quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Angústia contemporânea: dois lados da moeda

Viniçus estava me mostrando umas figuras e tirinhas num dos fóruns que ele acessa e fiquei com um assunto me instigando. Vejam a tirinha:

CARA

Escrevemos uma reação que não condiz com a realidade. Vejo algumas implicações, imaginemos que as duas pessoas falassem ao vivo, seria algo real, humano, enquanto que na virtualidade a própria pessoa imagina como a outra estaria reagindo. Parece-me que a virtualidade afasta a questão da profundidade dos laços, porque as palavras do interlocutor que chegam até nós, nos estimulam a reagir com nós mesmos e não com outro. Assim, nos individualizamos mais e desaprendemos a conviver em sociedade. Estamos desaprendendo a sentir, estamos virando mortos-vivos diante da tela, somos pura reação a uma ação, mascarando o que esperam de nós. Ao mesmo tempo que nos isolamos, paradoxalmente, nos juntamos a grande massa homogênea do vazio, somos parte da massa insensível.

COROA

Será que é tudo ao contrário? Será que o meio não transformou essas pessoas e sim as pessoas que transformaram o meio? Será que elas já tinham essa falta de sensibilidade e por isso sentem-se confortáveis na situação diante da tela? Será que elas já nasceram anti-sociais e usam a tecnologia como uma tentativa de entrar em contato com o outro, um contato ao longe que já é um grande passo para aquele que sem ela se isolaria de outra forma?

Viajei demais?
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Quem quiser ler mais sobre o assunto, recomendo o livro “Amor Líquido” do BAUMAN que caiu como uma luva nesses meus questionamentos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito boa essa tirinha.

Tritone disse...

Sou só eu que realmente dá risadas (e as vezes até gargalhadas) diante da tela?