terça-feira, 30 de junho de 2009

Um dia de férias

Hoje começaram minhas férias! Ou deveria dizer féria, sem “s”. Amanhã já engato o estudo para uma prova dia 19. Serão 17 dias intensos de português, lógica, matemática, administração...Iupi *desanimado*

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Contradições

Libra

Pensamentos inquietantes rondam sua mente. Dúvidas, insatisfações etc. Não atribua a alguém ou circunstâncias a causa desse estado de espírito. É que já é hora de você ter coragem de ser o que é e viver de acordo com o que pensa.

Agora só falta saber quem eu sou.
..................................

Eu não vou fazer um Twitter. Algumas pessoas já me perguntaram surpresas, já que sou fã da internet, mas eu me conheço, eu me vicio nisso fácil fácil.

So, no twitter for you (me).

domingo, 28 de junho de 2009

Acossada

Não.
Refaça.
Leia mais.
Está ruim.
Faça assim.
Falta aquilo.
Mude o foco.
Não está bom.
Aprofunde mais.
Precisa melhorar.

sábado, 27 de junho de 2009

Anúncios no Orkut

Acabei de me deparar com uma porcaria de anúncio na minha página principal do Orkut, e achei um absurdo! Já não basta a internet e blogs poluídos, agora no Orkut também.

Fiquei um tempão tentando achar um link do suporte pra reclamar e tirar aquele troço dali. Achei esse link .

E descobri que a retirada deles é impossível. Eles se defendem dizendo que o dinheiro dos anúncios ajudam a manter o serviço de graça. [Capitalistas fdp!]

Uma saída é um serviço do FIREFOX e que eu vou instalar agora mesmo, que bloqueia ads. Adeus, Explorer!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Melodrama: imagem abalada

Como eu deveria chamar o fundo do poço de um pretensioso intelectual? Eu começaria dizendo que me sinto a pessoa mais burra do mundo, porém seria um insulto...para o animal. A palavra certa seria incapaz. E eu começo a me perguntar sobre a real eficácia desse espaço aqui. Não era esse o uso que eu tinha determinado para o blog? Estimular minha escrita, a estruturação de palavras e ideias?! Como é possível tirar um 6,5 depois de estudar a mesma matéria 5 dias seguidos??? O que fazer se o blog não serve para o seu propósito? Determino outro fim?

Eu só posso ter algum retardo mental. Eu começo a achar que essa minha disciplina e persistência com o saber só podem ser uma compensação inconsciente para a minha falta de inteligência. Eu não quero me justificar, no entanto, pensei criticamente sobre as aulas ministradas e sobre a discrepância entre o conteúdo exposto e a forma cobrada. E ainda tem o seu psicológico diante de uma prova, quando você se vê afoita por demonstrar o que sabe, vomitando no papel informações atropeladas.

O pior é que nada disso justifica, pois outros alunos – nas mesmas condições – apresentam resultados mais que satisfatórios. O pior é que esse fato só vem confirmar uma dificuldade real e presente, e que o esforço desprendido não surtiu efeitos. [Isso me lembra da vez que me prometi tirar 10 em uma prova de português e estudei que nem uma louca, pra depois ficar com um 8 ou algo do tipo].

Enquanto eu pensava sobre isso e minha auto-estima ia desmoronando, lembrei da atuação do Sean Penn no filme “I am Sam”, no qual ele interpreta um pai com retardo mental e lá pelas tantas, explode com uma bela atuação da frustração do sujeito, que tenta e tenta e não consegue.

“You don't know what it's like when you try...and you try and you try and you don't ever get there! Because you were born perfect, and I was born like this! And you're perfect!”

Será que eu não sirvo pra pensar? Isso me entristece, porque a nota parece invalidar todo um trabalho, todo um esforço. Será que existem barreiras na forma de pensar que eu nunca conseguirei ultrapassar?... E o pior mesmo é ter que escrever um último trabalho com minha auto-estima desse jeito, lá no fundo do poço.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Tema de redação

Débora trouxe seus testes e notas desse bimestre e minha mãe ficou satisfeita. Ela tirou Bs e MBs.

O fato que venho compartilhar aqui foi sobre o tema da redação. Quando questionada, a Débora explicou que eles poderiam escolher escrever sobre um de dois temas, e que ela teria escolhido sobre “o balão” por falta de opção. E qual seria o outro tema?, perguntou a minha mãe. E ela respondeu com um tom de desdém: Ah, sobre “Deus em nossos corações” ou algo assim. E eu não a culpo. Que tema mais piegas! O que sabem crianças de 10 anos sobre Deus? E o colégio dela nem é católico...

domingo, 21 de junho de 2009

Vendem-se sensações comprimidas a vácuo

Quem eu sou está dentro e fora de mim, algo como as duas almas do alferes do Machado de Assis. Escrevo quando transbordo, pra manter a fluidez, pra não dar voltas no mesmo lugar. Sabia que não existe mais passado? Geralmente isso atiçaria minha mente e dedos pra pensar e escrever, no entanto, me sinto meio estagnada, meio insensível, entorpecida. Surpresa e triste com a história do Arnaldo Baptista. Dolorida de ter que me lembrar todo dia que a Dolly se foi.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Ah, sei lá

O dia hoje foi estranho...achei que ia me sentir mais livre depois da prova...mas na verdade fiquei com a pulga atrás da orelha, e agora vou ter que esperar uma semana pra saber o resultado...o melhor a fazer é esquecer.

E outra, hoje lá na luta foi meio diferente, senti no ar uma certa despreferência de formarem dupla comigo...será que é porque eu sou menina? Fiquei meio chateada...Ah, nada disso! Vou é dar porrada em todo mundo pra ninguém poder dar um pio sobre mim e achar que eu sou frágil e desprotegida. Aff!

Pra não ficar uma postagem só de reclamações, ae vai um trecho de minhas divagações quando estudava a cultura somática:

“Com o esvaziamento da alma, sem saber o nosso papel na sociedade, paralisando diante de inúmeras escolhas que falham em nos preencher; buscamos incansavelmente na ciência o que não encontramos na religião, algo que nos satisfaça. Tentamos encontrar na materialidade o que não encontramos na busca espiritual, a resposta para tudo, um alento para nossa ignorância que nos faz sofrer.”

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Abelhas assassinas

Parece que deu a louca nas abelhas ultimamente. Ontem minha mãe leu uns dois casos de ataques. Aqui vão algumas dicas dos bombeiros para se proteger:

Use roupas claras.

Não grite com elas. [Parece mentira, mas elas são atraídas pelo som]

Se perseguido, corra em zigue-zague, o enxame tende a voar em linha reta.

Proteja o pescoço e o rosto.

Não faça movimentos bruscos.
..................................
Com saudades da Dolly =(

terça-feira, 16 de junho de 2009

Preenchendo o espaço

Desisti de postar os outros estudos porque ficaram enormes, o que eu procuro evitar aqui.

O que eu posso dizer dessa semana é que estou animada pra fazer o trabalho de sociologia 2 e que o professor de outra matéria nos deu bolo hoje, especulamos alguns motivos, dignos de alunos maldosos, do tipo:

O fim do período está desestimulando ele.

Ele não deve gostar de Borges tanto assim.

Ele nunca deve ter lido Borges, começou pra essa matéria e se arrependeu.
................................

Anotação mental: Não utilizar condimentos em saquinhos no escuro, a ausência de visibilidade prejudica acertar o alvo.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Quando o conhecimento te isola

Esses últimos dias de estudo abriram meus olhos para esse mundo maravilhoso que avança a cada dia da cultura somática. Quando eu falei que ia respirar essa matéria até quinta-feira que vem, eu não esperava encontrar material fora dos textos indicados e lidos em aula.

Para a minha surpresa e satisfação, me deparei com DUAS reportagens no jornal que eram exemplos vivos do que venho lendo, e fiquei até animada para ler e usar como exercício, e assim, aplicar o que tenho lido; porém, uma situação aguçou minha mente.

O Gente Fina (Bruno Drummond) da Revista do Globo trouxe a seguinte tira:

Cara: E se a gente se encontrasse num lugar mais íntimo?
Garota: Legal! No seu Orkut ou no meu?

Rimos aqui em casa, e eu comentei que o Orkut produzia essa sensação de intimidade por causa da nova forma de exteriorização do “eu”; ser íntimo agora é ver o que se passa com o outro, mesmo que sem contato. Eu estava aproveitando para justamente treinar o conhecimento que venho tendo nesse período e a Nat me cortou; quando eu fui além da tira e da piada ela me olhou como se eu fosse um ser extraterrestre e me censurou com o olhar e a palavra: “Nada a ver, não é disso que estamos falando”.

E eu me senti só. Frustrada. Incompreendida.

domingo, 14 de junho de 2009

Quase conversando sobre sexo

Estávamos ontem na locadora e veio Débora perguntar:

Mãe, o que é virgem?

Eu *cheia de dedos*: É aquela pessoa que nunca fez alguma coisa pela primeira vez.

Ela então ficou bem parada, sem se mexer, e disse: Assim?

Mãe: Onde você viu isso?

E lá foi ela buscar o filme “O Virgem de 40 anos” , como minha mãe previu.

Mãe: Nesse caso, virgem é a pessoa que nunca fez sexo.

Débora: O que é sexo?

Eu: Você nunca viu isso na escola?? O que eles estão te ensinando?? [Nat: Ainda bem que não estão ensinando sexo na escola! rs]

Mãe: Lembra daquele livro “De onde vem os bebês?”; então.

Débora: Ahh, quando o gineceu e o pólen geram o fruto?! [Que nerd!]

Mãe: É, isso, mas com as pessoas.

E nessa hora a Débora se interessou por outra coisa e mudou de assunto hehehe

sábado, 13 de junho de 2009

Cultura somática: praticando a bioascese *

Ontem fiz 40 minutos de esteira,
alongamento,
10 flexões de punho aberto,
10 de punho fechado,
120 abdominais,
2 séries de 15 abdominais bicicleta,
30 de remador.

Ufa, cansei!

* Ninguém foge do sistema em que se está inserido, mas eu não me exercito por motivos extremados que geram casos clínicos, eu estou ali na média, talvez até aproveitando a moda para me ocultar e escapar de críticas. Estar em dia com a saúde e o corpo, buscar o bem-estar que os hormônios proporcionam; produzindo saúde. Ao gastar energia e manter o corpo trabalhando, eliminamos também toxinas com uma certa regularidade. Afinal, somos responsáveis por quem somos e devemos constantemente zelar pela nossa qualidade de vida, e assim exige a sociedade da cultura somática. Porque o corpo tornou-se o lugar da moral e a comida ocupa agora o lugar da sexualidade – os tabus passaram da cama para a mesa.

Caraca, to vendo que vou respirar essa matéria nos próximos dias rs

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Estudo I: definindo termos: o imperativo ascético

O efeito da ritalina deve acabar daqui a umas duas horas, então pensei em definir alguns termos-chave que servirão para eu redigir minha prova de TEORIAS DO CONTEMPORÂNEO na quinta-feira próxima.

Primeiro tenho que entender o que são práticas ascéticas. Pelo dicionário, ascese é o exercício prático que leva à efetiva realização da virtude. Partindo agora do texto* lido, é feita a diferença entre os objetivos dessas práticas na Antiguidade, que envolviam liberdade, e hoje, com as bioasceses contemporâneas, que envolvem o “assujeitamento” e disciplinamento, um desdobramento do bio-poder, este fundamentado por Foucault.

A ascese implica em um processo de subjetivação que ao longo do tempo vem se modificando, ao acompanhar as mudanças de comportamento e sociabilidade do homem. Na Antiguidade, as práticas ascéticas representavam uma forma de resistência cultural, uma vontade de demarcação, singularização e alteridade, enquanto hoje, as bioasceses representam uma vontade de uniformidade, adaptação à norma, de existências conformistas e egoístas, visando produzir saúde e o corpo perfeito.

A ascese implica também na delimitação e reestruturação das relações sociais. Antes, o que estimularia a prática ascética seria superar o conflito com os arranjos sociais dominantes, ao criar vínculos alternativos, assim como outro universo simbólico. As biossociabilidades de hoje, visam o narcisismo conformista e o abandono do mundo.

A ascese ainda pode ser entendida como um fenômeno social e político, pois ao cuidar de si, se intensifica as relações sociais. Podemos claramente perceber como isso não se aplica hoje, sendo o indivíduo despolitizado e interagindo com o outro não para dar ou receber suporte; o corpo assume o lugar do outro, do cúmplice, porque não confiamos e temos aversão à dependência.

Por último, a ascese está ligada à vontade livre. Mediante o exercício ascético, o asceta recupera o conhecimento e pode exercer a vontade de forma correta. O termo estulto caracteriza aquele que não cuida de si, que tem fraqueza de vontade, esta limitada e fragmentada. É uma questão de atenção, vigilância, constância e concentração atlética. Nas bioaceses modernas, a vontade não está a serviço da liberdade, ela é serva da ciência e da necessidade.

Para Valantasis, “o ascetismo pode ser definido como as performances em um meio social dominante com a intenção de inaugurar uma nova subjetividade, relações sociais diferentes e um universo simbólico alternativo”. O termo “alternativo” deve ser modificado, de acordo com Ortega, pois a prática ascética nas bioaceses modernas se aplica a um universo dominante, tendo a ascese um caráter mais próximo da disciplina.

Para Foucault, ascético é “o conjunto ordenado de exercícios disponíveis, recomendados e até obrigatórios, utilizáveis pelos indivíduos num sistema moral, filosófico e religioso para atingir um objetivo espiritual específico”.

A definição de ascese não se reduz a essas dos parágrafos anteriores, mas elas são suficientes e amplas para o estudo proposto.

Bom, esse foi só o início, a introdução, e já ajudou bastante a internalizar alguns conceitos. O chato é que a professora nem quer que dissertemos o que foi lido com nossas palavras, ela quer mais, quer que escrevamos nossas opiniões a partir do que lemos. Esse trabalho todo faz só parte do processo e nem garante uma boa nota no final, isso que frustra. Felizmente o assunto é interessante e fica a sensação de que estou ganhando com nota boa ou não.

Postagem GIGAMENSA o.O
........................................

*ORTEGA, Francisco. O corpo incerto: corporeidade, tecnologias médicas e cultura contemporânea. Garamond, 2008.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

O que te move

Eu tinha curiosidade para saber o que move cada ser humano nesse mundo. Cada qual com seus problemas e obstáculos para chegar aonde? Você pode ter um objetivo fixo, mas a vida não é bem assim. Podemos ter um projeto inicial que será modificado a cada aparente puxada de tapete - mas se o seu projeto for algo do fundo de sua alma, do fundo de seu ser, sua essência, é bem possível que você esbarre com o seu projeto inicial.

Pessoalmente acho isso difícil, porque esperamos que com o passar do tempo nossas ambições mudem, porque nós mudamos, nós crescemos. Bom, espera quem pensa sobre isso, porque tem pessoas que realmente acham que estão a passeio. Eu não. Tudo tem um motivo, tudo tem uma razão. Pode parecer injusto a primeira vista, mas nós só conhecemos um lado da história, sempre.

Sempre tive uma ânsia por ajudar as pessoas, fazer algo genuíno, ensinar o bem, ensinar pelo exemplo. Às vezes eu me perco um pouco nesse mundo de sensações e ócio improdutivo, mas eu sempre volto para a esteira do “acumular conhecimento”, sem saber exatamente com que intuito.

Eu busco informações para ser uma pessoa melhor, para superar meus defeitos e ser útil de alguma forma. Esse é o projeto que genericamente norteia minha existência, pois o que importa na minha vida é a busca transcendental, o que levamos são os ensinamentos; a materialidade é apenas um meio temporário. Se para você basta fazer o bem para ser feliz, oportunidade é que não faltará.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Mais um dia dos namorados

Na época da escola, eu lembro de um menino que era apaixonado por uma amiga minha, e ele a perseguiu incessantemente durante uns 3 anos do ensino médio.

Hoje isso é uma raridade. Ninguém mais gosta de outra pessoa depois de receber um “não”. Para não ferir mais o orgulho, finge-se que não foi afetado e parte-se para outra. A fila anda.

A conquista perdeu sua força, afinal, para que perder o seu tempo com algo que pode acabar, algo que não é certo, sem garantias. Eu sou um pouco conservadora nesse sentido, já fiquei anos gostando de uma pessoa, porém hoje me sinto impelida a não me deixar enganar e ganhar tempo, partir para outro gostar. Cada vez menos se alimenta a ilusão, esta que serve de combustível para a paixão.

O que será de nós quando nossos relacionamentos dependerem de acontecerem por um simples “não” ou “sim”, sem o outro lado pensar duas vezes ou já desistir de cara.

Antigamente nós, mulheres, testávamos a vontade deles para saber o quanto eles gostavam de nós - parece que hoje eles gostam muito pouco, porque se perdeu o jogo do convencimento, de abrir os nossos olhos; deles nos mostrarem que são a pessoa certa para estar ao nosso lado.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Os gritos do esquilo

O esquilo tem três tipos de gritos de perigo: um para a base da árvore, outro para o meio e o último para o topo. Cada área representa um perigo: lince, serpente e gavião.

Essa informação pode não ser útil para nós, a não ser que fôssemos esquilos. Mas imagina que nos perdemos na floresta e nos deparamos com um esquilo aos berros? Algum perigo haverá rsrs

domingo, 7 de junho de 2009

Casa da Ciência – A Guerra do Fogo

O físico e também cientista social, Luis Alberto de Oliveira, trouxe algumas questões bem interessantes, com a sua palestra “História Natural da Palavra”. Ele falou de alguns anacronismos do filme, como a convivência entre neandertais e os homo sapiens, assim como a não existência de filhos gerados pelas duas espécies como romantiza o filme.

Ele começou fazendo um panorama da sua evolução e apontou para a não existência de raças humanas, pois temos apenas 4 mil gerações de homo sapiens sapiens, o que portanto indicaria uma variação genética ínfima, o que nos tornaria primos de forma geral.

A fala teria sido um marco zero na antropologia, e que sinaliza para uma reconfiguração do nosso modo de pensar. Sucintamente ele nos apresentou como teria acontecido esse processo de aderir a idéia (interior) à coisa (exterior), sendo isso possível porque o homem passou a imaginar, criando a capacidade de juntar a história do objeto com a sua finalidade. Nesse momento, o mundo passa a falar conosco e começamos a humanizar as coisas.

Ele citou também como algo extraordinário, a nossa capacidade de controlar o fogo que era o mesmo que controlar o tempo, nutrindo o fogo como se fosse um organismo. Com a acumulação de alimentos, possível devido às técnicas de caça e colheita, houve um aumento populacional exponencial comparável na biologia somente ao crescimento de tumores. [Achei genial essa comparação, estamos matando a Terra!]

Com a divisão de trabalho e a especialização ainda nesse período de não sei quantos mil anos atrás, criou-se o tempo do ócio o que gerou toda essa parafernália que produzimos sem propósitos de sobrevivência.

O tempo todo ele pareceu-me otimista, falando das transferências cognitivas dos humanos para a tecnologia, pois com toda informação que nos sufoca hoje, nada mais coerente do que delegar certas funções para as máquinas. Nessa hora eu comecei a me preocupar, porque lembrei do caso do Airbus que caiu essa semana e que travou comandos manuais.

Um carinha tocou em um ponto interessante, quando perguntou o que aconteceria com toda essa população da Terra quando sofremos de falta de espaço físico, e o Luis respondeu de forma bem divertida, o que me lembrou minhas aulas na escola: ele comparou um grupo de lobos e coelhos e do equilíbrio entre eles; falou da possibilidade de ter mais coelhos o que seria bom para os lobos, que poderiam aumentar sua matilha. No caso do seu aumento, os coelhos diminuiriam e se eles acabassem, seria o fim da espécie do lobo.

No finalzinho, ele falou um pouco dos vídeo-games dessa geração e de como as gerações anteriores valorizavam a imaginação porque essa era a única forma de vivenciar que conhecíamos. Hoje lutamos [nós, os conservadores] um pouco contra essa nova forma de viver, através da percepção, desenvolvendo mais certas partes do cérebro em detrimento de outras. [Parece-me mais uma forma de alienação].

O Luis Alberto apontou para uma nova forma de pensar, comparável à criação da fala: nosso poder hoje de modificar a genética. Os rumos dessa tecnologia são incertos, acho que ele parece ser mais otimista que eu.

................................................

Próxima sessão: 04 de julho com o filme CORRA, LOLA, CORRA e a professora IEDA TUCHERMAN.

terça-feira, 2 de junho de 2009

She is gone

Ontem foi o pior dia de 2009. Não. Ontem foi o pior dia de toda a minha a vida, tenho certeza. Eu já chorei muito e por mais que não saiba o que fazer com o vazio que a Dolly deixou, não podemos fazer nada contra o ciclo natural da vida. Escrevo esperando que a tristeza dê lugar às maravilhosas memórias que colecionamos nesses quase 15 anos de convivência. Saber que nada mais de ruim pode se passar com ela, me conforta um pouco, não muito, mas um pouco. Difícil são os hábitos: se preocupar quando alguma comida cai no chão, procurar por ela no quarto de meus pais, fechar o portão da escada. Eu não hesito nem um pouco em dizer que ela foi o amor da minha vida, minha filha, parte de quem sou. Eu era feliz e sabia, por isso é mais difícil continuar, sabendo que a razão de sua felicidade se foi. A Dolly era o exemplo mais puro de amor que eu conhecia e dói muito não poder tê-la nos braços ou do meu lado, simplesmente olhando pra mim.

O último exame que ela fez confirmou o que visivelmente vivemos nos seus últimos dias de vida. Ela estava muito fraca, sem comer e não conseguia mais andar. Chegamos ao vet aos prantos, já tendo decidido em casa que o melhor a fazer seria sacrificá-la. O vet concordou porque provavelmente ela tinha algum tipo de câncer que estava impedindo ela de produzir sangue. Ficamos com ela, Nat chegou correndo do Cefet aos prantos, meu pai veio também, foi a única vez que eu vi meu pai chorar. Decidimos pela cremação. A Débora foi a única que não a viu antes, minha mãe contou depois da escola e ela chegou aos prantos também. A Dolly era muito importante pra todos nós, e não havia ninguém que não se encantasse com ela.

Apesar de melancólica, fiquei surpresa com a forma que eu estou conseguindo lidar com a situação. Eu tinha a sensação de que eu ia sentir o mundo acabado, mas felizmente o apoio familiar e a razão nos salvam nessa hora. Com ela eu me sentia completa e feliz, e agora eu vou ter de correr atrás de outras pessoas ou ocupações que me façam sentir assim. Ninguém disse que viver era fácil, e agora vai ser um pouco mais difícil sem ela, mas vamos conseguir.

In Memorian
Dolly (07/07/1994 - 01/06/2009)