Depois de
alguns minutos já estávamos à vontade. Ríamos das histórias um
do outro, na expectativa de falar e ouvir. Você falou mais, eu
também falei, quando você não queria mais se exibir. Quantas
habilidades! Convencedor de primeira, ledor de expressões, um
cavalheiro, que não há igual. Sou diferente dos outros. Sim, todos
somos. E as perguntas inconvenientes (esperadas), vontade assanhada de saber para
jogar. Sejamos francos: sei mentir como ninguém, olha aí, mais uma
habilidade. Detesto isso, busco aquilo. Mais do mesmo. Você fala
inglês? Vamos conversar em inglês a partir de agora! Exibido. Sou
um pouco de tudo: responsável quando precisa, gosto de jogar
video-game, heróis e desenhos, mas nada em excesso. Já sei que você
não é vaidosa. Nós, homens, sempre temos expectativas, se é que
você me entende. Entendido. Consigo falar com até três pessoas ao
mesmo tempo. Eu não, tenho que prestar atenção, e se você fala eu
paro e escuto. Não come carne? Eu pensei em ser vegetariano, mas
durou apenas seis horas. Leviano. Conscienciosa? Ganhou pontos. Eu sei
que você está pensando em outra coisa quando olha pro lado ou mexe
no garfo. Análise sem fim! O que estávamos falando mesmo? Tenho
duas perguntas: podemos ir e podemos nos ver de novo? Não sei. Essa
é a pior resposta que você pode me dar. Caminhamos. E na despedida:
e agora nos deixamos. Você tão próximo que nem vejo seu rosto na
escuridão da noite. Você escolhe: ou eu vou ou eu fico. Ocupamos
praticamente o mesmo espaço. Beijo. Beijo mais longo...posso te
ligar? Careta. Posso mandar mensagem? Pode. Conquistou? Ganhou o que
queria na iniciativa.
.
.
Se Otto
diz, então é: sou transparente.
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