segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Sistemática

Tem dias que acordo tão poética! Tudo é belo e entendo o mundo sem fazer o mínimo esforço. As emanações envolvem tudo e todos, nada me machuca. Ouço pássaros e sei porque cantam, ouço ofensas e sei que não sabes viver corretamente, respondo com amor e carinho; eu também tenho meus dias de cão.

Porque me compreendo, compreendo o próximo. Porque tenho paciência com os meus erros, não condeno os seus. Mas não é sempre que tudo se encaixa; peço perdão quando erro, e, perdoo quem me usa como válvula de escape. Já abracei tal caminho. E, por isso, mais dias serenos e felizes me é permitido. Eu me permito.

Eu me permito desapegar de qualquer sentimento que me faça mal. O desapego de sentimentos é mais difícil do que o desapego de bens materiais, é um passo a frente do corriqueiro. Eu desejaria que mais pessoas se dessem conta do poder que temos para mudar o mundo, ao permitirmos que nosso interior se modifique.

Uma mudança consciente é saber onde se está e onde se quer chegar. E o lugar não é material que é apenas um meio. O lugar é mágico, mas muito além do que entendemos por essa palavra. Porque é um lugar ainda distante, incompreensível – enxergamos aquilo que podemos conceber como possível. Se tudo é possível, estamos abertos ao desconhecido.

Desconheço o seu ataque, ele nada mais representa do que medo e ignorância. Ao desconhecer, por uma escolha anterior, por uma escolha já aprendida, por uma escolha que passou a ser natural – desarmo-te, e você passa a saber que não quero o seu mal. Mesmo que você espirre o seu veneno, nem preciso de antídoto, tal arma não arranha nem a superfície. Na verdade, você faz-me forte, faz-me exercitar o amor, e, por isso, agradeço.

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