terça-feira, 25 de setembro de 2012

Fio louro

“Muita coisa pode significar o coçar da nuca do povo russo.” (pág.258)

GÓGOL, Nikolai. Almas Mortas. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
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Bem que te vi, na cozinha, andando de um lado para o outro, com alguma preocupação lhe remoendo a alma. Era culpa? As lágrimas eram de crocodilo, eram um show a parte que eu não lembro ter pago, ou seriam a resposta de semanas a fio de emoções à flor da pele? Recomponha-se, por favor. Não há espaço para a dor no coração, vamos analisar friamente o que se passa. Respire fundo. Ninguém acusa ninguém; se agimos de forma correta, não há por quê ter medo. Quem grita e esperneia tem culpa. Ou será que é injustiça e a água nada mais é do que um nervosismo? Ainda duvido. Passeio entre lá e cá, hora acredito em uma e noutra coisa. Como me livrar do julgamento? Deixar isso pra lá e seguir a vida? Peço muito. Penso sobre o que nem vi, apenas ouvi de terceiros, mesmo que tenha refletido sobre o assunto antes de qualquer confrontamento.

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