quarta-feira, 30 de junho de 2010

Crítica: Brilho de uma Paixão ***

O filme começou bem, até a metade eu tencionava a dar 4*, mas a poesia se perdeu um pouco e me vi revendo um filme que eu já tinha visto. Talvez para alguém que esteja apaixonado(a), as reações da Fanny ao que acontece com o Keats podem parecer coerentes, no entanto, senti-me frustrada com a sua ingenuidade no desenrolar do romance. O filme parecia estar dividido em dois, um início estupendo, e da metade para o final, algo nada especial, meio cliché.

Uma situação que me divertiu foi quando o Keats falou “I am boiling with fury” tendo mantido a mesma calma e expressão como se estivesse dialogando sobre a metereologia.

E perdoem minha falta de sensibilidade, mas o quarto cheio de borboletas estava no mínimo patético, o tipo de poesia que fica linda na imaginação, mas não funcionou muito bem para atingir algum lirismo, como conseguiu atingir na primeira parte do filme. [Pedi a opinião da Nat sobre essa cena, mesmo sem saber contexto nenhum, e ela achou uma cena normal].

Para finalizar, eu tenho que reconhecer que a cena da menina recebendo a notícia da morte do Keats foi bem perturbadora, sofri com ela ali, e assim terminando o filme, antes dos créditos começarem a aparecer, eu produzia isso aí, com uma intensidade que me surpreendeu:

“A loucura é assustadora, como puxar o ar e nada sentir. Presenciar o exato segundo em que a razão esvai-se lentamente, surgindo em seu lugar algo inesperado...um silêncio. Um andar leve, sem direção, sem mais certezas. Uma calmaria que pesa, um olhar vazio, como se procurasse algo ao longe, perdido para sempre.”

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