sábado, 4 de dezembro de 2010

Casa da Ciência – Alphaville (1965)

Depois de três meses sem conseguir comparecer à Casa da Ciência da UFRJ, consegui ir na última sessão do ano! \o/

Bom, primeiramente, gostaria de falar um pouco sobre minhas impressões sobre o filme...acredito que foi o meu primeiro filme do Godard, e já gostei do estilo dele. Bom, gostei das ideias apresentadas, só não dei nota maior por causa justamente do incômodo intencional do diretor. O que mais me perturbou foi a voz carregada e arrastada do Alfa 60, o tom de sua voz era de enlouquecer!

A palestra do Jorge Vasconcellos foi um incentivo bacana para buscar mais filmes do Godard. Jorge o chamou de “cineasta número 1”: àquele que se encontra entre o Moderno e o Contemporâneo. Jorge também destacou pontos essenciais para a estética da obra de Godard como um todo – a exarcebação de clichês, o entre imagens, o som, a verborragia, a paródia, o plágio, o jogo de signos e referências. Alphaville mostra claramente dois estilos: a ficção científica e o filme noir.

O palestrante falou também da recusa de Godard em trabalhar com a metáfora, sendo o seu estilo marcado pelo retrato do estado de coisas. Em Alphaville, podemos ver o futuro muito parecido com o presente, podemos identificar a ideia de libertação, a luta contra o autoritarismo, as críticas às formas de dominação. Em sua obra como um todo, Godard faz uso de fragmentos filosóficos, da potência das imagens, das “entre” imagens, revelando o dispositivo cinematográfico. A sua fotografia nos passa um clima opressivo, incômodo, buscando criar beleza no horror.

Eu gostaria de rever o filme sem som, ou mesmo, ler só o script. Ficou a sensação de querer rever só para decodificar as referências e extrair a poesia.

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