quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Roberto DaMatta, os hábitos de leitura do Lula e São Paulo

Eu elegi e reelegi o Lula e, para constar, eu adoro livros. E agora, o que tem uma coisa a ver com a outra? Este é um texto-eco do Roberto daMatta: “O presidente não lê”.

Em um mundo perfeito todos os líderes de países atendem às demandas da sociedade em todos os âmbitos, seja da saúde, educação, de planejamento; todos são bem pagos pelo seu trabalho, todos aceitam as diferenças e enxergam os problemas como oportunidades para se sentar e conversar sobre soluções. Você consegue imaginar qualquer lugar próximo disso? Eu não. É algo tão longe, não consigo enxergar isso como uma totalidade em nenhum lugar do mundo, muito menos no Brasil.

Quando eu escolhi o Lula como presidente, eu não o escolhi porque ele foi bem educado, leu tantos livros. Eu o escolhi porque ele passou por experiências que deram a ele uma visão de mundo interessante, do ponto de vista dos explorados e não de uma família que tinha tudo. Ele precisou batalhar por seu lugar, pelo o que acreditava. Entre dois presidentes que não lêem, eu prefiro aquele que é contra a guerra. E valores, qualquer que sejam, nem sempre se adquirem dos livros. Às vezes eu me prendo muito em teorias e livros, que perco por não estar vivendo o que leio.

Como eu já escrevi aqui no blog, nem todo mundo é para livros, amigos que tiveram a mesma educação escolar que eu não lêem, e esse gosto tem mais a ver com a família do que com o presidente. Eu concordo que o seu posto exige que ele seja bem letrado e informado, pelo menos deveria, mas outros presidentes que liam não fizeram um trabalho que poderíamos nos orgulhar.

Estar informado é vital para ele, mas não significa que ele precise ler. Quando se tem um país para se preocupar, talvez seja mais prático ouvir as informações já filtradas, até porque eu não dou crédito para tudo que leio na mídia, talvez seja melhor ele ir à fonte para confirmar ou não as notícias.

O Lula é a prova viva e escancarada da deficiência do Estado em fazer o povo gostar da leitura. Ele é produto da nossa sociedade e sim, certamente estaríamos melhor se fossemos governados por acadêmicos de bom coração.

Eu adoraria que todos os brasileiros adorassem ler, realmente adoraria, mas a verdade é que nem todo mundo tem paciência nesse mundo que cada vez torna-se mais rápido e tecnológico.
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Acabamos de deixar a Dolly no hotelzinho (quase chorei duas vezes) porque amanhã cedo viajamos pra São Paulo, dessa vez a família dispensou a praia e vamos nos divertir nos parques de lá. Por isso nada de novas postagens por quatro dias... segunda-feira eu conto como foi tudo =D

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