quarta-feira, 18 de abril de 2012

Cair para levantar

'O romance de ideias. O caráter de cada uma das personagens deve se achar, tanto quanto possível, indicado nas ideias das quais ela é porta-voz. Na medida em que as teorias são a racionalização de sentimentos, de instintos, de estados de alma, isto é praticável. O defeito capital do romance de ideias é que somos obrigados a por em cena pessoas que têm ideias a exprimir, o que exclui mais ou menos a totalidade da raça humana – à parte apenas 0,01 por cento. Aqui a razão pela qual os romancistas verdadeiros, os romancistas natos não escrevem tais livros. Mas, ora! Eu nunca pretendi ser um romancista nato.' (pág.337)


HUXLEY, Aldous. Contraponto. Ed. Globo S.A., 1975.

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Curioso como a arte da palavra me toca profundamente e pouco sinto ao ver a arte da dança.

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“Aprendemos com a doutrina espírita que a prece é defesa espiritual mais eficiente do que uma defumação supersticiosa de ervas odorantes.


Mas, que pode fazer um homem completamente obsidiado, que já perdeu o seu comando mental, caso lhe aconselhem oração? Alguém pode libertar-se do seu carma expiatório, só porque se entrega a orações? Não seria isso sancionar, só porque ele se arrepende dos seus crimes e morre saturado de rezas, ladainhas e recomendações religiosas? Não ensina o Espiritismo que o homem não se salva por sua crença, mas pelas suas obras?


Considerais que a oração é inócua em casos semelhantes?


Advertimos que a oração, em geral, é um pedido disfarçado entre os comodistas da vida humana, em vez de um repositório de forças vivas libertadoras. O filho que é grato pela existência feliz, sempre escolhe palavras dignas e generosas, quando quer demonstrar a sua gratidão aos progenitores, mas os filhos indiferentes e comodistas, só se recordam dos pais para pedir-lhes novos favores, embora já estejam excelentemente favorecidos pelos bens da vida!” (pág. 183)


RAMATÍS. Magia de Redenção. Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1989.

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