Sua pele
alva apresentava uma marca longa, recente, um arranhão no interior
de sua coxa direita. De onde teria vindo? Suas unhas eram mantidas
curtas, a única explicação gritante. Outro motivo teria que ser
levemente mais imaginativo, como num sonho, quando tudo e qualquer
coisa pode acontecer. Quando tudo e qualquer coisa têm motivos
incoerentes à princípio. Nunca se pode ter certeza do que motiva um
sonho, ou um arranhão no interior da coxa; tudo não passa de mera especulação. Na
verdade, o motivo em si era fácil de desvendar: coceira. O difícil
era descobrir o como. A única verdade parecia ser o poder da mente,
verdade essa esotérica. A verdade racional poderia ser o
sonambulismo. Eram duas vidas, uma real e outra em sonho. Mas qual
seria a mais verdadeira, o arranhão feito durante o sono ou a
realidade que não apresenta solução? Talvez a resposta estivesse
na mistura dos dois mundos, um influenciando o outro. Era apenas
questão de aceitar a possibilidade – problema resolvido.
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