No breu
do quarto, coloco em voz alta, converso contigo sobre a vida e
dúvidas; questiono os desacertos, as incongruências, o que não
faz sentido. Peço por uma luz, não uma resposta, mas uma
perspectiva porque eu nem sei o que perguntar.
Hoje você
me atendeu: agora percebo que eu queria sentir medo. Nossos olhos se
refletiam um no outro. Sua boca disse que queria me tocar. Nessa
hora, o ar era só chumbo. Minha boca era deserto, a respiração,
nenhuma, enquanto eu sustentava o olhar para não demonstrar
fraqueza. O desconforto era quase insuportável, afinal eu era o centro do universo. E eu não tinha medo.Você quis
me amedrontar e eu senti vontade de rir, e o fiz por dentro – você
nem se deu conta.
Eu era
uma boba mesmo.
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