sábado, 15 de julho de 2017

Chá com biscoito

Manhã de sábado, procuro meus óculos. Agora sim, nitidez. Os olhos agora enxergam ao limite da matéria, ver além, já é mais difícil. Adoeci essa semana, nada muito forte, uma tosse seca, um corpo febril, sintomas comuns com o inverno e com o momento histórico. Adoeço com o Estado do Rio e com o país.

Formigas já começam a rondar o meu café da manhã: chá com biscoitos. E isso não é comum, as formigas sim, o chá não. É uma tentativa de aquecer um pouco o corpo e o coração. Quase queimo a boca, coisas da inexperiência. Ou impaciência. Ou ansiedade.

Ando lenta, devagar, deve ser o corpo cansado. Ontem parece que caiu a primeira parcela do salário de maio – migalhas, nem conferi. Respiro fundo. Como um biscoito, o chá ainda está quente demais...

Sinto falta da alegria...apesar de ter sempre a sensação de reclamar de barriga cheia. Pelo menos parece haver um balanceamento, enquanto um lado desmorona o outro cresce, fortalece para a resistência, para a luta. Temos tido boas semanas, não é, amor? Felicidade garantida estar do seu lado. Faz-me esquecer a insegurança e a tristeza. Gratidão.


Já consigo tomar goles, nem demorou muito.