segunda-feira, 9 de maio de 2011

Casa da Ciência – Cidade dos Sonhos (2001)

Gostei mais do filme dessa segunda vez que assisti, chocando-me menos, pude prestar melhor atenção ao enredo. Mesmo assim, o Marco (misterjapa) me ajudou a entender até onde ia o sonho da “Betty”.

A palestra A CARNE DA REDE: MULTIDÃO E MÍDIA LIVRE, ministrada pelo professor Henrique Antoun, teve o filme como pontapé inicial, passando pela história do cinema, a evolução do trabalho e as relações sociais de hoje.

O professor Henrique começou nos situando sobre os símbolos utilizados pelo diretor: o corpo morto que é o próprio cinema, a caixa azul que é o chroma-key, o cowboy que é personagem típico do cinema hollywoodiano. Os velhinhos que assediam a atriz, o diretor dos ano 60, a independência que é posta contra a parede.

Saindo um pouco do limite do filme, o Henrique começou a nos colocar questões para pensarmos a partir da temática do filme, as cenas que como em um sonho, se formam de forma aparentemente sem sentido, mas que na verdade, traz à tona inquietações como, o que é hoje o teatro? A televisão? O sujeito que perde sua identidade, não sabe mais quem é quem. Quem pensa, a mente ou a linguagem? O cinema é entretenimento ou arte? Cultura ou negócio? Afinal quem pensa, quem cria?

O professor Henrique falou também da expectativa que se tinha de que o cinema iria despertar o pensamento dos sujeitos, a consciência política e social do que acontecia com a sociedade, o cinema era depositário das esperanças de ser um instrumento de mudanças. No entanto, com o tempo, começou-se a questionar essa equação. E se houvesse apenas o vazio, nada a ser despertado nos indivíduos? Voltando ao filme, ele ainda falou do cinema aprisionado na caixa azul, o mendigo que representa o grande medo, o anti-estrela.

Ele falou também da reinvenção do sentido do trabalho a partir das revoluções tecnológicas, a mídia livre que multiplica possibilidades, muitos querem ter alguma palavra sobre as mudanças. O neoliberalismo que se interessa pela massa sem estrada, sem passado, e a engole. As relações sociais que passam a movimentar o trabalho, que por sua vez exige a alma de cada um de nós.
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Próxima sessão do cineclube da Casa da Ciência: 04 de JUNHO com o filme OS DOZE MACACOS (1995) do Terry Gilliam, o palestrante PAULO VASCONCELLOS SILVA e a palestra COMO TRAFEGAR NO TEMPO SEM PERDER OS DENTES.

Um comentário:

Mr. Anônimo disse...

Uh, Doze Macacos na próxima. Eu gostei desse filme.