quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Maçã

“O homem moderno está efetivamente próximo do quadro que Huxley descreve em seu ‘Admirável Mundo Novo’: bem alimentado, bem trajado, sexualmente satisfeito, e contudo sem personalidade, sem qualquer contato com seus semelhantes a não ser o mais superficial, guiado pelos lemas que Huxley formulou tão sucintamente, como estes: ‘Quando o indivíduo sente, a comunidade vacila’; ‘Nunca deixes para amanhã o prazer que podes ter hoje’, ou, como afirmativa culminante: ‘Todos agora são felizes’. A felicidade do homem, hoje em dia, consiste em ‘divertir-se’. E divertir-se consiste na satisfação de consumir e ‘obter’ artigos, panoramas, alimentos, bebidas, cigarros, gente, conferências, livros, filmes – tudo é consumido, engolido. O mundo é um grande objeto de nosso apetite, uma grande maçã, uma grande garrafa, um grande seio; somos os sugadores, os eternamente em expectativa, os esperançosos – e os eternamente decepcionados.” (pág.117)

FROMM, Erich. A Arte de Amar. Ed. Itatiaia Limitada, Edição nº 120.
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