Percebia o agora e desvendava quem era, lá atrás em outras vidas, outras que são parte de uma trajetória. Suas manias e excentricidades o denunciavam. No fim, que não deixa de ser um meio, estão claros os excessos, os corpos, os movimentos repetitvos que trilham um caminho de volta à origem perdida. Os números não mentem – a infidelidade, a depravação, o prazer a qualquer custo. Ele vendia a única coisa que possuía, o seu corpo. E os fantasmas agora cobravam. Desconfiava do seu passado e de si, e tentava não sucumbir, já havia falhado tantas vezes, colecionava fracassos...até o momento crítico, a hora em que se está próximo de romper com as amarras do passado para querer outra vida. Encontrava-se no limiar exato, sem ter certeza de que caminho percorrer: abraçar o que sabia fazer ou desbravar o desconhecido, continuar inerte ou mover-se. Enquanto no passado era sozinho entre muitos, no futuro entrevia a ajuda de possíveis, ou melhor, prováveis amigos, e no presente, tinha sede. Sede de mudança. Sede de superação.
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