sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Política

Eu não participei do movimento Diretas já, eu ainda estava para nascer; essa conquista pertence a gerações anteriores. Lendo hoje sobre as passeatas contra a corrupção, eu começo a ver um embrião para uma disposição em potencial de certo grupo. Eu queria estar lá no meio, brigando pelo que acho certo, mas ainda não me empolguei, e nem sei se chegarei a isso. Por quê? Isso é assunto para outra postagem. Hoje quero refletir um pouco sobre o que o sociólogo Daniel Perini, afirmou no jornal.

“Para ele, a falha do movimento contra a corrupção é não dizer o que fazer para mudar.”

E tenho alguns pontos para colocar. Primeiro, o que produz a corrupção generalizada é a impunidade. Assim como, uma criança faz besteira e deve ser repreendida, se ela incorre no erro novamente ameaça-se com a punição, ou um tempo de castigo ou perde-se algum privilégio. O ser humano só aprende desta forma, e com o adulto não é diferente, ainda mais quando se lida com pessoas de educações diversas. Com a criança, ela precisa saber o que se espera dela; mesmo assim, se houver cobranças e, no entanto, não houver exemplos, a disciplina e autoridade vai por água a baixo. A política do Brasil é formada por essas crianças que nunca viram punição.

A marcha contra corrupção tem defendido a ficha limpa para 2012, o que representa uma conquista, quando se percebe que grande parte dos envolvidos com a gestão do país deveriam estar na cadeia, ou pelo menos, longe do dinheiro arrecadado da população. Os políticos estão mal acostumado com a impunidade e a sociedade começa a exigir uma postura diferente. O problema está em atirar no próprio pé. Não acho que o congresso possa ser a favor de algo que vai acabar com a festa deles, isso é, no mínimo, ilógico, dentro da amoralidade deles.

O caminho parece estar no escândalo, no foco em casos específicos e na exigência do cumprimento da lei. O escândalo parece ter efeito porque abala a imagem da pessoa pública, geralmente, ela é forçada a se esconder por um tempo e reaparecer apenas quando a memória da população começa a falhar, ou, quando chega a nova geração, que nada lembra do passado. Pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, artigo 37, inciso XXII, parágrafo 4º:

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Ou seja, a lei é clara, mas aqueles que deveriam fazer cumprir a lei estão comprometidos de todos os lados. Tudo em prol de angariar fundos para os partidos ou ganhar um por fora.

Acredito que a solução esteja na pressão pública sobre casos específicos, exigindo a punição como a lei determina. Se alguns servirem de exemplo do que acontece com quem é corrupto, o medo se alastra e rouba-se menos. Outra questão é o voto consciente, a educação política, é a própria população não eleger ou reeleger aqueles políticos que roubam, mas aí a solução esbarra em barreiras culturais, essas que os próprios políticos lutam para manter, privando a população de uma melhor educação.

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