domingo, 16 de fevereiro de 2014

Secção

E do fim, chegamos ao início. Tudo novo, tudo excitante. Como nunca foi. A inspiração que borbulha e explode em fragmentos. Ela que é pura alegria, cheia de vida! Que faz rir, que faz formigar lá no fundo do mistério. O que é proibido tem sabor de morango com chocolate.
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Escrevo para não dizer. Digo para não sentir. Palavra que mata o tanto que me faz sorrir.
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Intenso e desnorteante, descontrole enervante. Precisando desapegar do desejo.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Pretexto

Sua pele alva apresentava uma marca longa, recente, um arranhão no interior de sua coxa direita. De onde teria vindo? Suas unhas eram mantidas curtas, a única explicação gritante. Outro motivo teria que ser levemente mais imaginativo, como num sonho, quando tudo e qualquer coisa pode acontecer. Quando tudo e qualquer coisa têm motivos incoerentes à princípio. Nunca se pode ter certeza do que motiva um sonho, ou um arranhão no interior da coxa; tudo não passa de mera especulação. Na verdade, o motivo em si era fácil de desvendar: coceira. O difícil era descobrir o como. A única verdade parecia ser o poder da mente, verdade essa esotérica. A verdade racional poderia ser o sonambulismo. Eram duas vidas, uma real e outra em sonho. Mas qual seria a mais verdadeira, o arranhão feito durante o sono ou a realidade que não apresenta solução? Talvez a resposta estivesse na mistura dos dois mundos, um influenciando o outro. Era apenas questão de aceitar a possibilidade – problema resolvido.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O próximo

Quem olha para trás busca...um olhar, um sorriso, uma palavra. Talvez queira dizer algo, talvez queira se ligar com outro alguém. Seja quem for. Com a profundidade nunca antes experimentada. Hesitação: dizer qualquer coisa ou calar. Silêncio que é leve e reconfortante, silêncio que abraça todo o ser. Espíritos que se reconhecem, que são alegres na presença um do outro. Espíritos irmãos que se completam no apoio de um olhar, um sorriso, uma palavra.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

À espera de

“Agora muitos de nós precisamos da coragem de aprender, de servir, de compreender, de esperar...E, provavelmente, mais tarde, em trechos mais difíceis da viagem humana, todos necessitaremos da coragem de sofrer e abençoar, suportar e viver”. (p.78)

XAVIER, Francisco Cândido. “Como perdoar” In: Alma e coração. Ed. Pensamento, São Paulo.
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Perscruto meu ser, procuro o que acabo por evitar porque não é hora de superar. Racionalizo por alguns instantes e deixo estar. Evito o que me desequilibra porque ainda não sou forte. A cada novo dia, amo-te um pouco mais, para, às vezes, achar que dou muitos passos para trás. Vou aprendendo o desapego para com suas pequenas maldades, impensadas, talvez, sem intenção de ferir. De longe, todo amor latente floresce.
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22/12/13
I try to do my part.
I try to face my fears.
I'm getting so close to them,
they get bigger and bigger.
But there is no other path to choose.
As I get to them, it's almost umberable.
I can't see straigh
I can't feel with clarity.
I don't want to run away, because it scares me.
I want to face it for as long as I can take.