quinta-feira, 12 de abril de 2012

Ausência forçada

“ Mas os lábios dele eram macios, as sua mãos tocavam de leve. O bater das asas das mariposas prenunciadoras do prazer voltou palpitantemente à vida sob aqueles beijos e aquelas carícias. Lucy fechou os olhos, As carícias de Walter eram como uma droga que fosse ao mesmo tempo excitante e opiada. Bastava relaxar a vontade: a droga haveria de possuí-la completamente. Lucy cessaria de ser ela mesma. Não seria nada mais do que uma epiderme de prazer palpitante a envolver um vácuo, uma treva quente e abismal.” (pág.199)


HUXLEY, Aldous. Contraponto. Ed. Globo S.A., 1975.

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PERGUNTA: - E que poderiam fazer tais pessoas para diminuir ou neutralizar os efeitos danosos do próprio “mau olhado”? (pág.146)


“Só a continuidade de uma vida regrada, amorosa e sacrificial ao próximo poderá reduzir no ser um estigma tão infeliz! O fluido mau do passado, acumulado na região perispiritual adjacente à visão humana lembra o fenômeno da água suja da cisterna, a qual deve ser esgotada incessantemente para surgir a água limpa. No caso do 'mau olhado' só há duas coisas a fazer: a criatura libertar maior cota de luz interior pela renúncia, pelo amor e perdão incondicional a todas as ofensas do mundo, ou descarregar o fluido do seu 'mau olhado' em algum objeto que sirva propositadamente para um despejo preventivo. Aliás, a carga maligna do 'mau olhado' se enfraquece pelo seu esgotamento natural ou então purifica-se pelo sofrimento.”


RAMATÍS. Magia de Redenção. Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1989.


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