sábado, 6 de maio de 2017

Destruída, semanas atrás

A porrada foi forte. O corpo inerte, visivelmente tenso. A respiração irregular, cada inspiração doía como uma facada. Se antes, nada sabia do que sentia, agora, então, mais perdida e confusa, debatia-se. Por que me atormenta? Oh, vida! Sangue e lágrimas banhando a ferida aberta e pulsante. Quanto tempo será até qualquer coisa fazer sentido? Tento estancar o sangue que jorra que mancha tudo que toca.
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Tento reagrupar meus pedaços espalhados pelo chão, não sei mais o quê vai com o quê. Para sobreviver, meu coração endureceu ou eu teria morrido ali mesmo no confronto, na batalha comigo mesma. Se por um lado, a reconstituição parece fácil, por outro, é ilusão. Nada tão enraizado, tão necessário para se manter de pé, tão profundo...pode ser fácil de resolver.
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Tempo, o imprescindível. Espaço, o necessário. É preciso afasta-se para enxergar o todo, de perto, nada está certo. Não adianta afogar as incertezas, elas irão voltar. De longe, talvez elas murchem, talvez façam qualquer sentido. A esperança é de que o calor e a paciência amoleçam, novamente, o que era amor imperfeito. 

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