Eu estava
digerindo algumas reflexões na última semana, mas, agora, de frente
para o papel em branco, nada se organiza. Respiro fundo. Busco,
sabe-se lá aonde, uma associação útil...
Uma
menina acabou de pedir dinheiro para um lanche, tirando-me da minha
introspecção, sacudindo o meu eu. A vida é tão dura. Pergunto o
que ela precisa; ela pede que eu pague um lanche para ela e seus
irmãos. As bocas subtamente multiplicam-se. Com carinho na voz,
procurando envolvê-la em compaixão, respondo docemente que não
posso pagar para todos, mas posso contribuir. Dou-lhe R$ 5,00 e um
sorriso, mais de tristeza por não poder resolver o seu pedido, por
não poder ajudar a todos que precisam.
Muitas
das vezes, nem eu mesma consigo me ajudar. Degladio com os meus
limites. Sofro, mesmo sabendo que cada um recebe de acordo com as
suas obras; mesmo sabendo que não estamos aqui para sofrer e, sim,
para fazer diferente e, consequentemente, melhorar.
Algumas
semanas atrás chorei; uma dor me acometeu depois de uma longa
discussão sobre a luta e o imperialismo. A minha luta sempre se deu
de forma interna, quase nunca extrapolando para violência. Toco em
um ponto sensível, minha garganta dói e os meus olhos turvam-se.
Relembro a constatação: não tenho coragem de morrer por um ideal,
mesmo sendo ele Deus.
O caminho
parece estar se abrindo para algum aprendizado, algum novo passo,
difícil de dar, ainda prematuro para se entender. O estudo ajuda
muito, no entanto, não consigo evitar o melindre; quando a vida
exige o exemplo, o argumento, o ensino do correto, quando nem se tem
certeza do caminho trilhado. Já sei que me falta confiar. Respiro
fundo. Agora é deixar a vida correr, os dias raiarem, belos e
calmos, como sempre se fazem.
.
.
Coisas de
Débora e sua geração, irreverência e otimismo. Eu aprovo!
“Eu sou
ninguém. Ninguém é perfeito.”
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