Eu disse
“sim, vamos”, com a certeza de que o encontro iria celebrar o
afastamento, ou melhor, a celebração seria pelo fim do afastamento.
No entanto, estava mais só em companhia do que quando realmente só
estava. Crescemos tanto para um lado e para o outro assim como a
distância entre nós. A vida adulta de um lado, e a adolescente do
outro. Um encontro para ouvir as últimas estripolias cômicas, para
perceber um lapso no tempo: você vive o que já deveria ser passado.
A vida adulta é de responsabilidades, e ouço apenas você se gabar
de triunfos sociais. Qual o valor de risadas que abafam a fuga de si
mesmo? Minha felicidade aflorou com o baião, e morreu quando ficou
clara a distância entre os dois propósitos de vida. A felicidade
esvaiu-se, mas não foi assim sem poesia, porque o trágico era estar
em companhia mas só, totalmente só. E o trágico é belo, tem um
encantamento todo especial, difícil de explicar. O trágico nos faz
sentir, nos faz mudar de vida. É um marco, o início de uma nova
caminhada, decisão abraçada porque não há outra – e, assim,
despertamos. Superamos a ilusão e nos aproximamos um pouco mais de
nós mesmos, da nossa essência, que é a felicidade.
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