Será
que ainda sei sublimar? Tenho dado uma trégua ao meu cérebro. Tanto tempo sem
criar, silenciando o cotidiano, o que queima e morre dentro. Sem fumaças por
hora. Esse ano foi de muitos aprendizados...vivenciei extremos, do autocontrole
ao descontrole desesperador – sobrevivi. Nada que tenha deixado marcas aparentes,
mas a alma está cheia de remendos, passou já um período de convalescência, eu
diria. Tantos meses sem tocar em um livro...faz falta e não faz ao mesmo tempo.
Porque parece que é hora de viver e não de ficar como espectadora. Sinto falta
da poesia, de ver uma cena e me sentir tocada a tal ponto que preciso escrever.
É lindo viver e escrever, o inverso nem tanto. O sonho vai ficando cada vez
mais palpável, mais real – basta esperar agora. Seguir o fluxo, refletir sobre
o que o universo apresentar: não existe o aleatório, apenas desconhecemos as
regras que regem o caos, que é caos porque somos tão ignorantes. Precisamos
reconhecer isso para aprender mais; não sabemos tudo, mas devemos buscar
conhecer tudo.
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