quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Castello sobre Pamuk

Todo sábado eu leio a resenha do José Castello no Prosa & Verso do Globo. O livro da vez era “O Romancista Ingênuo e o Sentimental” do turco Orhan Pamuk.

Alguns trechos muito me interessaram, como:

“(...) Ingênuo seria o leitor que, enquanto lê, não se preocupa com os aspectos artificiais do que lê. Simplesmente se entrega, acredita com inocência em sua história e nela se dissolve. Já o leitor sentimental tem consciência dos artifícios da ficção, sabe que a literatura é uma máquina de ser e não se deixa iludir com a sua aparente inocência. De um lado, a entrega. De outro, a reflexão e a suspeita. Qual o leitor ideal? (...) ideal, sugere Pamuk, é o leitor que oscila entre as duas posições, se entrega à fantasia, mas não abdica de duvidar”.

“(...) Lemos não na esperança do conhecimento; lemos, unicamente, para nos impregnar de suas ‘atmosferas’, de sua visão retalhada do mundo, dos pequenos terremotos que se escondem entre suas páginas. O leitor moderno lê na esperança de chegar não a uma firme estrada de respostas, mas a um instável ‘centro’ ficcional. Isto é: de chegar ao coração do romance. Recorda Pamuk, aqui, a fórmula é simples, mas devastadora, de E. M. Forster: ‘o teste final de um romance será nosso afeto por ele’”.

“(...) Argumenta Pamuk: ‘um romance é uma estrutura única que nos permite ter pensamentos contraditórios sem constrangimento e entender diferentes pontos de vista ao mesmo tempo’. A ficção nos permite ser ambíguos, indecisos, paradoxais. É do paradoxo e não da afirmação, que as afirmações retiram sua potência”.

Resenha na íntegra.

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