quarta-feira, 29 de abril de 2015

Aparando arestas

(...) “Tem sido constantemente enfatizado que os meios não consistem em atividade mental nem em raciocínio discursivo; consistem no que, falando sobre arte, Roger Fry costumava chamar ‘passividade alerta’ ou o que o moderno místico americano, grande mestre de erudição Frank Laubach, chamou ‘sensibilidade determinada’. Não se faz nada, mas toma-se a decisão de ser sensível para deixar que alguma coisa seja feita de nós. (p.216)

HUXLEY, Aldous. “O homem e a religião”. In: A situação humana. Rio de Janeiro: Globo, 1985.
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A interação e o diálogo interno são os melhores professores xD

sábado, 18 de abril de 2015

Amor

Tudo tem seu tempo certo. Já consigo esperar confiando de que a resposta virá. E espero buscando, antenada com o meu redor. O nosso redor. É uma calma que os anos e os estudos trouxeram. Tem quem já saiba do que aprendi sem nada ter lido – são maiores do que eu, já sabem no seu Eu. São poéticos, são grandes. Eu? Engatinho. Sou pequena por dentro e por fora ainda. Já tenho uma certa clareza para os obstáculos...o muro é um pouco alto e pulo para entrever o que está por vir. Não tenho pressa, vivo o presente que me foi dado com amor por Ti. Sinto falta, é verdade, de me abrir para sua presença. E aí me dou conta que você me abraça, e está em todo lugar.
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“A primeira grande dificuldade que enfrentamos é saber com clareza e precisão o que buscamos. Só quem sabe o que procura pode encontrar. Na formulação da pergunta, explicitamos para nós mesmos o que estamos buscando. A pergunta incorretamente formulada revela uma imperfeita compreensão do que procuramos saber, o que, por si só, já dificulta ou mesmo impossibilita que o reconheçamos. Mas o que é uma pergunta correta? Ela se caracteriza por sua intenção e por sua forma. A intenção correta consiste na adequação ao propósito e finalidade do próprio oráculo, ou seja, auxiliar o homem na busca da verdade, na busca de si mesmo, já que é em si que ele há de encontrá-la. A consulta oracular, no sentido exato da expressão, não é outra coisa senão a busca do que é, na transcendência do que parece ser. A pergunta que busca o que é, que procura o real para além do aparente, possui a reta intenção. Ora, o eu, a personalidade consciente de si enquanto individualidade isolada, é em nós apenas uma aparência transitória. Tudo, portanto, o que diz respeito aos propósitos, interesses, ambições ou anseios do eu, não passa de fugaz ilusão, não é senão o que deve ser superado”. (p. 14) – Prefácio do I Ching   
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Karma-yogi: palavra que pulou em mim duas vezes essa semana, em contextos diferentes. Quem não ama quando o Universo conversa com a gente? xD
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Essência do Gita: lindo, lindo. 

domingo, 12 de abril de 2015

Mimada

(12/4/15)

Meu centro fica fora,
Estou na sua mão
Espero sua resposta,
Como migalhas de pão
Um não de quem se gosta
Dói pior – 
É rejeição

terça-feira, 7 de abril de 2015

Receio, anseio

Fico com receio. Quero colocar no papel fatos e acontecimentos e travo. Vulnerável. A mente parece mais avoada, o que era rotina e certeza já não são mais. O plano que era, já não é mais. Ou melhor, está na expectativa, e a espera até que vai passando como se nem sentisse. A não ser quando faz-se silêncio, quando a tranquilidade se impõe – sem desafios. Ou, pelo menos, sem desafios conhecidos. Talvez estejam camuflados...
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Preguiça de olhar pro passado. O presente é adorável.

domingo, 5 de abril de 2015

Dias e dias

Páscoa
(5/4/15)

A cada dia
Ouço novas melodias
Algumas leves e alegres
Outras graves e destoantes

Remexo empoeirados tesouros
Pedras preciosas a serem esculpidas
Guardadas que estavam, esquecidas
Mais trabalho, como desejaram a mim

Trabalho doce e amargo
De derrotas e buscas
Novo coração de carne e seu inverso: luz
Quero luz e preciso do corpo, ainda

Guardo-o como santuário,
Já que aprendi a amá-lo
O corpo já sabe o seu propósito
O Ego agarra-se  
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