domingo, 21 de dezembro de 2014

Febeapa *

Será que ainda sei sublimar? Tenho dado uma trégua ao meu cérebro. Tanto tempo sem criar, silenciando o cotidiano, o que queima e morre dentro. Sem fumaças por hora. Esse ano foi de muitos aprendizados...vivenciei extremos, do autocontrole ao descontrole desesperador – sobrevivi. Nada que tenha deixado marcas aparentes, mas a alma está cheia de remendos, passou já um período de convalescência, eu diria. Tantos meses sem tocar em um livro...faz falta e não faz ao mesmo tempo. Porque parece que é hora de viver e não de ficar como espectadora. Sinto falta da poesia, de ver uma cena e me sentir tocada a tal ponto que preciso escrever. É lindo viver e escrever, o inverso nem tanto. O sonho vai ficando cada vez mais palpável, mais real – basta esperar agora. Seguir o fluxo, refletir sobre o que o universo apresentar: não existe o aleatório, apenas desconhecemos as regras que regem o caos, que é caos porque somos tão ignorantes. Precisamos reconhecer isso para aprender mais; não sabemos tudo, mas devemos buscar conhecer tudo. 
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domingo, 14 de dezembro de 2014

Life is that simple

I have food, roof and clothes. Basic needs checked. Now, for the spiritual conection: art and helping others. Life is that simple. Make it simple.

11/12/14

sábado, 13 de dezembro de 2014

Mãos à obra


Cada gota no oceano somada à seguinte forma um mar enorme. Se cada gota tivesse seu próprio pensamento talvez não se somassem. Talvez cada gota quisesse descobrir por si só o que é o mar. Passariam séculos até que as gotinhas percebessem que juntas são mais fortes, bastando a vontade de se somar para encontrar seu espaço e direção à unicidade.


A cada dia que passa, cresce em mim, a sensação de que esse momento de união é iminente. Temos as ferramentas, falta apenas arregaçar as mangas e trabalhar!

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

sábado, 8 de novembro de 2014

Eu não sou louca

Uma noite estava tão quente que, antes de dormir, tive vontade de mergulhar na água. Na impossibilidade de tal fato, estando eu a mais de 30 metros acima do solo, molhei meus óculos e coloquei-os no rosto. Foi refrescante; pude enganar o meu cérebro, deixando-o satisfeito com o que eu tinha ao meu alcance: uma pitada de realidade para uma montanha de imaginação.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Corpo & Chuva

Corpo e chuva
31/10/14

Corpo quente no solo ardente
Onde se esconde o vento?
Espero a chuva que se anuncia
Nesses trovões que estremecem o dia

Meu corpo pede o solo
Meu corpo pede a chuva
Meu corpo espera o zunido
Meu corpo se perde

Já é noite
E o céu já é escuridão
E os trovões continuam
Nessa chuva que não cai

Até que a chuva chega
Forte e renovadora
Como eu ansiava por esta chuva!
Meu corpo nu se encontra
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Tanta coisa já mudou...já sou outra com certeza, e as mudanças se perderam. Tanto esforço que não parece esforço, diluído que fica no cotidiano. A expectativa é de mudanças, boas, sem dúvida, espero, me esforço. Daqui da janela, vejo a chuva lavar o Rio, uma névoa se adensa, sem eu saber o que vai do outro lado. Desconheço se alguém se questiona como eu. A esperança persiste de que o pensamento agrega pensamento e que as boas energias se atraem para criar algo novo e motivador. Envolvente. Como essa chuva que me abraça.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Social capital?

Não gosto de me perder em questões políticas ou econômicas, não é o meu perfil, mas uns dias atrás fiquei pensando sobre o socialismo e o capitalismo. De forma breve, tenho o capitalismo como aquele que ganha em cima dos outros e o socialismo como o bem-estar social. São concepções bastante simplificadas...eu imagino que uma solução possível seria o caminho do meio. Utilizar um pouco de cada uma das concepções.

Seria ótimo se todos nós nos conscientizássemos da importância de usar parte do nosso dinheiro para algum bem comum ou para fazer um bem ao próximo seja ele quem for. Acho que o caminho passa pelo estímulo de oportunidades para que cada um crie sua própria riqueza. Meu pai falou isso uma vez e isso ficou comigo. É simplesmente dar um destino, de forma voluntária, ao capital visando o crescimento de uns e de outros. Não digo de todos porque a vontade e o esforço de cada um é diferente. Não dá para você ter mais riqueza fazendo nada ou apenas explorando o trabalho do outro.


O que me lembra de outro ponto; por que não distribuir lucros para os trabalhadores quando a empresa vai bem? Isso para o capitalista é a morte! Dividir, jamais. E se puder, vamos mandar gente embora para diminuir os custos. Isso é tão errado. Mas até que existem empresas mais preocupadas com os seus funcionários...mas o lucro vem sempre primeiro, não tem jeito. 

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Sem cessar, alimento

11/10/14

Sou feliz
Mesmo nesse calor que nos tira do sério
Confia, serve e agradece.
Quem me abraça: a luz ou as trevas?
Sinto novamente,
Não sou insensível
E tenho vontade de gritar
Não de medo ou desespero
E, sim, de felicidade
Porque confio, sirvo e agradeço.
Banho-me de luz e
Respiro a esperança
Bons frutos hão de germinar
Em boa terra, em água que abunda
Busco e os caminhos se descerram
A água cristalina reflete:
O sol me renova porque
Alimenta o sorriso,
Que brota sem cessar.

sábado, 11 de outubro de 2014

Emily Dickinson


Part Two: Nature

LVII

SOME keep the Sabbath going to church;
I keep it staying at home,
With a bobolink for a chorister,
And an orchard for a dome.
  
Some keep the Sabbath in surplice;
I just wear my wings,
And instead of tolling the bell for church,
Our little sexton sings.
  
God preaches,—a noted clergyman,—
And the sermon is never long;
So instead of getting to heaven at last,
I ’m going all along!

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Deus em meu quintal

Alguns guardam o Domingo indo à Igreja;
Eu o guardo ficando em casa,
Tendo um sabiá como cantor,
E um pomar por santuário.

Alguns guardam o Domingo em vestes brancas;
Mas eu só uso minhas asas,
E ao invés do repicar dos sinos da Igreja,
Nosso pássaro canta na palmeira.

É Deus que está pregando – pregador admirável, –
E o seu sermão é sempre curto:
Assim, ao invés de chegar ao céu, só no final,
Eu o encontro o tempo todo no quintal!
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Essa maçã está muito mole...mas isso é uma banana! Oh. Por que você está tão silenciosa e me encarando? Ah, você quer um pedaço? Nhac!

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Empilhando livros

Leio três no momento: Woolf,   Dante e o brasileiro Scott.
E os próximos já estão engatilhados: Hermínio C Miranda e Huxley.


Super ansiosa para ler Huxley novamente! Adoro seus posicionamentos, suas ironias.

sábado, 20 de setembro de 2014

Memória renitente

Ora era nítida, ora embaçada. A lembrança arisca. Três corpos e uma mesa. Éramos três almas aflitas, pois ia dar quatro horas da tarde. Numa terça ou quinta-feira, um mês antes do acidente. É dolorido reviver...ouvir falar de seu pai, sua impaciência com seu ente tão querido que brevemente diria adeus. De forma tão abrupta, tão brutal. Quatro corpos na rodovia, três respirando e um sem vida. Peso imenso na carcaça e você vivendo um dia após o outro, retraída, sem mostrar marcas. E eu aqui sofrendo, por ter antecipado, por não ter avisado. Por não saber o que seria.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Não há mais desculpas: sejamos felizes

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“Olhava as pessoas lá fora; pareciam felizes, reunindo-se no meio da rua, gritando, rindo discutindo por nada. Mas não conseguia saborear, não conseguia sentir. Na confeitaria, entre as mesas e os garçons falantes vinha-lhe o medo terrível – não conseguia sentir. Conseguia raciocinar; conseguia ler, Dante por exemplo, com toda a facilidade (‘Septimus, deixe o livro’, dizia Rezia, fechando delicadamente o Inferno), conseguia somar a conta; o cérebro estava perfeito; então devia ser culpa do mundo – que não conseguisse sentir.

(...)
Ao chá Rezia lhe contou que a filha de Mrs. Filmer estava esperando um bebê. Ela não podia envelhecer sem ter filhos! Estava muito solitária, estava muito infeliz! Chorou pela primeira vez desde que se casaram. À distância ele ouviu seus soluços; ouviu precisamente, percebeu distintamente; comparou ao som de um pistão. Mas não sentou nada.         
Sua esposa estava chorando, e ele não sentia nada; apenas a cada vez que ela soluçava dessa profunda, dessa silenciosa, dessa desesperada maneira, ele descia mais um degrau do poço.
Por fim, num gesto melodramático que adotou mecanicamente e com plena consciência de sua insinceridade, deixou cair a cabeça sobre as mãos. Agora tinha se rendido; agora outros deviam ajuda-lo. Ele cedeu.” (p. 103, 105 e 106)

WOOLF, Virginia. Mrs. Dalloway. Porto Alegre, RS: L&PM, 2012.  
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Síndrome de Irlen

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Acredite

Foi você o sonho mais lindo que eu sonhei
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sábado, 6 de setembro de 2014

Hugo nunca dormiu fora de casa

Ler é procurar a origem *
06/09/14

Sinto vontade de rir e
rio de suas palavras
Como seu argumento é clichê?!
E me parece fora de contexto;
num mundo em que o conhecimento está
todo aí, disponível,
para engolirmos e
nos curar de nossas queixas.

Nossas doenças são reflexo de quem
estamos sendo. O Remédio?
Busca e acharás.

* Frase de José Castello, no Prosa e Verso de hoje, sobre a poesia de Paulo Sott.
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sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Página 64

“49- Como definir fisicamente um conflito que emerge de nosso lado inconsciente?
RAMATÍS – Se o indivíduo pudesse observar melhor suas reações físicas, teria uma visão panorâmica de seus conflitos. Tudo aquilo que consta em nosso reservatório psíquico e que não ganhou uma elaboração, é periodicamente projetado para o lado consciencial com o objetivo de que o próprio indivíduo sinta, avalie e se liberte compreendendo o conteúdo que veio à tona. Muitas vezes, um conteúdo que simboliza algo que fora mal resolvido, ao ser projetado para o lado consciencial provoca uma profunda sensação de mal-estar, que se ignorada, mais adiante será novamente remetida ao consciente com sintomas mais densos, até que o indivíduo busque a causa que lhe gera estes sintomas. É a prova de que o corpo acusa quando não estamos bem psiquicamente. Por isso a importância de uma constante higienização mental através das terapias ou das técnicas meditativas. Na certeza de que a doença física é consequência de doença mental, podemos manter tratamentos profiláticos, evitando grandes sofrimentos.
                Adotando um conjunto de hábitos simples, a humanidade poderá conquistar a linha de equilíbrio que tanto busca, sem com isso pagar preço muito alto!"


RAMATÍS. As flores do Oriente. Limeira, SP: Ed. Conhecimento, 2000.  

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

1 em 3 tweets

Dia cheio, dia vivido.
Sol de setembro, seus raios
Para meu deleite.
Sem amarras, poetizo.
Um ponto,
Um conto,
Reconto: aumento.
O dia foi
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O dia foi longo
Não cabe aqui,
nem em mim
Invade, se esvai enfim
Lua de setembro, enfeitiça-me
Embala o sono ressonado
Ecoa ondas salgadas e
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Perdoa minhas travessuras.

domingo, 31 de agosto de 2014

Cair e levantar

“O segredo supremo devia ser contado ao ministério; primeiro, que as árvores estão vivas; depois, não existe crime; depois, o amor, o amor universal, murmurou, arfando, tremendo, extraindo penosamente essas verdades profundas que exigiam, tão fundo estavam, tão difíceis eram, um esforço imenso para enunciar, mas o mundo estava inteiramente transformado por elas, para sempre.” (pág. 80)

WOOLF, Virginia. Mrs. Dalloway. Porto Alegre, RS: L&PM, 2012.   
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Falha humana
30/08/2014
Ouço ao longe uma voz
Um lamento que me dói no peito
Uma súplica fraca e humilde
Um irmão
Inerte me mantenho, entre os meus
Sem ação ainda, permaneço
Mesmo sabendo que é dever atender
Calo
Mesmo sabendo que é pior estacar
Falho em Teu nome
Falho uma segunda vez ao negar
E o erro permanece
Eterno?
Meu erro,
Nosso erro.
Perdoa-me, irmão, porque falho.

sábado, 30 de agosto de 2014

Futuro

Em apenas um quarto de hora, naquela manhã nublada, todo o seu futuro fora traçado, ou melhor, esclarecido. Parecia loucura. E fazia sentido. Sentia como se fosse certo, os planos aconteceriam da forma imaginada e o melhor: sem medo.
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- Viu como sou honesta? Entreguei o dinheiro que encontrei, e era dela. Imagina precisar pedir dinheiro para almoçar?
- Podemos ir além? Se ela fosse uma desconhecida, você ainda tomaria essa atitude?
- Certamente.
- E se ela fosse um desafeto?
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Vida

O menino de três anos disse
sobre o velho
que ele era muito velho,
mas que ainda não estava morto.
Às vezes receio que
de mim ele diga agora
que já ando muito morto
mesmo sem ainda ser velho

Poema de Pedro Lenz tirado do “Prosa e Verso” de hoje.
Esse poema tem um ar familiar...

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Tim Green

O corpo reflete a alma: inchada.
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O sol me basta.
Abro os braços de olhos fechados em direção à luz, ao calor.
Sei que me basto – o sol fulgura.
Reflito o que de melhor escondo; camada após camada me recarrego de tua energia,
Ativo o que já há em mim.
A água me basta e procuro o sol, a luz, e estou completa.
Broto, transcendo o mundano.
O mundo não me é suficiente, preciso de mais e busco.
Sou a semente do que você desconhece, do que lhe fará se deslumbrar.
Mas, ainda, você, não me reconhece.
Sou o que você resiste, não resista.
Viva a vida. Não tenha medo de desbravar.
Coragem, avante!
Viva a nova vida: doar, doar, doar.
 Cada presente um sopro divino.
Um olhar deslumbrante adiante, além do alcance.
“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados”.
E choramos por nos conhecer mais a fundo,
Por nos perceber vivendo limitações, erros e vícios.
Naturalmente a escolha foi feita;
Não de forma fácil, mas como uma onda que vai e volta em um recipiente fechado, buscando qualquer fresta para escapar à prisão e se juntar às outras gotas do grande oceano,
Que é um só, separado por terras,
Pelo pó, pelas belas rochas que nos sustentam.
Porque não consigo fechar os olhos?
Nessas águas turbulentas para onde vou?
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Avisto férias, senhor, ali na esquina!

domingo, 17 de agosto de 2014

Príncipe Davi


Soube dia desses dessa iniciativa para ajudar um menino que teve meningite e precisou ter braços e pernas amputados. Uma amiga da faculdade que falou do caso, ela tem contato direto porque a iniciativa vem de onde ela trabalha.

Há uma página no facebook: https://www.facebook.com/ajudadavi

Lá você encontra uma lista de medicamentos e postos de arrecadação para deixar doações, assim como, a conta dos pais para depositar dinheiro.

Vamos nos mobilizar? Toda e qualquer ajuda é bem-vinda!
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Hermínio ainda me acompanha.
Dante vem logo em seguida, meio desanimado, meio devagar.
E por último: Virgínia e a outra Clarissa, uma que veio primeiro, antes dessa que vos fala.

sábado, 16 de agosto de 2014

God's not dead

Sem volta
13/8/14

No início, o amor era vazio.
Com o tempo fui percebendo...
O amor fez sentido
(Quando me abri para ele e pude senti-lo)

Agora amo mesmo
Não mais repito palavras vazias
O verbo agora é cheio, lindo, caloroso
Porque persegui, porque busquei.

Ninguém nasce sabendo
O que é amar. Podemos até
Ser amados. Mas o ato de amar,
Depende da nossa vontade.

Hoje procuro amar a tudo e a todos:
O sol, as plantas, os desconhecidos e
Aqueles que dificultam a vida.

Agora que me abri,
Não tem mais volta,
Não tem outro
querer – e amo.
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É, não tem jeito, crescer dói.
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Que saudades de escrever, de tentar colocar em palavras o que borbulha.

domingo, 10 de agosto de 2014

Ontem

Há muito tempo que estou cá a pensar: o que leva uma pessoa a ser forte? Alguém que não se abala. Como uma árvore de copa frondosa e tronco quilométrico.
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“As pessoas com uma fé verdadeira se distinguem por uma qualidade que todos nós reconhecemos. Essa qualidade é a graça. Uma pessoa com fé é graciosa em seus movimentos porque suas forças vitais fluem fácil e livremente pelo seu corpo. Ela é graciosa em suas maneiras porque não está presa a seu ego ou a seu intelecto, sua posição ou seu poder. É um todo com seu corpo e, através do seu corpo, com toda a vida e o universo. Seu espírito é luminoso e brilha com a chama da vida que há dentro dele.” (p.220)

LOWEN, Alexander. O corpo em depressão: as bases biológicas da fé e da realidade. São Paulo: Summus, 1983.
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Nunca tinha ido a um enterro. Foi enriquecedor, fazer parte de uma coletividade que diz "Adeus" ou "Até logo".

sábado, 9 de agosto de 2014

Estuda e medita

Tenho percebido que nem tudo é isso ou aquilo. Todos lutamos para sobreviver de uma forma ou de outra. Se alguém é minimamente normal, toda e qualquer pessoa tem dificuldades em alguns aspectos de sua vida. Não podemos agir como se o problema do outro fosse menor ou maior o que os nossos. Estamos todos juntos desvendando os melhores caminhos, estamos onde precisamos estar para apoiarmos uns aos outros.

Antigamente, o conhecimento era de poucos e eles ditavam o que seria o certo no seu entendimento, no seu estudo. Hoje, parece que qualquer pessoa pode buscar suas próprias informações e não há certezas, mesmo na ciência. Cada nova descoberta, põe por terra uma antiga concepção. Acredito, portanto, que não devemos ter as verdades de hoje como eternas, elas são dinâmicas; e, não devemos nunca desistir de buscar novas formas de encarar as dificuldades. Há sempre um jeito novo de resolver um problema, basta ter olhos de ver e ouvidos de ouvir. A resposta sempre nos chega, apenas precisamos estar abertos para enxergar e ouvi-la.

sábado, 26 de julho de 2014

Cada um se assemelha àquilo que ama

“O mundo está num estado perigoso e desesperado atualmente porque temos muito poder e pouca fé. Uma situação como essa só poderá resultar em duas coisas. Muitas pessoas ficarão deprimidas porque se sentem sem poder para realizar seus sonhos. Outras se rebelarão tornando-se revolucionárias usando violência para conseguir mais poder para endireitar o que consideram injustiças sociais. Sua violência é um antídoto para suas tendências depressivas. Ficariam deprimidos se abandonassem sua maneira viloenta. Violência e depressão são duas reações à sensação de falta de poder. Uma terceira é o uso de drogas e álcool. O drogado também contra-ataca a sensação de estar sem poder através dos efeitos narcóticos ou alucinógenos. Nenhuma dessas maneiras funcionará, entretanto. Nossa única salvação está na fé” (p.144)

LOWEN, Alexander. O corpo em depressão: as bases biológicas da fé e da realidade. São Paulo: Summus, 1983.

domingo, 20 de julho de 2014

Recomeçar

Nova folha em branco e já começo a sentir a nossa velha conhecida. Ouço sobre o árduo trabalho que é conhecer a si mesmo e me deixo afundar. Enquanto todos avançam, fico no mesmo lugar, fico mas não fico, parece. Foi escolha por instinto ou incompetência. A busca passa pela solidão, como outros antes disseram, mas será que é escolha ou medo? A entrega para um e para outro não parece ser possível, apesar de os dois lados serem o mesmo; os caminhos variam apenas. Todos escolhem o mesmo e eu, o outro, aquele que parece estar parado, aquele que ninguém vê. Eu vejo, alguns veem, mas este grupo está disperso. Longe. Cada qual com muito trabalho. Recomeço mais equilibrada, mas até quando? A única certeza é a da mudança, e, a de que cairemos novamente.

domingo, 13 de julho de 2014

domingo, 6 de julho de 2014

Pitch Perfect (2012)

Songs are so inspirational, it's like getting love, because when you sing, you are overwhelmed with it. It's beautiful. It's physical, you get to feel all the vibrations, it's like hearing truth. And I can see this wonderful future, where people will sing to one another, life will be a great musical, all coming as one to sing about the truth and love. We will see ourselves in the others in need, and we will sing to them, we will all sing as one. We will learn to touch others with music and be touched by it. There will be nothing more than music. Can't wait.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

sábado, 28 de junho de 2014

Vetitum

“Dentre os grandes filósofos, quem era casado? Nem Heráclito, nem Platão, nem Descartes, nem Spinoza, nem Leibnitz, nem Kant, nem Shopenhauer; mais ainda nem sequer os poderíamos imaginar casados. Um filósofo casado é motivo de comédia, esta é minha tese; a única exceção é Sócrates, o maldoso Sócrates, e ainda este me parece que se casou por ironia, precisamente para demonstra essa tese.” (p.121)

Nietzsche, F. In: Terceiro Tratado. A Genealogia da Moral. São Paulo: Ed. Escala, 2009.
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Na exposição de Dali, tantos sentimentos! Tia desmaiando na fila (assistência médica pronta a ajudar), alfinetada de cunhado (magoada), fome grande depois da looonga espera e da própria exposição em si e, pra terminar o dia, insônia, depois do sacrifício de tomar o mocaccino que ninguém gostou.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Copa no Brasil

Três cavalheiros me acompanham neste inverno cheio de gritos de torcida e de dor: Nietzsche, Ramatís e Thomas Mann.

“Que vale a taça vazia diante de quem agoniza de sede?” (p.145)
MAES, Hercílio.In: Espiritismo e Umbanda. Missão do Espiritismo. Rio de Janeiro, Freitas Basto, 1974.

“Cabeça e coração estavam embriagados e seus passos seguiam as instruções do demônio, que sente prazer em pisar com seu pé a inteligência e a dignidade humanas.” (p.146)
MANN, Thomas. A Morte em Veneza. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Dona de mim

Ah, o abismo! Queda que parece não ter fim. Obsessão que brota de um vazio perene, que testa a força para aguentar o furacão e chegar ao seu olho, porque o olho é a origem, é o ponto de partida, um pequeno círculo sereno que vai se abrindo em espiral, de baixo para cima, nos convidando a enfrentar outras turbulências para chegar ao centro do equilíbrio – onde não há desejos que escravizam, onde não há violência que desestabiliza, onde não há revolta que impede a elevação do espírito. Elevar para ser uno, para ser instrumento de trabalho, esvaziar-se de si e encher-se de nossa própria energia sublime aprisionada por nossa ignorância quanto a quem somos nós. Rodopio em sintonias terríveis. Peço ajuda, qualquer que seja, me tire daqui, desse furacão sem fim! Lance-me para desacordar, dando uma trégua ao meu espírito que convulsiona na matéria. Porque enfrento os vícios que guardados são, a briga se agiganta e parece a batalha das batalhas. Energias densas e viscosas demandam uma resposta que ainda não existe, porque ainda faltam alicerces, certezas. A força da mente que tenta e falha. Ainda falha. Engatinho em ser dona de mim.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Porque não há outra

Eu disse “sim, vamos”, com a certeza de que o encontro iria celebrar o afastamento, ou melhor, a celebração seria pelo fim do afastamento. No entanto, estava mais só em companhia do que quando realmente só estava. Crescemos tanto para um lado e para o outro assim como a distância entre nós. A vida adulta de um lado, e a adolescente do outro. Um encontro para ouvir as últimas estripolias cômicas, para perceber um lapso no tempo: você vive o que já deveria ser passado. A vida adulta é de responsabilidades, e ouço apenas você se gabar de triunfos sociais. Qual o valor de risadas que abafam a fuga de si mesmo? Minha felicidade aflorou com o baião, e morreu quando ficou clara a distância entre os dois propósitos de vida. A felicidade esvaiu-se, mas não foi assim sem poesia, porque o trágico era estar em companhia mas só, totalmente só. E o trágico é belo, tem um encantamento todo especial, difícil de explicar. O trágico nos faz sentir, nos faz mudar de vida. É um marco, o início de uma nova caminhada, decisão abraçada porque não há outra – e, assim, despertamos. Superamos a ilusão e nos aproximamos um pouco mais de nós mesmos, da nossa essência, que é a felicidade.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Criemos

“(...) Trabalhava silenciosamente, recolhido, invisível e cheio de desprezo pelos pequenos, para os quais o trabalho era um enfeite sociável, os quais, fossem pobres ou ricos, se exibiam selvagens e rotos ou luxavam com gravatas pessoais, que em primeira linha intencionavam ser felizes, gentis e levar uma vida artística, desconhecendo que as boas obras só se formam sob a pressão de uma vida dura; que aquele que vive não trabalha e que é preciso ter morrido para ser um completo criador”. (pág.32)

MANN, Thomas. Tônio Kroger. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
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domingo, 18 de maio de 2014

Rodando o parafuso

Você disse o que os outros disseram, as mesmas palavras. E eu queria algo mais profundo, apesar de que vindas da sua boca, tiveram um peso maior. As palavras são as mesmas, o que muda é o sentimento por detrás delas. Por isso gosto de escavar, buscar novas formas de dizer a mesma coisa. Sim, devemos amar o que fazemos...mas que amor é esse que transpiramos quando em atividade? Que força sublime é essa que transborda do corpo, que chega a ter um efeito físico na ponta dos dedos, no coração, na mente, no corpo todo. O corpo formiga e está pleno. Porque o espírito está pleno, está em Deus. Não amamos a atividade em si (ainda), mas o seu fim; a sensação boa que se tem depois de um longo dia de trabalho, recebendo em troca a certeza de que o dever foi cumprido dentro do seu limite, dentro das suas possibilidades, tendo você dado o seu máximo. E ainda achar que deveria ter se doado mais. Essa é a roda do amor ao próximo, a nós mesmos e ao Pai.
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“Decorrido um instante, tive a magnífica certeza de que não me sentia aterrorizada. Compreendi, num assombro vigoroso de confiança, que, se permanecesse um minuto no lugar em que me achava, ele deixaria – pelo menos durante algum tempo – de infundir-me pavor; e, com efeito, durante esse minuto, aquilo foi tão humano e odioso como uma entrevista real: odioso justamente porque era humano, tão humano como a gente se encontrar a sós, a horas mortas numa casa adormecida, com um inimigo, um aventureiro ou um criminoso. Era o silêncio mortal de nosso longo olhar, de tão curta distância, que dava àquele horror, enorme, a sua única nota sobrenatural. Se eu, num tal lugar, houvesse deparado com um assassino, teria podido, ao menos falar-lhe. Na vida, alguma coisa teria ocorrido entre ambos; se não ocorresse, algum de nós teria feito um movimento, ao menos. O instante se prolongou a tal ponto que pouco faltou para que eu começasse a duvidar se estava viva ou não” (p.196)

JAMES, Henry. A outra volta do parafuso. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

sábado, 17 de maio de 2014

Boa noite

Depois de alguns minutos já estávamos à vontade. Ríamos das histórias um do outro, na expectativa de falar e ouvir. Você falou mais, eu também falei, quando você não queria mais se exibir. Quantas habilidades! Convencedor de primeira, ledor de expressões, um cavalheiro, que não há igual. Sou diferente dos outros. Sim, todos somos. E as perguntas inconvenientes (esperadas),  vontade assanhada de saber para jogar. Sejamos francos: sei mentir como ninguém, olha aí, mais uma habilidade. Detesto isso, busco aquilo. Mais do mesmo. Você fala inglês? Vamos conversar em inglês a partir de agora! Exibido. Sou um pouco de tudo: responsável quando precisa, gosto de jogar video-game, heróis e desenhos, mas nada em excesso. Já sei que você não é vaidosa. Nós, homens, sempre temos expectativas, se é que você me entende. Entendido. Consigo falar com até três pessoas ao mesmo tempo. Eu não, tenho que prestar atenção, e se você fala eu paro e escuto. Não come carne? Eu pensei em ser vegetariano, mas durou apenas seis horas. Leviano. Conscienciosa? Ganhou pontos. Eu sei que você está pensando em outra coisa quando olha pro lado ou mexe no garfo. Análise sem fim! O que estávamos falando mesmo? Tenho duas perguntas: podemos ir e podemos nos ver de novo? Não sei. Essa é a pior resposta que você pode me dar. Caminhamos. E na despedida: e agora nos deixamos. Você tão próximo que nem vejo seu rosto na escuridão da noite. Você escolhe: ou eu vou ou eu fico. Ocupamos praticamente o mesmo espaço. Beijo. Beijo mais longo...posso te ligar? Careta. Posso mandar mensagem? Pode. Conquistou? Ganhou o que queria na iniciativa.
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Se Otto diz, então é: sou transparente.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Lady Barberina

“ - Pode dizer tudo que queira a meu pai, mas não quero ouvir mais coisa alguma. Você falou muito, considerando-se o muito pouco que me deu a entender, antes.
- É que estive observando-a – confessou Jackson Lemon.
Lady Barberina ergueu mais ainda a cabeça e fitou-o nos olhos. Disse, depois, com seriedade:
- Não gosto de ser observada.
- Não devia então ser tão bonita.” (pág.44)

“ - Não sei como poderia haver plebeus onde não há lordes. São os lordes que fazem os plebeus , e vice-versa.” (pág.75)

JAMES, Henry. Lady Barberina. São Paulo: Abril Cultural, 1980.


quarta-feira, 7 de maio de 2014

Onipresente

Em terreno inexplorado, tateamos. Nunca nos cumprimentamos antes, nunca pausamos a voz apenas para apreciar o rosto um do outro, mudando...com a expectativa de nos tocarmos com as palavras, com os olhos. As palavras são inúteis quando elas encobrem o que morre dentro de nós. Fingimos que não somos importantes um para o outro, levamos a vida nos evitando porque amor tão grande é tão difícil de vivenciar. Seu rosto é luz, o que dificulta o reconhecimento. Você, anônimo, personificado nos corpos que passam por mim, e nem me notam. Eu noto vocês que são um. Eu noto e sinto, toda só. Encontro no invisível respostas que desconheço, sinto a compreensão sem o raciocínio. Sinto seu abraço sem corpo. Amo pensar em você, apesar de desconversar quando você se faz presente. Onipresente. Em terreno inexplorado, tateamos. E tentamos acertar mais do que errar.

sábado, 3 de maio de 2014

Reencontro

Sobre o teatro...é engraçado quando se diz que a vida imita a arte ou vice-versa. A arte parece ser a vida em profundidade, a vida em câmera lenta. Quando vejo uma peça de teatro é tudo tão intenso...e na vida...não temos direito a ensaios na vida. Temos que pensar antes de qualquer coisa para não nos arruinar e na arte...na arte tudo pode – percorremos de um extremo a outro, misérias, reflexões, estupidez e exageros. Teatro é mais que vida. È dar atenção aos mínimos detalhes, cada gesto, cada tom de voz, cada emoção que transborda do ator para a plateia. E na vida...nem todo mundo sabe o seu papel, ou as suas falas...o que por outro lado, tem a sua beleza...não saber o que falar, respirar descompassadamente, dar o silêncio quando nada se tem a dizer. Ou falar a primeira palavra que lhe vem à mente, mesmo que não tenha nada a ver com o contexto. Sinto falta...sinto falta de conexão com o outro e o mundo, essa intensidade que é vivenciar àquela energia.

domingo, 20 de abril de 2014

Semana passada

“Em você existem causas da sua derrota e vibram as forças de seu triunfo” - André Luiz

Tenho andado derrotada. 
E reclamando de barriga cheia.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Horses Hotel

No breu do quarto, coloco em voz alta, converso contigo sobre a vida e dúvidas; questiono os desacertos, as incongruências, o que não faz sentido. Peço por uma luz, não uma resposta, mas uma perspectiva porque eu nem sei o que perguntar.

Hoje você me atendeu: agora percebo que eu queria sentir medo. Nossos olhos se refletiam um no outro. Sua boca disse que queria me tocar. Nessa hora, o ar era só chumbo. Minha boca era deserto, a respiração, nenhuma, enquanto eu sustentava o olhar para não demonstrar fraqueza. O desconforto era quase insuportável, afinal eu era o centro do universo. E eu não tinha medo.Você quis me amedrontar e eu senti vontade de rir, e o fiz por dentro – você nem se deu conta.

Eu era uma boba mesmo.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Ao pé da montanha

“Declaramos ter como instrutores e mestres espirituais, responsáveis por nosso progresso na existência presente, pelo menos, Espíritos hindus e egípcios. Talvez, por isso, estas particularidades de iniciação rigorosa resultem dos métodos das Escolas a que tais instrutores se prendem no Espaço, como se prenderam na Terra, e não seja o fato ou a exigência, de ordem tão geral como se poderia supor. O certo é que até mesmo nossos estudos doutrinários, nosso trabalhos espirituais, nossas leituras, e até mesmo nossos passeios e diversões, são por eles dirigidos, sob o máximo rigor e método invariável. E quanta renúncia tudo isso nos há custado! Escolhem os livros que devemos ler, suspendendo, por vezes, leituras doutrinárias, para que não sobrevenha o fanatismo, e advertem-nos da inconveniência dos jornais! Apontam-nos as horas de trabalho, as companhias e os amigos, os Centros Espíritas a frequentar. Desviaram-nos o matrimônio das preocupações, desde antes dos vinte anos de idade. E se amarguras colhemos, insistindo em ilusões do gênero, reconhecemos que provieram da desobediência aos seus conselhos. Pertencendo a uma família onde havia bons intérpretes da Música, fomos impossibilitada igualmente de estudá-la, não obstante a grande vocação, pois nos diziam os instrutores hindus, vendo-nos insistir nas tentativas de um curso de piano: - Somente um caminho deverá existir à tua frente – a doutrina do Cristo, o Consolador! És espírito reincidente em erros graves, a quem se cogita, do Invisível, de auxiliar a se reerguer, agora que a seleção dos valores existentes no Planeta será feita para o advento da Luz. A Música virá mais tarde, com o dever cumprido. Obterás compensações às lágrimas que chorares pela impossibilidade desse ideal” (pág. 148 e 149)

PEREIRA, Ivone A. Devassando o Invisível. FEB, 1963.
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Aos poucos fui mudando, desapegando de velhos vícios. Divido-me quanto à realidade que hoje vivencio. Se feliz me reconheço pelo caminho percorrido até agora, também sinto novo vazio, novas angústias em resposta ao silêncio da vida. Ávida por aprendizado, bocejo diante da roda do cotidiano. Ao pé da montanha, estou.

sábado, 5 de abril de 2014

So special

“Do yourselves a favor,
get in the water now.
You might be thinking it´s
too uncool or stupid,
but you'll never know
how you really feel about it
until you jump in. Go ahead.
Give it a chance. And, hey,
you just might like it”.

And then the “fanfare for a son” comes on.
Beautiful.

At Middleton (2013)
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domingo, 30 de março de 2014

Não exijas, ame

“Quem sabe pode muito, quem ama pode mais” - Chico Xavier
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A casa se encontra mais calma, há um quê de harmonia no ar, quase se pode sentir o cheiro de flores. Isso é muito bom. Respira-se mais levemente, já que tudo deu certo.
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Em contrapartida, brigo incessantemente com o corpo, o espírito grita uma posição e o corpo grita outra. Não poderia estar mais confusa, apesar de que a situação que se repete deixa uma certa sensação familiar. Situação que se repete a vida inteira e, claramente, tem algo a mostrar – mas o quê? A alma pede novos projetos, novos caminhos, novos trabalhos – mas o quê? Não há como saber se a calmaria é prêmio ou momento de arrumar a bagunça.

sexta-feira, 21 de março de 2014

De repente: chuva

21/03/14

Já reparou,
tem gente que só é
quando sofre.
Se tudo vai bem,
tudo pode esperar;
Nada é urgente.

Quando fomos feitos
para ser, para agir.
Adia-se o inevitável,
quando correr a favor da mudança,
É encontrar-se. É felicidade.
É chuva, assim, de repente.

sexta-feira, 14 de março de 2014

A mosca


- Cuidado para a mosca não cair no seu prato.
- Não tem problema, eu mentalizo para ela ir embora.
- Eu tenho um método melhor – e fez movimentos repetitivos de assassino.
- Entendo, o seu método é físico.

E demo-nos conta: a mosca tinha ido embora.

- É, o seu método é melhor, reconheceu o outro.
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“Coincidência”: Mattia Pascal x House. Tendo terminado de ler a história sobre um homem que é tido como morto e passa a viver nova vida; no dia seguinte, assisto o último episódio de House, em que o próprio usa o infortúnio do Mattia para enganar a todos.

Bravo!

quinta-feira, 13 de março de 2014

Ah,...que delicioso!

Queria eu escrever um poema...dizer com palavras bonitas qualquer coisa de ordinário, mas com uma visão toda poética. E teria um título assim: Lodola, lodoletta.
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(…) “O Emaranhamento, se existe, é portanto, deliberado; o mecanismo, se existe, é, portanto, deliberado; mas não por mim e, sim, pela própria fabulação, pelas próprias personagens. E, com efeito, revela-se imediatamente: a miúdo, é arranjado e posto à vista no próprio ato de arranjá-lo e armá-lo. É a máscara para uma representação, o desempenho do papel que cabe a cada qual, aquilo que desejaríamos ou deveríamos ser e aquilo que, aos outros, parece que somos, ao passo que, o que somos, nem nós mesmos, até certo ponto, o saberemos; é metáfora bisonha e incerta de nós mesmos; a construção, frequentemente cerebrina e capciosa, que fazemos de nós ou que de nós fazem os outros: logo, realmente, um mecanismo, sim, em que cada qual, deliberadamente, repito, é o títere de si mesmo. Depois, no fim, vem o pontapé, que manda pelos ares a geringonça toda.” (p.319)

PIRANDELLO, Luigi. Advertência sobre os escrúpulos da fantasia. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
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Gentil cotovia, o que você traz de notícia? Boa, espero. O que você anda espiando do alto das árvores? Diga se vê algo que mereça atenção. Diga se vê uma janela ao lado de uma amendoeira, janela que serve de contato entre o eu e a natureza. Você se vê no reflexo? Pensa que é você mesma ou outra lodoletta? Canta pra mim, cotovia, canta alto para eu ouvir do lado de cá da janela.

sábado, 1 de março de 2014

Amore

In cuor di donna quanto dura amore?
- (Ore)

Ed ella non mi amò quant'io l'amai?
- (Mai)

Or chi tu che sì ti lagni meco?
- (Eco)
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Em coração de mulher, quanto dura o amor?
- (Horas)

E ela não me amou como eu a amei?
- (Nunca)

Mas que és tu, que assim te queixas comigo?
- (Eco)

PIRANDELLO, Luigi. O falecido Mattia Pascal. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Secção

E do fim, chegamos ao início. Tudo novo, tudo excitante. Como nunca foi. A inspiração que borbulha e explode em fragmentos. Ela que é pura alegria, cheia de vida! Que faz rir, que faz formigar lá no fundo do mistério. O que é proibido tem sabor de morango com chocolate.
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Escrevo para não dizer. Digo para não sentir. Palavra que mata o tanto que me faz sorrir.
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Intenso e desnorteante, descontrole enervante. Precisando desapegar do desejo.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Pretexto

Sua pele alva apresentava uma marca longa, recente, um arranhão no interior de sua coxa direita. De onde teria vindo? Suas unhas eram mantidas curtas, a única explicação gritante. Outro motivo teria que ser levemente mais imaginativo, como num sonho, quando tudo e qualquer coisa pode acontecer. Quando tudo e qualquer coisa têm motivos incoerentes à princípio. Nunca se pode ter certeza do que motiva um sonho, ou um arranhão no interior da coxa; tudo não passa de mera especulação. Na verdade, o motivo em si era fácil de desvendar: coceira. O difícil era descobrir o como. A única verdade parecia ser o poder da mente, verdade essa esotérica. A verdade racional poderia ser o sonambulismo. Eram duas vidas, uma real e outra em sonho. Mas qual seria a mais verdadeira, o arranhão feito durante o sono ou a realidade que não apresenta solução? Talvez a resposta estivesse na mistura dos dois mundos, um influenciando o outro. Era apenas questão de aceitar a possibilidade – problema resolvido.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O próximo

Quem olha para trás busca...um olhar, um sorriso, uma palavra. Talvez queira dizer algo, talvez queira se ligar com outro alguém. Seja quem for. Com a profundidade nunca antes experimentada. Hesitação: dizer qualquer coisa ou calar. Silêncio que é leve e reconfortante, silêncio que abraça todo o ser. Espíritos que se reconhecem, que são alegres na presença um do outro. Espíritos irmãos que se completam no apoio de um olhar, um sorriso, uma palavra.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

À espera de

“Agora muitos de nós precisamos da coragem de aprender, de servir, de compreender, de esperar...E, provavelmente, mais tarde, em trechos mais difíceis da viagem humana, todos necessitaremos da coragem de sofrer e abençoar, suportar e viver”. (p.78)

XAVIER, Francisco Cândido. “Como perdoar” In: Alma e coração. Ed. Pensamento, São Paulo.
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Perscruto meu ser, procuro o que acabo por evitar porque não é hora de superar. Racionalizo por alguns instantes e deixo estar. Evito o que me desequilibra porque ainda não sou forte. A cada novo dia, amo-te um pouco mais, para, às vezes, achar que dou muitos passos para trás. Vou aprendendo o desapego para com suas pequenas maldades, impensadas, talvez, sem intenção de ferir. De longe, todo amor latente floresce.
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22/12/13
I try to do my part.
I try to face my fears.
I'm getting so close to them,
they get bigger and bigger.
But there is no other path to choose.
As I get to them, it's almost umberable.
I can't see straigh
I can't feel with clarity.
I don't want to run away, because it scares me.
I want to face it for as long as I can take.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Quem nunca sentiu?

“Existem poetas a quem pedimos para nos ajudar a decair, para encorajar nossos sarcasmos e agravar nossos vícios ou nossos estupores. São irresistíveis, maravilhosamente debilitantes...Existem outros, de acesso mais difícil, porque não vão ao encontro das nossas amarguras e das nossas obsessões. Mediadores no conflito que nos opõe ao mundo, nos convidam à aceitação, à concentração em si mesmo. Quando estamos cansados de nós próprios e, mais ainda, de nossas queixas, quando essa mania eminentemente moderna de protestar e de reivindicar adquire aos nossas olhos a gravidade de um pecado, que reconforto reencontrar um espírito que nunca sucumbe a ela, que recua ante a vulgaridade da revolta, como um homem da antiguidade, da antiguidade heroica e declinante, semelhante à um Píndaro, e também ao Marco Aurélio da exclamação: 'Tudo o que as horas me trazem é, para mim, um fruto saboroso, ó Natureza'”. (p.100)

CIORAN, Emil. “Saint-John Perse”. In: Exercícios de admiração. Rio de Janeiro: Rocco, 2011.
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“Eu imaginava que você se tornaria uma empresária super bem sucedida, estou decepcionada, sério.”

“Desculpa, por não ter seguido o seu plano para a minha vida”.
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Despedidas: menos 4.

domingo, 26 de janeiro de 2014

sábado, 18 de janeiro de 2014

Desconforto no mundo: Clarice

         “'Fiquei contentíssima', disse ela. 'Não esperava. Uma completa surpresa. Mas logo veio uma depressão muito forte. Eu, ganhar esse dinheirão (70 mil cruzeiros) e tantas crianças que necessitam, por aí...'
        'Por que não faz uma doação a essas crianças?', Coutinho perguntou.
      'Porque os adultos ficariam com o dienheiro. Olhe aqui, em já tentei reformar o mundo. Por isto fui estudar Direito. Me interessava pelo problema das penitenciárias. Mas, desde que recebi a notícia do prémio, não consigo pensar senão nisto: crianças morrem de fome, crianças mortas de fome. Mas quem sou eu, meu Deus, para mudar as coisas?'” (p.621)

MOSER, Benjamim. Clarice, uma biografia. São Paulo: Cosac Naify, 2013.
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Quando alguém vai invadiando a nossa vida, meio sem pedir, já não sou mais quem eu era. Tenho que ser outra. Aquela que tem que você do lado. Aquela que não mais guarda tudo dentro de si, aquela que começa a pensar no que pode ser compartilhado.Sou aquela que acredita na mudança, mas também que tem os seus limites. Hora de aprender?

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Sistemática

Tem dias que acordo tão poética! Tudo é belo e entendo o mundo sem fazer o mínimo esforço. As emanações envolvem tudo e todos, nada me machuca. Ouço pássaros e sei porque cantam, ouço ofensas e sei que não sabes viver corretamente, respondo com amor e carinho; eu também tenho meus dias de cão.

Porque me compreendo, compreendo o próximo. Porque tenho paciência com os meus erros, não condeno os seus. Mas não é sempre que tudo se encaixa; peço perdão quando erro, e, perdoo quem me usa como válvula de escape. Já abracei tal caminho. E, por isso, mais dias serenos e felizes me é permitido. Eu me permito.

Eu me permito desapegar de qualquer sentimento que me faça mal. O desapego de sentimentos é mais difícil do que o desapego de bens materiais, é um passo a frente do corriqueiro. Eu desejaria que mais pessoas se dessem conta do poder que temos para mudar o mundo, ao permitirmos que nosso interior se modifique.

Uma mudança consciente é saber onde se está e onde se quer chegar. E o lugar não é material que é apenas um meio. O lugar é mágico, mas muito além do que entendemos por essa palavra. Porque é um lugar ainda distante, incompreensível – enxergamos aquilo que podemos conceber como possível. Se tudo é possível, estamos abertos ao desconhecido.

Desconheço o seu ataque, ele nada mais representa do que medo e ignorância. Ao desconhecer, por uma escolha anterior, por uma escolha já aprendida, por uma escolha que passou a ser natural – desarmo-te, e você passa a saber que não quero o seu mal. Mesmo que você espirre o seu veneno, nem preciso de antídoto, tal arma não arranha nem a superfície. Na verdade, você faz-me forte, faz-me exercitar o amor, e, por isso, agradeço.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Verão de domingo

Duas bicicletas vermelhas. E faz sentido: “I love you, but I don't like you”.

sábado, 4 de janeiro de 2014

Lidos 2012

    1. Ana Karênina Vol.1 de Leon Tolstói
    2. Sentimental(poesia) de Eucanaã Ferraz
    3. Diálogo com as Sombras de Hermínio Correa Miranda
    4. A Passagem de Rick Medeiros
    5. A Velhinha de Taubaté (contos) de Luis Fernando Veríssimo
    6. Ana Karênina Vol.1 de Leon Tolstói
    7. Crepúsculo dos Ídolos (Ou como Filosofar com o Martelo) de Nietzsche
    8. O Espiritismo no Brasil Vol.2 de Isidoro Duarte Santos
    9. Rilke - Cartas a um Jovem Poeta de Rainer Maria Rilke
    10. Água Viva de Clarice Lispector
    11. Diretrizes de Segurança de Divaldo Franco e José Raul Teixeira
    12. Almas Mortas de Nikolai Gógol
    13. Técnica de Mediunidade de Carlos Torres Pastorino
    14. Segurança Mediúnica de João Nunes Maia
    15. Diversidade dos Carismas Vol.2 de Hermínio Correa Miranda
    16. Adolescência - Um Desafio para Pais e Educadores Ed. Auta de Souza
    17. Diversidade dos Carismas Vol.1 de Hermínio Correa Miranda
    18. Mediunidade Sem Lágrimas de Eliseu Rigonatti
    19. Pálida Ruína (poesia) de João Vitor Bentes
    20. O Beijo e Outras Histórias (contos) de Anton Tchekhov
    21. As Três Irmãs (peça) de Anton Tchekhov
    22. Vidência, Clarividência, Psicometria, Halioscopia de Antônio Plínio da Silva Alvim
    23. Mãe de Máximo Gorki
    24. Confissões de um Jovem Espírita de João Carlos Leal
    25. A Vida Além da Sepultura de Ramatís
    26. Pequenos Burgueses (peça) de Máximo Gorki
    27. Zorba the Greek de Nikos Kazantzakis
    28. Um Amigo no Escuro de Marcia Kupstas
    29. Missionários da Luz de André Luiz e Francisco Xavier
    30. Bartleby, o Escrivão de Herman Melville
    31. Contraponto de Aldous Huxley
    32. Magia de Redenção de Ramatís
    33. Animais - Nossos Irmãos de Eurípedes Kuhl
    34. E a Vida Continua... de André Luiz e Francisco Xavier
    35. Mar de Histórias Vol. 5 (contos) de Paulo Ronái e Aurélio Buarque de Holanda
    36. Bem-Aventurados os Simples de Waldo Vieira
    37. Nosso Lar de André Luiz e Francisco Xavier
    38. Always Looking Up The Adventures of an Uncurable Optimist de Michael J Fox
    39. A Gênese de Allan Kardec
    40. Através do Espelho e o que Alice Encontrou por Lá de Lewis Caroll
    41. Aventuras de Alice no País das Maravilhas de Lewis Caroll
    42. O Risco do Bordado de Autran Dourado
    43. Autismo, uma Leitura Espiritual Hermínio Correa Miranda

      quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

      #surpresasde2013

      > Amigo-oculto cult
      > Cristiano
      > Maria Clara nasceu
      > Exame de sangue excelente
      > Fim de semana sem água
      > Summer Night's performance
      > Hiperplasia da terceira pálpebra (Nikita)
      > Adios frango
      > Seminário
      > Tinea brachium
      > Primeiras férias (Búzios)
      > Pietra nasceu
      > Prima se muda pro Canadá
      > Conquistas culinárias – sopas & cupcake
      > Zack's
      > Arraial em Tiradentes, MG
      > Mais um siso que se vai
      > Acidentes inesperados
      > Curso Universalista
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      > Kumon
      > Dorsalgia
      > Carnaval em São Pedro da Aldeia