sexta-feira, 30 de novembro de 2012

30 de novembro

“(…) Por hora, basta dizer, e nunca o diremos com ênfase bastante, que deve predominar entre os encarnados um clima de liberdade consciente, franqueza sem agressividade, lealdade sem submissão, autoridade sem prepotência, afeição sem preferências, e perfeita unidade de propósitos”. (pág.60)

MIRANDA, Hermínio C. Diálogo com as Sombras. FEB, 2012.
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Onde está escrito que não devemos amar mais quem nos ama menos?
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"A vida reta cria, em torno de quem a vive, um ar puro de elementos nobres, que não se misturam, por lei, com elementos comuns, por falta de afinidades, por falta de parentesco" – Apostila Tema 5 do Projeto MSM.

sábado, 24 de novembro de 2012

Muito mais calor

Que efeito é esse que você tem sobre mim? De me fazer querer estar aonde quer que você esteja; de dizer sim para todos os seus desejos?
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o.O A crítica inteira do Castello me acertou em cheio. Como é possível chegar a esse êxtase só de ler palavras?!

"(…) Tal me parece ser o projeto do poeta Eucanaã Ferraz em 'Sentimental' (Companhia das Letras). Está em um poema como 'Romântica': preferimos tomar a vida como um filme. 'Quantos de nós quereriam viver não a vida/ mas o filme , quando a vida não é vida/ e não se morre na morte...' ele constata. Quantos de nós preferimos 'viver sem viver': sob as ordens de um destino previamente escrito (script), entre bandos 'que matam sem matar', entre 'bravos que no fim se vingam'. Uma vida sem vida.

Preferimos, sim, os sentimentos fáceis. Aqueles que em vez de libertar, funcionam como travas, que seguram o que preferimos não sentir. Sentimentos prontos: tão mais fáceis. Em outro poema, 'Les ramanciers étrangres', uma mulher implora por um beijo, mas o homem nega. 'Firme e frio, disse que não'. Ela se pergunta: 'Mas como ele conseguia/ ser assim instransponível?' Aos seus olhos, o homem é uma pedra. Só no fim, 'ela entende/ que tudo foi bem pior:/ porque a pedra não era ele,/ porque a pedra era ela mesma.' Apesar das lágrimas, pedra. 'Sim, ela era a pedra dele/ em que ele a transformara'. Sentimento nem sempre estão onde julgamos. Uma lágrima – o poeta segure – pode ser insensível. Um 'não', guarda muito mais calor.”

CASTELLO, José. A trava dos sentimentos. In: Prosa e Verso, O Globo, 24 de novembro de 2012.
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“Custou-lhe encontrar o equilíbrio. Queria demonstrar a Kitty a sua injustiça, mas, ao provar-lhe que era ela quem estava em erro, irritá-la-ia ainda mais. Um sentimento natural o compelia a arredar de si próprio a culpa, atribuindo-a a ela, e outro, mais forte ainda, a reparar o sucedido o mais breve possível para não se agravar o desacordo. Se ser vítima de uma injustiça era cruel, irritá-la com o pretexto de uma justificação, pior ainda. Muitas vezes acontece lutar um homem que dorme com um sofrimento de que desejaria libertar-se, verificando, ao acordar, que é no fundo dele próprio que o sofrimento reside. Eis como Liêvin teve de reconhecer que o melhor remédio era a paciência.” (pág.47)

TOLSTOÍ, Leon. Ana Karênina Vol.2. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Vida e morte

19/11/12

Vivo para não reclamar.
Vivo para confortar.
Vivo para dirigir olhares de compreensão.
Vivo para ouvir.
Vivo para abraçar por mais de dez segundos.
Vivo para tolerar o intolerável.
Vivo para ajudar os que precisam.
Vivo para sorrir e tocar-lhe os ombros.
Vivo para rir das piadas sem graça.
Vivo para repreender.
Vivo para aprender a amar.
Vivo para sonhar e trabalhar.
Vivo para ver o mar e o pôr do sol.
Vivo para sentir o vento no meu rosto e vê-lo bater no seu.
Vivo para escutar as gotas de chuva cantando.
Vivo para ser grave, quando necessário.
Vivo para mediar.
Vivo para aconselhar e orientar.
Vivo para ser aconselhada e orientada.
Vivo para dizer que vai dar tudo certo.
Vivo para dizer que mesmo dando errado, tudo passa.
Vivo para buscar perspectivas.
Vivo para fazer você rir.
Vivo para ser discreta.
Vivo para calar-me.
Vivo para estudar.
Morro para não ferir.

domingo, 18 de novembro de 2012

Legião

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Apesar de ter minhas crenças mais estreitas com C.S. Lewis, a interpretação da personagem do polêmico Freud por Helio Ribeiro é deliciosa e hipnotizante.
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(…) “Uma literatura do não dito, do não visto. Do invisível. Estranho mundo dos becos, ruelas e sarjetas. Invisível não porque não podíamos vê-lo, mas porque preferíamos não ver. Literatura contra cegueira.”

CASTELLO, José. João de Bermudas. In: Prosa e Verso, O Globo, 17 de novembro de 2012.
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Ninguém merece ouvir de amigo de fim de semana, ou melhor, de amigo ocasional que se está ficando velha para não estar casada ¬¬

sábado, 17 de novembro de 2012

Calada da noite preta

Arfava na calada da noite preta.
Parecia não dormir há dias, quando, em verdade, dormia tantas horas quanto necessário.
Fechava os olhos com força, sem entender o pavor repentino, a pressão em seu corpo, sensação de ser sugado para um buraco negro. O terror se fazia presente, de repente. Não havia motivos para pânico, porém o coração se acelerava mesmo assim.
Algum pesadelo?
Algo aterrorizante?
O quê?
Pedia calma enquanto seu corpo se contraia todo.
Onde estava a expectativa pelo futuro – planos, sonhos, alegria de ansiar pelo que é bom, novo e revigorante?

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Deveríamos

Tenho aprendido a expressar o que me toca, o que é sublime, sem medo das repercussões. Encontrar o que nos faz feliz é muito bonito e não deveríamos procurar dar fim ao que é belo e, por que não, divino. Amo o que é divino em você. Assim como amo a Débora, sem esperar nada em troca, amo você. Deveríamos amar mais. As pessoas seriam mais felizes.

Capturei um sentimento sublime e, relendo, não consegui exatamente sentir novamente o que acabou gerando o texto, mas refletindo um pouco, vou chegando a um estado similar, é o cultivo do amor não egoísta.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Um beijo, Um abraço e Boa sorte.

Encontro novamente aquele sentimento passado, um contentamento que vai crescendo apenas de constatar que você está no mundo, aprendendo e se esforçando para crescer.

Um amor incondicional que se sustenta e é alimentado pelo meu desejo de vê-lo feliz aonde quer que esteja, cercado por aqueles que você ama verdadeiramente, de coração.

Amar é um estado de espírito e ele vem do autoconhecimento e do conhecer o mundo também. A estrada é árdua para todos nós; que possamos ter a paciência para com os outros e, especialmente, para conosco mesmos. Não podemos nos cobrar mais do que podemos compreender e que possamos aprender com as nossas dificuldades.

Estou daqui torcendo por você.

domingo, 11 de novembro de 2012

É mais fácil

“(…) Na Europa a propriedade racional faz progressos, porque o povo está educado. Por conseguinte, o que temos a fazer é educar o povo, e pronto.
 - Mas como educar o povo?
 - Para o conseguir são precisas três coisas: escolas, escolas e escolas.
 - Mas você mesmo acaba de dizer que o povo se encontra num baixo nível de desenvolvimento moral: para que lhe hão de servir as escolas?
 - Faz-me lembrar aquela anedota do doente: 'Deviam dar-lhe um purgante.' 'Já lho demos e está pior'. 'Então ponham-lhe sanguessugas.' 'Já lhes pusemos e ficou pior.' 'Então rezem.' 'Também rezamos e continua mal.' Eis o que nós fazemos Falo-lhe de economia política e você diz-me que é pior. Refiro-me ao socialismo e responde-me: pior. Recomendo a instrução e declara-me: pior ainda.” (pág.313)

TOLSTOÍ, Leon. Ana Karênina. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
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É mais fácil amar de longe.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Fiapo

Ai, que vontade de escrever até meus dedos sangrarem! Queria ter um discurso todo pronto, sobre algum ou qualquer sentimento se quer. Algo vibrante! Expressivo! De fazer o corpo estremecer...E nada me vem, nada me chega da nuvem que é a nossa mente. Nada está pronto para ser vomitado. Tudo é extático e aparentemente vazio. Percorro os caminhos a procura de algum fiapo de sentir. Onde se esconderam vocês, fiapos de meu ser? Restos ressentidos e satisfeitos que não tem nada a dizer. Eu já percebi que têm livros/autores que nos inspiram mais a escrever...Tolstoi não é um deles.
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“Há quem mergulhe no mistério das árvores e sinta o coro dos troncos nus aliados ao arfar das vergônteas. Depois é o mutismo, para voltar o concerto de uivos e gemidos, misturados de sons em que o ranger dos eucaliptos se confunde com o ciciar das tamarindeiras e dos zimbros.” (pág.213)

SANTOS, Isidoro Duarte. O Espiritismo no Brasil. RJ – EP Editora, 1960.
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Dois aniversários hoje, e, da mesma pessoa xD

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Finados chuvoso

“'Quem tem pouco assunto em que se ocupar – dizia Montesquieu – é muito falador'. Na verdade, quanto mais se pensa, menos se fala. E quando o espírito mergulha no seu mundo, quando não sente a bagatela da vida, os lábios emudecem”. (pág.197)

SANTOS, Isidoro Duarte. O Espiritismo no Brasil. RJ – EP Editora, 1960.
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Nem lembrava mais os motivos das brigas, mas a mágoa permanecia, pequena, incômoda; será que o tempo a apagaria?
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Apresentando...Nikita! .Nov2012. twitpic.com/b9r72q