“Muita
coisa pode significar o coçar da nuca do povo russo.” (pág.258)
GÓGOL,
Nikolai. Almas Mortas. São
Paulo: Abril Cultural, 1979.
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Bem que
te vi, na cozinha, andando de um lado para o outro, com alguma
preocupação lhe remoendo a alma. Era culpa? As lágrimas eram de
crocodilo, eram um show a parte que eu não lembro ter pago, ou
seriam a resposta de semanas a fio de emoções à flor da pele?
Recomponha-se, por favor. Não há espaço para a dor no coração,
vamos analisar friamente o que se passa. Respire fundo. Ninguém
acusa ninguém; se agimos de forma correta, não há por quê ter
medo. Quem grita e esperneia tem culpa. Ou será que é injustiça e
a água nada mais é do que um nervosismo? Ainda duvido. Passeio
entre lá e cá, hora acredito em uma e noutra coisa. Como me livrar
do julgamento? Deixar isso pra lá e seguir a vida? Peço muito.
Penso sobre o que nem vi, apenas ouvi de terceiros, mesmo que tenha
refletido sobre o assunto antes de qualquer confrontamento.
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