sexta-feira, 17 de abril de 2009

Kafka e Bourdieu

Cada um vive atrás das grades que carrega consigo. Essa frase é bem estimulante, mas não fui eu que criei. Acabei de ler; essas palavras teriam saído da boca de Kafka, e estou ansiosa para saber mais sobre o que ele pensava com relação aos mais diferentes assuntos.

Nascemos presos, rotulados, com opções definidas de carreira, e se quisermos sobreviver temos que nos submeter ao sistema, mesmo sem concordar. Entrando na questão que discutíamos essa semana no discurso de Bourdieu; para mudar é preciso lutar pela mudança das representações. Para tal, antes de tudo é preciso uma posição chave, legitimada, para a partir do impacto, mudar o habitus, que se manifesta por nosso estilo de vida e nossas visões de mundo. É preciso uma pessoa muito reconhecida para gerar essa mudança, e na verdade, ela nunca ocorre em sua totalidade, nem mesmo Jesus chegou perto disso.

Acho que não era muito esse sentido que Kafka se referia, porque logo depois, ele dirá que “tememos a liberdade e a responsabilidade. Por isso preferimos sufocar atrás das grades que nós mesmos fabricamos”. Eles falam de reações do indivíduo, um que reconhece a possibilidade de mudança e o outro que sucumbe à luta contra o sistema.

Curioso que o Bourdieu, em seu texto, cita O Processo de Kafka como exemplo. Confesso que não tenho conhecimento suficiente para analisar, mas também não era essa minha intenção.
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Minhas aulas têm sido tão instigantes que eu fico boba!

Tive duas ideias de contos só lendo Cortázar e Kafka, e eu fico meio perdida, com medo de perder a oportunidade de produzir algo diferente.

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