terça-feira, 2 de junho de 2009

She is gone

Ontem foi o pior dia de 2009. Não. Ontem foi o pior dia de toda a minha a vida, tenho certeza. Eu já chorei muito e por mais que não saiba o que fazer com o vazio que a Dolly deixou, não podemos fazer nada contra o ciclo natural da vida. Escrevo esperando que a tristeza dê lugar às maravilhosas memórias que colecionamos nesses quase 15 anos de convivência. Saber que nada mais de ruim pode se passar com ela, me conforta um pouco, não muito, mas um pouco. Difícil são os hábitos: se preocupar quando alguma comida cai no chão, procurar por ela no quarto de meus pais, fechar o portão da escada. Eu não hesito nem um pouco em dizer que ela foi o amor da minha vida, minha filha, parte de quem sou. Eu era feliz e sabia, por isso é mais difícil continuar, sabendo que a razão de sua felicidade se foi. A Dolly era o exemplo mais puro de amor que eu conhecia e dói muito não poder tê-la nos braços ou do meu lado, simplesmente olhando pra mim.

O último exame que ela fez confirmou o que visivelmente vivemos nos seus últimos dias de vida. Ela estava muito fraca, sem comer e não conseguia mais andar. Chegamos ao vet aos prantos, já tendo decidido em casa que o melhor a fazer seria sacrificá-la. O vet concordou porque provavelmente ela tinha algum tipo de câncer que estava impedindo ela de produzir sangue. Ficamos com ela, Nat chegou correndo do Cefet aos prantos, meu pai veio também, foi a única vez que eu vi meu pai chorar. Decidimos pela cremação. A Débora foi a única que não a viu antes, minha mãe contou depois da escola e ela chegou aos prantos também. A Dolly era muito importante pra todos nós, e não havia ninguém que não se encantasse com ela.

Apesar de melancólica, fiquei surpresa com a forma que eu estou conseguindo lidar com a situação. Eu tinha a sensação de que eu ia sentir o mundo acabado, mas felizmente o apoio familiar e a razão nos salvam nessa hora. Com ela eu me sentia completa e feliz, e agora eu vou ter de correr atrás de outras pessoas ou ocupações que me façam sentir assim. Ninguém disse que viver era fácil, e agora vai ser um pouco mais difícil sem ela, mas vamos conseguir.

In Memorian
Dolly (07/07/1994 - 01/06/2009)

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