Que linda cena eu vejo,
Um elefante e uma atriz
(Eu preciso falar)
Ela tasca-lhe um beijo,
Ele derrama uma lágrima singular
Um elefante não,
um Romeu.
Mrs. Kendal: Why, Mr. Merrick, you're not an elephant man at all.
John Merrick: Oh no?
Mrs. Kendal: Oh no... no... you're a Romeo.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
quinta-feira, 7 de abril de 2011
João Cabral de Melo Neto
CEMITÉRIO PERNAMBUCANO
(NOSSA SENHORA DA LUZ)
Nesta terra ninguém jaz,
pois também não jaz um rio
noutro rio, nem o mar
é cemitério de rios.
Nenhum dos mortos daqui
vem vestido de caixão.
Portanto, eles não se enterram,
são enterrados no chão.
Vêm em redes de varandas
abertas ao sol e à chuva.
Trazem suas próprias moscas.
O chão lhes vai como luva.
Mortos ao ar livre, que eram,
hoje à terra livre estão.
São tão da terra que a terra
nem sente sua intrusão.
PAISAGENS COM FIGURAS (1954-1955)
(NOSSA SENHORA DA LUZ)
Nesta terra ninguém jaz,
pois também não jaz um rio
noutro rio, nem o mar
é cemitério de rios.
Nenhum dos mortos daqui
vem vestido de caixão.
Portanto, eles não se enterram,
são enterrados no chão.
Vêm em redes de varandas
abertas ao sol e à chuva.
Trazem suas próprias moscas.
O chão lhes vai como luva.
Mortos ao ar livre, que eram,
hoje à terra livre estão.
São tão da terra que a terra
nem sente sua intrusão.
PAISAGENS COM FIGURAS (1954-1955)
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Viver
Quando eu acordo sem vontade de ir ao encontro dos meus compromissos, simplesmente deixo de pensar e vou, sigo em frente, com a sensação de que ficar parada não é uma opção; bloqueio, então, o que me prende inerte, e me forço a sair do conforto para estar no campo aberto da sociedade – com a certeza de que a superação da preguiça me presenteará – o trabalho e o encontro com o outro me fortalece, me alegra e contagia.
Volto para casa certa de que não deixei a vida passar por mim, deixei de lado os meus defeitos por um bem maior, agarrei a oportunidade com todo o meu corpo, meu ser, e o resultado disso é sempre algo bom, que quase sempre dura pouco. E lá estamos nós, de novo, no dia seguinte: buscando sentir-se bem, sentimento que só ocorre quando nos mexemos e agimos.
Volto para casa certa de que não deixei a vida passar por mim, deixei de lado os meus defeitos por um bem maior, agarrei a oportunidade com todo o meu corpo, meu ser, e o resultado disso é sempre algo bom, que quase sempre dura pouco. E lá estamos nós, de novo, no dia seguinte: buscando sentir-se bem, sentimento que só ocorre quando nos mexemos e agimos.
terça-feira, 5 de abril de 2011
Gosto de quê?
4/4/11
Que gosto é esse?
Que me leva do céu ao inferno,
Que salga e adoça,
Que estremece e acalma.
Que tempo é esse?
Que me seca e encharca,
Que mexe com as bases do meu mundo,
Que arranca o que é meu e leva embora.
Que medo é esse?
Que me faz ter coragem,
Que paralisa às vezes,
Que silencia minha voz.
Que som é esse?
Que me enebria,
Que faz querer e pulsa,
Que embala os sonhos da gente.
Que gosto é esse?
Que me leva do céu ao inferno,
Que salga e adoça,
Que estremece e acalma.
Que tempo é esse?
Que me seca e encharca,
Que mexe com as bases do meu mundo,
Que arranca o que é meu e leva embora.
Que medo é esse?
Que me faz ter coragem,
Que paralisa às vezes,
Que silencia minha voz.
Que som é esse?
Que me enebria,
Que faz querer e pulsa,
Que embala os sonhos da gente.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Cozinha
Pedi pro meu pai me ensinar a fazer ovo frito. Pois é, por incrível que pareça uns meses atrás tentei fazer e falhei solenemente rs Por sorte ou azar, assim que quebrei o ovo, meu pai falou veementemente para eu cheirá-lo para ter certeza que estava bom, e não é que estava estragado?! Ele disse que percebeu só de ouvir o ovo quebrando, isso que é experiência!
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Cidades dos Sonhos (2001): filme doido, não sei se tenho sanidade para assistir de novo no cineclube o.O
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Fiquei um pouco aliviada hoje, descobri que coisas que eu estava sentindo eram de outra pessoa e não minhas.
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Cidades dos Sonhos (2001): filme doido, não sei se tenho sanidade para assistir de novo no cineclube o.O
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Fiquei um pouco aliviada hoje, descobri que coisas que eu estava sentindo eram de outra pessoa e não minhas.
domingo, 3 de abril de 2011
Casa da Ciência – Blow up (1966)
Adoro quando saio de uma palestra querendo estudar filosofia! As questões apontadas pelo Patrick Pessoa (Doutor em Filosofia pela UFRJ, professor do Departamento de Filosofia da UFF) foram inspiradoras.
Ele começou falando um pouco da casamento entre filosofia e cinema, de como as artes sempre foram consideradas algo menor, diante do conhecimento ou da moral. E posicionou-se quanto às propostas de filmes, de como é possível aprofundar ideias e pensamentos, ao invés de ter a arte como mera ilustração. Para então explorar o tema de sua palestra A TAREFA DO TRADUTOR SEGUNDO O CORTÁZAR DE ANTONIONI, o Patrick nos situou no conto “As barbas do diabo” do Cortázar e que o Antonioni tomou como base para desenvolver o seu ponto de vista, a sua crítica. As margens do enredo e que combinam a literatura e o cinema, transformam o filme em um produto único, cheio de sentidos, esperando para serem extraídos.
A questão central do fotógrafo, diz respeito a traduzir a sua percepção em uma imagem. O mundo da moda e da mercadoria contrastam com a miséria, o personagem principal busca, então, a verdade. Em Cortázar: “fotografia para restituir as coisas a sua tola verdade”. Em uma Londres indiferente, cinzenta, o fotógrafo fascina-se com a personagem da Vanessa Redgrave, que expressa uma vontade, uma “doença de querer” que ele quer entender.
Em Cortázar, ele constantemente problematiza o próprio ato de narrar, inquietude de certa forma presente em Antonioni. Pode-se dividir o filme em três partes: a busca do fotógrafo, a montagem com as fotografias e a sua necessidade de contar o que descobriu. Os foliões, não presentes no conto de Cortázar, formam a moldura do “quadro” de Antonioni, eles aparecem no início, representando a subversão, e, no final, como uma coletividade ativa, que compartilha uma experiência, contrastando com os jovens apáticos da cena do show de rock, que podem tudo e não querem nada.
O Patrick ainda chamou a nossa atenção para as portas, como os personagens passavam por portas que não levam a lugar nenhum. A arte que se recusa a produzir mercadorias, buscando assim, os não objetos. A objetividade que não importa: a realidade objetiva dissolvida. E a hélice, representando a pura expressividade, objeto que aproxima-se da arte, quando o fotógrafo a compra impulsivamente, apenas porque a achou bonita. A palestra foi realmente muito boa! =D
.Ele começou falando um pouco da casamento entre filosofia e cinema, de como as artes sempre foram consideradas algo menor, diante do conhecimento ou da moral. E posicionou-se quanto às propostas de filmes, de como é possível aprofundar ideias e pensamentos, ao invés de ter a arte como mera ilustração. Para então explorar o tema de sua palestra A TAREFA DO TRADUTOR SEGUNDO O CORTÁZAR DE ANTONIONI, o Patrick nos situou no conto “As barbas do diabo” do Cortázar e que o Antonioni tomou como base para desenvolver o seu ponto de vista, a sua crítica. As margens do enredo e que combinam a literatura e o cinema, transformam o filme em um produto único, cheio de sentidos, esperando para serem extraídos.
A questão central do fotógrafo, diz respeito a traduzir a sua percepção em uma imagem. O mundo da moda e da mercadoria contrastam com a miséria, o personagem principal busca, então, a verdade. Em Cortázar: “fotografia para restituir as coisas a sua tola verdade”. Em uma Londres indiferente, cinzenta, o fotógrafo fascina-se com a personagem da Vanessa Redgrave, que expressa uma vontade, uma “doença de querer” que ele quer entender.
Em Cortázar, ele constantemente problematiza o próprio ato de narrar, inquietude de certa forma presente em Antonioni. Pode-se dividir o filme em três partes: a busca do fotógrafo, a montagem com as fotografias e a sua necessidade de contar o que descobriu. Os foliões, não presentes no conto de Cortázar, formam a moldura do “quadro” de Antonioni, eles aparecem no início, representando a subversão, e, no final, como uma coletividade ativa, que compartilha uma experiência, contrastando com os jovens apáticos da cena do show de rock, que podem tudo e não querem nada.
O Patrick ainda chamou a nossa atenção para as portas, como os personagens passavam por portas que não levam a lugar nenhum. A arte que se recusa a produzir mercadorias, buscando assim, os não objetos. A objetividade que não importa: a realidade objetiva dissolvida. E a hélice, representando a pura expressividade, objeto que aproxima-se da arte, quando o fotógrafo a compra impulsivamente, apenas porque a achou bonita. A palestra foi realmente muito boa! =D
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Próxima sessão do cineclube da Casa da Ciência: 07 de MAIO com o filme CIDADE DOS SONHOS (2001) do DAVID LYNCH, e o palestrante HENRIQUE ANTOUN com a palestra A CARNE DA REDE: MULTIDÃO LIVRE.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Muros a baixo?
“Corpos próximos, calor que aquece no frio e esquenta ainda mais numa noite de verão. Mesmo através dos muros, era possível sentir...a intenção. O toque que distrai e constrói a sensação. Onde estávamos mesmo? A razão que se esvai e dá espaço ao dionisíaco. Prova de tentação! O corpo que está vivo, decidindo entre o ceder agora, ou mais tarde, ou nunca. Apolínio chega, então, para por fim à indecisão, mesmo que incerto da questão. Dúvidas não fazem bem a quem quer que seja.”
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