sábado, 17 de maio de 2014

Boa noite

Depois de alguns minutos já estávamos à vontade. Ríamos das histórias um do outro, na expectativa de falar e ouvir. Você falou mais, eu também falei, quando você não queria mais se exibir. Quantas habilidades! Convencedor de primeira, ledor de expressões, um cavalheiro, que não há igual. Sou diferente dos outros. Sim, todos somos. E as perguntas inconvenientes (esperadas),  vontade assanhada de saber para jogar. Sejamos francos: sei mentir como ninguém, olha aí, mais uma habilidade. Detesto isso, busco aquilo. Mais do mesmo. Você fala inglês? Vamos conversar em inglês a partir de agora! Exibido. Sou um pouco de tudo: responsável quando precisa, gosto de jogar video-game, heróis e desenhos, mas nada em excesso. Já sei que você não é vaidosa. Nós, homens, sempre temos expectativas, se é que você me entende. Entendido. Consigo falar com até três pessoas ao mesmo tempo. Eu não, tenho que prestar atenção, e se você fala eu paro e escuto. Não come carne? Eu pensei em ser vegetariano, mas durou apenas seis horas. Leviano. Conscienciosa? Ganhou pontos. Eu sei que você está pensando em outra coisa quando olha pro lado ou mexe no garfo. Análise sem fim! O que estávamos falando mesmo? Tenho duas perguntas: podemos ir e podemos nos ver de novo? Não sei. Essa é a pior resposta que você pode me dar. Caminhamos. E na despedida: e agora nos deixamos. Você tão próximo que nem vejo seu rosto na escuridão da noite. Você escolhe: ou eu vou ou eu fico. Ocupamos praticamente o mesmo espaço. Beijo. Beijo mais longo...posso te ligar? Careta. Posso mandar mensagem? Pode. Conquistou? Ganhou o que queria na iniciativa.
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Se Otto diz, então é: sou transparente.

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