terça-feira, 15 de abril de 2014

Horses Hotel

No breu do quarto, coloco em voz alta, converso contigo sobre a vida e dúvidas; questiono os desacertos, as incongruências, o que não faz sentido. Peço por uma luz, não uma resposta, mas uma perspectiva porque eu nem sei o que perguntar.

Hoje você me atendeu: agora percebo que eu queria sentir medo. Nossos olhos se refletiam um no outro. Sua boca disse que queria me tocar. Nessa hora, o ar era só chumbo. Minha boca era deserto, a respiração, nenhuma, enquanto eu sustentava o olhar para não demonstrar fraqueza. O desconforto era quase insuportável, afinal eu era o centro do universo. E eu não tinha medo.Você quis me amedrontar e eu senti vontade de rir, e o fiz por dentro – você nem se deu conta.

Eu era uma boba mesmo.

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