A mente da gente é mata fechada, abro clareiras com a minha própria força, às vezes tenho algum instrumento para ajudar a desbravar o caminho, às vezes tenho que empurrar troncos do tamanho de um punho com minhas próprias mãos. E o que procuro? É certo que sei que encontrarei, mas nunca sei o que estou a procurar. Quando percebo um movimento nas folhagens, vislumbro uma direção, no entanto, desconheço o objeto que se desloca mais rapidamente do que as minhas pernas conseguem correr. Corro e paro, aguço os ouvidos para o silêncio, para o vento lambendo as árvores que perco de vista. E me descubro só, ouço apenas o som do ar saindo do meu corpo, ar pesado e quente. Não consigo entender por que fogem de mim, por que não podem ficar parados para eu conseguir ao menos estudá-los de longe, conhecer os seus contornos, sua extensão, mirar os seus olhos e, finalmente, compreender. Compreender o que você significa para mim dentro e fora de mim. Desvendar! Peças que se montam, constroem bases e fundamentos, degraus de escada, casa na árvore! Dali de cima posso ver melhor! Enxergar onde vocês se escondem, posso gritar que não quero lhes fazer mal, apenas posso não saber que fim dar aos que encontro pelo caminho, ficarão guardados com todo o cuidado debaixo do meu chapéu, que me protege do sol forte e da chuva. Não temam! Podem vir ao meu encontro, se tiverem medo, eu até fecho os olhos, eu os abrirei apenas quando vocês tiverem se acostumado comigo, primeiro um olho, depois o outro. E, talvez, um tempo depois, vocês se sintam confortáveis o suficiente para passearem ao meu lado e sentirem o meu toque; porque eu quero tocá-los, preciso tocá-los para sentir, porque só assim vocês poderão fazer parte de mim, passarão a fazer parte da minha pele, dos meus ossos e do meu ser.
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