sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Corpo & Chuva

Corpo e chuva
31/10/14

Corpo quente no solo ardente
Onde se esconde o vento?
Espero a chuva que se anuncia
Nesses trovões que estremecem o dia

Meu corpo pede o solo
Meu corpo pede a chuva
Meu corpo espera o zunido
Meu corpo se perde

Já é noite
E o céu já é escuridão
E os trovões continuam
Nessa chuva que não cai

Até que a chuva chega
Forte e renovadora
Como eu ansiava por esta chuva!
Meu corpo nu se encontra
.
.
Tanta coisa já mudou...já sou outra com certeza, e as mudanças se perderam. Tanto esforço que não parece esforço, diluído que fica no cotidiano. A expectativa é de mudanças, boas, sem dúvida, espero, me esforço. Daqui da janela, vejo a chuva lavar o Rio, uma névoa se adensa, sem eu saber o que vai do outro lado. Desconheço se alguém se questiona como eu. A esperança persiste de que o pensamento agrega pensamento e que as boas energias se atraem para criar algo novo e motivador. Envolvente. Como essa chuva que me abraça.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Social capital?

Não gosto de me perder em questões políticas ou econômicas, não é o meu perfil, mas uns dias atrás fiquei pensando sobre o socialismo e o capitalismo. De forma breve, tenho o capitalismo como aquele que ganha em cima dos outros e o socialismo como o bem-estar social. São concepções bastante simplificadas...eu imagino que uma solução possível seria o caminho do meio. Utilizar um pouco de cada uma das concepções.

Seria ótimo se todos nós nos conscientizássemos da importância de usar parte do nosso dinheiro para algum bem comum ou para fazer um bem ao próximo seja ele quem for. Acho que o caminho passa pelo estímulo de oportunidades para que cada um crie sua própria riqueza. Meu pai falou isso uma vez e isso ficou comigo. É simplesmente dar um destino, de forma voluntária, ao capital visando o crescimento de uns e de outros. Não digo de todos porque a vontade e o esforço de cada um é diferente. Não dá para você ter mais riqueza fazendo nada ou apenas explorando o trabalho do outro.


O que me lembra de outro ponto; por que não distribuir lucros para os trabalhadores quando a empresa vai bem? Isso para o capitalista é a morte! Dividir, jamais. E se puder, vamos mandar gente embora para diminuir os custos. Isso é tão errado. Mas até que existem empresas mais preocupadas com os seus funcionários...mas o lucro vem sempre primeiro, não tem jeito. 

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Sem cessar, alimento

11/10/14

Sou feliz
Mesmo nesse calor que nos tira do sério
Confia, serve e agradece.
Quem me abraça: a luz ou as trevas?
Sinto novamente,
Não sou insensível
E tenho vontade de gritar
Não de medo ou desespero
E, sim, de felicidade
Porque confio, sirvo e agradeço.
Banho-me de luz e
Respiro a esperança
Bons frutos hão de germinar
Em boa terra, em água que abunda
Busco e os caminhos se descerram
A água cristalina reflete:
O sol me renova porque
Alimenta o sorriso,
Que brota sem cessar.

sábado, 11 de outubro de 2014

Emily Dickinson


Part Two: Nature

LVII

SOME keep the Sabbath going to church;
I keep it staying at home,
With a bobolink for a chorister,
And an orchard for a dome.
  
Some keep the Sabbath in surplice;
I just wear my wings,
And instead of tolling the bell for church,
Our little sexton sings.
  
God preaches,—a noted clergyman,—
And the sermon is never long;
So instead of getting to heaven at last,
I ’m going all along!

.
.
Deus em meu quintal

Alguns guardam o Domingo indo à Igreja;
Eu o guardo ficando em casa,
Tendo um sabiá como cantor,
E um pomar por santuário.

Alguns guardam o Domingo em vestes brancas;
Mas eu só uso minhas asas,
E ao invés do repicar dos sinos da Igreja,
Nosso pássaro canta na palmeira.

É Deus que está pregando – pregador admirável, –
E o seu sermão é sempre curto:
Assim, ao invés de chegar ao céu, só no final,
Eu o encontro o tempo todo no quintal!
.
.

Essa maçã está muito mole...mas isso é uma banana! Oh. Por que você está tão silenciosa e me encarando? Ah, você quer um pedaço? Nhac!