terça-feira, 30 de agosto de 2011

Left out

“É bem certo o que ensina o sábio, enquanto não chegar a tua última hora, ainda tudo pode acontecer, não desesperes”. (pág.210)

SARAMAGO, José. A Jangada de Pedra. Editorial Caminho, 1986.
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Filha: Pai, me empresta R$10,00?
Pai: Sim, minha filha...só vai ser difícil fazer isso pelo telefone...
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“(...) Conforme diz certo brocardo hindu, ‘o Mestre aparece assim que o discípulo está pronto’ para os ‘testes’ de sua iniciação espiritual, que o põe em prova ante o insulto do policial mal-humorado, do esbarrão do brutamontes, do egoísta ao furar a fila do ônibus, do palavrão do bêbado obsceno, da especulação do mau negociante, da irritação do chofer do ônibus ou da avareza do ricaço”. (pág.95)

RAMATÍS. Elucidações do Além, 2007.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

21 dias!


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mais brinde!

sábado, 27 de agosto de 2011

Indivíduo

27/08/11

Pensava em flores
Falava de amores

Pisava na areia molhada
Não cabia em si

Olhava para o céu
E buscava o outro

Lembrava de palavras doces
Olhares vivos e sorridentes

De olhos fechados
Via rostos disformes

Amava anônimos

Sorria, incansável
Afinal, tinha o mar a seus pés

A brisa gelava
E aquecia o coração de uma velha alma

Tantas histórias guardava
Tantos momentos felizes vivera

Sua única angústia era estar só
Sozinho entre o céu e o inferno

Tudo mais era divino

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O peso da

responsabilidade.

Débora viajou com a escola e, obviamente, teve que ficar responsável por todos os seus pertences, ela chegou a fazer algumas listas para não esquecer nada. Fiquei sabendo que ela foi escolhida para ficar com a chave do quarto entre as outras 3 meninas que dividiam o quarto com ela; fico imaginando como as outras meninas podem ser mais avoadas que a Débora.

O resultado foi positivo, ela trouxe lembranças para cada um de nós e não esqueceu nada por lá. Enquanto ela arrumava suas coisas, as outras meninas nem se mostravam inclinadas a tal. Acho que estamos no caminho certo com ela rs

Mas ela confessou que achou muito estressante ter que ficar atenta a tanta coisa.
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(...) Não podia acalentar-se dizendo: isso é apenas uma pausa, a vida depois virá como uma onda de sangue, lavando-me, umedecendo a madeira crestada. Não podia enganar-se porque sabia que também estava vivendo e que aqueles momentos eram o auge de alguma coisa difícil, de uma experiência dolorosa que ela devia agradecer: quase como sentir o tempo fora de si mesmo, abstraindo-se. (pág.34)

LISPECTOR, Clarice. Perto do Coração Selvagem. Ed. Nova Fronteira, 1980.

domingo, 21 de agosto de 2011

Um sentimento

O que eu tento aprender nessa vida é me desprender de todo o sentimento que não seja baseado no amor.

Ter a mente repleta de pensamentos positivos é difícil, mas eu já consigo tê-los com mais frequência. E por pensamento positivo eu remeto a:

> Não pensar mal de ninguém
> Ser mais proativa para ajudar
> Fazer mais preces
> Buscar entender porque o outro faz o que faz
> Não condenar
> Ceder em caso de conflito
> Ser um bom exemplo
> Ser alegre

Acho que por hora basta.
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Vi metade de “Halloween – O início” ontem, acho até interessante a temática do distúrbio, é realmente algo intrigante, mas a violência do filme é brutal. Horrível.

“Nesse filme ninguém presta, todo mundo é vadio ou escroto” (Pedro)

sábado, 20 de agosto de 2011

Seja invisível

Outro dia, meu Mestre de kung fu falava sobre a intenção de se tornar invisível.

Quando nos colocamos em certo estado de espírito, sem sentir nada, sóbrio e sem reações, produzimos uma energia que passa despercebida pelas pessoas.

Coincidentemente, no mesmo dia, um moço na rua pedia dinheiro e vinha na minha direção, quando ele olhou nos meus olhos e disse “você”, eu fiz uma careta. Se eu tivesse conseguido ficar impassível, ele passaria por mim e nem perceberia minha presença.

Engraçado que é o tipo de sensação que todos nós já tivemos algum dia, só não conseguimos manter isso por muito tempo.
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Incrível como se pode pintar belas imagens com palavras. “A luz entardece, o dia afasta-se e deixa sombras dentro das árvores, já se tornou diferente o cantar das aves”. (SARAMAGO, José. A Jangada de Pedra.)

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Sem ofensa

Imagine que alguém te chame de bobo, você ficaria ofendido? É curioso ver que as crianças pequenas ficam enlouquecidas quando são chamadas de “chato”, “feio” e “bobo”. Mas, quando adulto, esses xingamentos perdem sua força, aprendem-se outros.

Venho falar sobre o treinamento que se faz para não se ofender com o que os outros dizem. Já tem um tempo que eu notei que não mais me sinto ofendida quando me encontro nessa situação. Não posso afirmar que me mantenho equilibrada 100% das vezes, mas me irrito muito menos com essas tolices.

Curioso que se passa por fases, primeiro não nos ofendemos mais quando algum desconhecido nos insulta, passamos a sentir mágoa apenas quando pessoas queridas ou mais próximas se voltam contra nós.

Vejo a Débora chateadíssima quando a colega na escola implica com ela. Eu digo para ela deixar para lá.

Acho que esse treinamento passa por uma consciência, a implicância vem da incapacidade de se relacionar sem ferir o outro. Todos os dias pessoas são humilhadas e o que as diferencia é como lidam com esse abuso.

Quando alguém tenta me ofender eu peso se a situação implica em algo realmente importante, as ofensas acabam por refletir um desequilíbrio, um espírito fraco e a necessidade de ajuda.

Eu tenho sempre em mente: “Bem-aventurados os aflitos, porque eles serão consolados”.
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Próximas 4 postagens já escritas e engatilhadas. YAY! “4 by 4”

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Priceless momenti

Ontem eu mandei um texto para um site sobre Castle; eles têm uma seção aberta a contribuições. Não pensei que fossem publicar tão rápido. Eles mudaram o meu título (que seria este acima) e algumas palavras =P

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Presença

Tantas vezes foi o cântaro à fonte que por fim lá fica a asa: justificativa confusa para o desprendimento da península ibérica. Melhor que "demasiada exposição ao sol" rs (SARAMAGO, José. A Jangada de Pedra.)
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Em trabalho de grupo, sempre tem aquele(s) que merece(m) o prêmio abacaxi.
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Tem dias que a minha presença de espírito é tão grande que ele ultrapassa meu corpo e ocupa um cômodo inteiro. Raros e felizes momentos.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Possessão

Difícil divisar o momento exato que tudo começou. Talvez seja possível elencar os acontecimentos...Quando a notícia chegou aos seus ouvidos, sofreu um choque. Algo dentro de si sentiu-se traído. Vozes ecoavam ao seu redor, até risos; o lado de fora era mais feliz do que o seu interior; olhava fixamente para aquele objeto, o causador de tudo.

Observem que objetos não têm culpa, o ser humano tem essa mania de querer culpar os outros, quando, na verdade, é uma desculpa e tentativa de se esquivar do peso.

Enquanto tentava digerir o choque, entender como poderia continuar vivendo com valores tão diferentes dos seus e tão próximos, um buraco crescia no seu peito, um vácuo traído. A angústia foi crescendo mais e mais até chegar à saída mais próxima, aos olhos. O desequilíbrio começava a se instalar, algo incomum, algo longe do que aquele ser era. Era...talvez deixava de ser.

Perseguido, encurralado, questionado, as palavras saiam como água sem represa, algo parte seu, entretanto, extremado. A razão já se encontrava latente, as lágrimas rolavam pelo seu rosto sem a origem de tanta revolta, sem entender porque brotavam. Os argumentos vomitados e defendidos com dor e sofrimento eram incompatíveis com a razão que conhecia e construía desde que tinha nascido, que por motivos desconhecidos estava, parecia, bloqueada.

Era, naquele momento, apenas instrumento. Mas as duas vozes não sofreram em vão. Aquele que ficou aprendeu algumas preciosas lições e, também, o que se foi.
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Tem alguns dias que essa música martela na minha cabeça ;)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Jaula

Algo para além de mim me controla. Eu busco sentir e gostar, mas alguma coisa me impede de gozar a vida. Algo recente. Algo raciocinado. Como uma trava de segurança, invisível, ilimitada. Como um choque que recebo quando encosto no pedaço de queijo. Como um caminho não mais permitido, fruto de escolhas últimas. Encontro-me entre quatro paredes brancas que se movem em minha direção, o espaço que tenho diminui e o ar começa a faltar. A cobrança interior supri a inexistente cobrança exterior, não se pode mais viver como se ignorante fosse. Saber pesa às vezes. E escrever acalma. Antevejo momentos sem inspiração. Posso eu estar errada, espero que sim.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Loooonga jornada

(...) “Em Venta Micena é bem pior, foi lá que eu nasci, ambiguidade formal que tanto significa o que parece como o seu exacto contrário, dependendo mais do leitor do que da leitura, embora esta em tudo dependa daquele, por isso nos é tão difícil saber quem lê o que foi lido e como ficou o que foi lido por quem leu, prouvera que, neste caso, não pense Pedro Orce que a maldade da terra vem de ter nascido ele lá.” (pág.83)

SARAMAGO, José. A Jangada de Pedra. Editorial Caminho, 1986.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Dia punk II

> Casa da Criança
> Correio duas vezes
> Almoço
> Aula de inglês da Dé
> Banho
> Evangelização da Dé
> Chicas no Carlos Gomes
> Bate-papo no metrô com Li&Thi

Ufa!²...

domingo, 7 de agosto de 2011

Casa da Ciência - Fahrenheit 451 (1966)

Nossa, a Márcia Tiburi trouxe muitas questões legais que perpassavam o filme “Fahrenheit 451”. E, apesar, do tom pessimista da palestra, gostei bastante dos pontos colocados, principalmente quando ela falou sobre as exigências para se dialogar, a ética que entra em jogo, quando se ouve e interage com o outro.

Bom, vamos a alguns pontos. Ela começou falando da nossa ilusão do olhar, de como temos certeza de certas coisas, quando na verdade, a visão é cheia de dúvidas.

No filme, a palavra escrita estava ausente, pudemos vivenciar a ditadura do visual, o recalque e a violência contra o verbal. A conversa que não convém, as crianças que aprendem números e não aprendem a dialogar, ou seja, a pensar. Elas não exercitam a reflexão, possível somente pela palavra, instrumento perigoso.

Ela sempre fazia paralelos com o mundo de hoje, muito presente no filme do Truffaut de 1966. Tagarelamos e não dialogamos, imbecilização do mundo pela televisão, desconexão de todos com as suas emoções. Idiota, aquele fechado dentro de si, aquele que perde a subjetividade. Alienado. A televisão como imperativa (ela nunca pode ser desligada!).

Os excluídos, os homens-livro, que usam a mesma violência contra si mesmos a seu favor. A expressão gritante de ressentimento do Capitão, por não alcançar o que se fala nos livros. Ela falou ainda da sociedade do espetáculo, quando a imagem se transforma em capital.

E, em dado momento, colocou para nós a seguinte questão: por que sentimos tanto medo de sentir? E a minha resposta instantânea foi “ninguém quer perder o controle”. Eu, pessoalmente, sinto que andar na linha é evitar problemas, evitar conflitos. E entrando na discussão de certo e errado, considero como limite a vontade do outro.

Fiquei um pouco chocada quando ela falou do Montag ateando fogo no Capitão, de como ninguém sentiu como se fosse algo abominável, como se a justiça estivesse sendo feita, e eu não senti isso. Assim, como acho a cena da moça ateando fogo em si mesma bastante forte.

Por fim, a Márcia nos apontou duas saídas para fugir da alienação, primeiro, a resistência para se produzir liberdade e, segundo, ser capaz de produzir por meio das diversas ferramentas que existem, hoje, para interferir no sistema, ou seja, sermos proativos.

Gostei tanto da palestra que pretendo comprar algum livro dela ;)
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Próxima sessão do cineclube da Casa da Ciência: 03 de SETEMBRO com o filme GUERRA SEM CORTES (2007) de Brian de Palma, o palestrante KARL ERIK SCHOLLHAMMER e a palestra O OLHAR EMBARCADO – TENDÊNCIAS DE DOCUMENTARISMO FICCIONAL NO CINEMA DE GUERRA ATUAL.

sábado, 6 de agosto de 2011

Agosto

Confesso que eu estava distante. Caminhava por terras desconhecidas, vivia um dia após o outro sucessivamente. Corria contra o tempo. Pensava durante todo o tempo, pensamentos de sobrevivência, acordava pensando no meu próximo passo, sem tempo para ser, respirar, concatenar o sentir. Deixei de lado, virei às costas, não tinha poderes sobre as circunstâncias. E quando parei, nada. E quando li, nada. E quando tentei reproduzir o passado, tudo era diferente.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Crise

Gostei desse texto do Arnaldo Jabor.