sexta-feira, 11 de abril de 2014

Ao pé da montanha

“Declaramos ter como instrutores e mestres espirituais, responsáveis por nosso progresso na existência presente, pelo menos, Espíritos hindus e egípcios. Talvez, por isso, estas particularidades de iniciação rigorosa resultem dos métodos das Escolas a que tais instrutores se prendem no Espaço, como se prenderam na Terra, e não seja o fato ou a exigência, de ordem tão geral como se poderia supor. O certo é que até mesmo nossos estudos doutrinários, nosso trabalhos espirituais, nossas leituras, e até mesmo nossos passeios e diversões, são por eles dirigidos, sob o máximo rigor e método invariável. E quanta renúncia tudo isso nos há custado! Escolhem os livros que devemos ler, suspendendo, por vezes, leituras doutrinárias, para que não sobrevenha o fanatismo, e advertem-nos da inconveniência dos jornais! Apontam-nos as horas de trabalho, as companhias e os amigos, os Centros Espíritas a frequentar. Desviaram-nos o matrimônio das preocupações, desde antes dos vinte anos de idade. E se amarguras colhemos, insistindo em ilusões do gênero, reconhecemos que provieram da desobediência aos seus conselhos. Pertencendo a uma família onde havia bons intérpretes da Música, fomos impossibilitada igualmente de estudá-la, não obstante a grande vocação, pois nos diziam os instrutores hindus, vendo-nos insistir nas tentativas de um curso de piano: - Somente um caminho deverá existir à tua frente – a doutrina do Cristo, o Consolador! És espírito reincidente em erros graves, a quem se cogita, do Invisível, de auxiliar a se reerguer, agora que a seleção dos valores existentes no Planeta será feita para o advento da Luz. A Música virá mais tarde, com o dever cumprido. Obterás compensações às lágrimas que chorares pela impossibilidade desse ideal” (pág. 148 e 149)

PEREIRA, Ivone A. Devassando o Invisível. FEB, 1963.
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Aos poucos fui mudando, desapegando de velhos vícios. Divido-me quanto à realidade que hoje vivencio. Se feliz me reconheço pelo caminho percorrido até agora, também sinto novo vazio, novas angústias em resposta ao silêncio da vida. Ávida por aprendizado, bocejo diante da roda do cotidiano. Ao pé da montanha, estou.

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