terça-feira, 5 de junho de 2012

Realidades


“PERGUNTA O espírito de Anastácio ainda se encontra encarnado na Terra?

ATANAGILDO Há mais de três anos regressou ao Além pois, em face do seu drama delituoso, terminou caindo sob o punhal de um sicário, uma vez que devido aos seus homicídios do pretérito, a Lei Cármica também, o colocou na dependência de possibilidades de morte violenta. É óbvio que, se ele se tivesse dedicado a fundo à sua renovação interior, exercendo o amoroso serviço ao próximo ou renunciando às suas deliberações vingativas, essa Lei severa não só o afastaria para zonas de maior proteção no mundo físico, como também lhe favoreceria com novos ensejos de longa vida. A Terra, como divina escola de educação espiritual, não se revolta contra o aluno que tenta reparar o curso perdido, embora, para isso, tenha que repetir novamente as lições atrasadas.

É claro que Anastácio não reencarnara para morrer de propósito nas mãos de impiedoso assassino, pois isso nos faria supor sem dúvida, que alguém se transformaria fatalmente em homicida, para que fosse cumprido o seu destino trágico! Na verdade, a Lei Cármica o situara num meio onde havia maiores probabilidades de ser vítima de violências, quer por se encontrar ligado a dois adversários de homicidas em potencial, que haviam sido suas vítimas no pretérito.

Não defrontamos com um destino implacável a confeccionar homicidas para que se tornem instrumentos cármicos punitivos das infrações do passado; a lei apenas aproxima adversários que se unem dentro das suas próprias afinidades e tendências espirituais, por cujo motivo terminam punindo-se entre si, ainda sob a mesma lei de que 'os semelhantes curam os semelhantes'.” (pág.31)

Ramatís. A vida além da sepultura. RJ – Freitas Bastos, 1982.
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“ - Só sirvo para coisas desse tipo! - disse Nicolai, encolhendo os ombros. - Fico pensando: onde fica o meu lugar? Não há lugar para mim! É preciso falar com os homens, e eu não sei fazê-lo! Vejo tudo, sinto todos os sofrimentos e humilhações humanas, mas não sei dizer nada! Tenho a alma muda.” (pág.348)

GORKI, Máximo. Mãe. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

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