segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Atritos: Once More with Feelings

Eu deveria estar resumindo um texto agora, em plenas férias....mas estou aqui para terminar de descarregar um “presente” que acabei de ganhar, sem mesmo pedir. Talvez tenha sido culpa do meu orgulho, provavelmente foi. Eu praticamente pedi. Porque eu poderia ter engolido mais um sapo do meu pai, e ter fingido que nada aconteceu...no entanto, não consegui deixar assim barato...devo estar de TPM...

O caso foi que a Dolly dorme na área de serviço, trancada, e já que meu pai acorda cedo, ele dá o remédio pra ela e a libera de lá. Só eventualmente que outra pessoa faz isso. Pois bem, quando voltamos de SP, talvez até um pouco antes, não lembro exatamente, ele veio me consultar sobre ela passar a dormir no meu quarto, porque ela acordava muito cedo (como ele) e ficava aos berros lá trancada. Eu sugeri que ele liberasse ela cedo mesmo, mas que abrisse a porta do meu quarto para que ela não ficasse a arranhando, me obrigando a levantar cedo só porque ele liberou ela cedo; e ele passou a fazer isso, ma-ra-vi-lha!

Só que hoje ele esqueceu, e eu fui tirar satisfações dele. Cheguei tranqüila, só curiosa quanto ao motivo e ele disse ter esquecido. Não lembro agora porque “cargas d’água” ele deu a entender que abrir a porta do quarto foi algo que ele sempre fez e que tinha sido uma iniciativa dele fazer assim. E foi nessa hora que meu orgulho não conseguiu ficar quieto. Eu perguntei se ele estava de brincadeira, e a discussão terminou com ele dizendo que, a partir de agora, eu teria que acordar cedo para liberar a Dolly.

E é nessas horas (cada vez mais constantes) que eu quero ganhar o meu dinheiro para me livrar dessa babaquice, dessa dependência econômica, desse poder sobre mim, do engolir sapos, das lógicas idiotas, dos comentários entediantes e repetitivos, da gritaria!

Enquanto a raiva habita meu ser, eu só penso em nunca mais lhe dirigir a palavra, coisa de criança, mas ele já se isola naturalmente, eu não preciso me dar ao trabalho, porque também não vai servir de nada. Ele realmente não tem jeito!

Engraçado que eu sempre escrevi sobre esses episódios furiosos, só que agora quem quiser pode ler sobre a realidade que eu tenho que enfrentar todo santo dia. Pessoa difícil é foda! Mas eu sempre acabo querendo ser maior que a situação, seja essa a solução ou não.
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Lendo agora, até parece uma besteira, uma discussão que não se compara às outras realidades difíceis de vida, de falta de casa, comida, violência...felizmente, minhas provas e testes são mais psicológicos do que físicos, e me parece que reclamo de barriga cheia. Bom, melhor essa raiva fora do que dentro de mim.

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