aberta para a vida. Considerei a primeira opção como um reflexo e vivenciei o que seria a vida sem cor e movimento. Detestei. Reagrupei no pensamento o que significava estar aberta e como eu poderia levar isso adiante, assim como as consequências de tal decisão. A mente é incrível, ao juntar conceitos e experiências e extrair conclusões e resoluções. A poderação não durou mais que cinco minutos, a escolha e seus efeitos reverberarão pela eternidade. É preciso aprender sobre o equilíbrio, sobre a compreensão, sobre amar sem esperar nada em troca. A vida me ajuda a montar novas formas de ser, com um texto aqui, uma palestra ali; tudo em prol do crescimento.
.
.
“A esperança – espera do futuro, ou permanência do passado –, ao matar o presente, elimina a vida.”

CASTELLO, José. A poeta do presente. In: Prosa e Verso, O Globo, 16 de fevereiro de 2013.
.
.
Será que agora consigo voltar a escrever?!

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Rest in peace

I died
So many years ago
But you can make me feel
Like it isn't so
And why you come to be with me
I think I finally know
mmm-mmm

You're scared
Ashamed of what you feel
And you can't tell the ones you love
You know they couldn't deal
Whisper in a dead man's ear
It doesn't make it real
That's great

But I don't wanna play
'Cause being with you touches me
More than I can say
And since I’m only dead to you
I’m saying stay away and
Let me rest in peace

Let me rest in peace
Let me get some sleep
Let me take my love and bury it
In a hole 6-foot deep
I can lay my body down
But I can't find my, sweet release
So let me rest in peace

You know,
You got a willing slave
And You just love to play the thought
That you might misbehave
But Till you do,
I'm telling you
Stop visiting my grave
Let me rest in peace

I know I should go
But I follow you like a man possessed
There's a traitor here beneath my breast
And it hurts me more than you've ever guessed
If my heart could beat, it would break my chest
but I can see you're unimpressed
So leave me be and

Let me rest in peace
Let me get some sleep
Let me take my love and bury it
Im a hole 6-foot deep
I can lay my body down
But I can't find my sweet release
Let me rest in peace
Why won't you
Let me rest in peace?

Spike's song – Buffy the musical: Once more with feeling

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Pronta para ir

Seu rosto estava quente...

Talvez fosse apenas impressão. A cada rajada de vento, fechava as mãos com força, na tentativa instintiva de segurar o calor, de aguentar o frio. Melhor seria se o movimento pudesse vir seguido de grito...um grito alto, seco, talvez chorasse quando o ar acabasse. Não se assuste ou tema por ela; apesar da dor nas costas, o grito seria apenas uma forma de expressar qualquer coisa esquecida dentro dela. Não lembrava exatamente de nada muito terrível que a assombrasse, pelo menos não conscientemente. Segurava o grito pelos outros que a cercavam na rua, não queria chamar a atenção ou parecer louca, ou pior, desesperada.

Depois da euforia vem o cansaço e um desânimo. O peso da vida real é tão real. O peso do dia a dia cheio, sem leveza, sem poesia; as mesmas pessoas, os mesmos problemas, os mesmos desejos frustrados. Aterrava-a o tanto que tinha que aprender em tão pouco tempo, e sem descuidar.

Sentia o seu rosto quente novamente, via pessoas que conhecia, mas que não a conheciam. Esperava não sabia o quê. Respirava cansada...poderia dormir sentada, poderia dormir por dias...minto, sua essência não permitiria.Respirar doía...precisava ver as suas costas...consertar o que o seu próprio corpo não conseguia curar. Precisava de um remédio para aquele cansaço.

Uns dias atrás tinha ouvido dizer que o amor não podia curar os desequilibrados; será que limites e disciplina curam?, ela se perguntava. Diziam que ela estava errada; ouvia o discurso, compreendia, mas não conseguia mudar de opinião. Quem não sabe se defender também tem culpa? Dias melhores viriam.

Levantou-se. Estava pronta para ir para casa.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Nova vida

Eu tenho me sentido-...Não consigo colocar em palavras. O espírito parece inchado. Ando como um fantasma, manipulam-me a fazer o que deveria, que não quero, mas faço porque deveria. Estou sem forças para resistir a qualquer argumento. O que você me disser está bom, está ótimo. Até as palavras que canso de escrever saem erradas, tenho que voltar e corrigí-las. Meus olhos, sinto-os inchados, mesmo não tendo chorado. O quarto gira. E de novo, o entorpecimento.
.
.
Pode-se viver de acordo com o mundo que se enxerga ou com o que não se vê – sente. Escreveu as palavras cheias de vida no guardanapo. Leu, releu e limpou sua boca com elas.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Leiamos mais

“- Os homens são todos diferentes uns dos outros, Constantino Dmítrievitch. Uns só vivem para as necessidades, como por exemplo, o Kirílov, que só pensa na barriga. O tio Platon é um homem justo. Vive para a sua alma. Não se esquece de Deus.
- O que ele faz para não se esquecer de Deus? Como é que ele vive para a sua alma? - exclamou Liêvin quase num grito.
- É claro, vive como Deus manda, é justo. As pessoas não são todas iguais. Por exemplo, o patrão não é capaz de fazer mal a ninguém...
(…) Ao ouvir dizer que Platon vivia para a sua alma, segundo a verdade, como Deus manda, pensamentos vagos, mas significativos, acudiram-lhe à mente, em tropel, como se proviessem de algum ponto onde estivessem estado encerrados, e, tendendo todos para um mesmo fim, deram-lhe volta à cabeça, cegaram-no com a sua luz”(pág.327)

“'Que teria sido de mim, que teria sido de minha vida, se não fossem essas crenças, se não soubesse que é preciso viver para Deus e não para as minhas necessidades? Teria roubado, teria matado, teria mentido. Nenhuma das principais alegrias da minha vida teria podido existir para mim.' E por mais esforços mentais que fizesse, não conseguia ver-se a si próprio o ser bestial que teria sido, caso não soubesse para que vivia.

'Buscava resposta à minha pergunta. Mas o pensamento não me podia responder, pois o pensamento não pode medir-se com a pergunta. A própria vida se encarregou de me responder graças ao conhecimento do bem e do mal. E esse conenhcimento não o adquiri através de coisa alguma, foi-me outorgado, como a todos os demais, visto que o não pude encontrar em parte nenhuma.

'De onde o soube? Porventura foi através do raciocínio que eu cheguei à conclusão de que é preciso amar o próximo e não lhe fazer mal? Disseram-mo na infância e acreditei-o com alegria, pois trazia-o na alma. E que o o descobriu? A razão, não. A razão descobriu a luta pela existência e a lei, que exige que se eliminem todos quantos nos impedem de satisfazer os nossos desejos. Esta a dedução do raciocínio, que não pode descobrir que se deve amar o próximo, por amar o próximo não é razoável'” (pág.330)

TOLSTOÍ, Leon. Ana Karênina Vol.2. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Nada para o tempo

8/1/13

A vida continua acontecendo
Nada para o tempo

Os dias me escapam
As lições continuam ocorrendo, elas não estão se escondendo

Vejo cada vez mais claro
Para sentir confuso e claro novamente

Vou, assim, num indo e vindo
Como se a vida escrevesse na areia

E as ondas chegassem, apagando os rastros
Nada capturado

De tanto que tenho aprendido
Nem cabe em palavras