Os fins justificam os meios?
Alguns amigos conversavam animadamente, agasalhados, tentando produzir calor e esquecer a baixa temperatura do lado de fora. Quando parte do grupo se dispersou, em busca de suprir suas necessidades, quaisquer que fossem – ir ao banheiro, fumar, beber – os dois sobraram na mesa. Estavam frente a frente.
Ela levantou e dirigiu-se a ele, sem saber o que iria dizer ou fazer. Sentou e se apoiou na mesa, segurava o peso de sua cabeça com a mão esquerda e não podia evitar sorrir ao ver o pânico no rosto do outro, ele olhava para outra direção. Apesar do silêncio incômodo e do ar pesadíssimo, ela se divertia, ele estava muito longe disso.
Ela inclinou mais o seu corpo em direção ao dele e pensava em algo para falar, quebrar o gelo, algo para, pelo menos, o fazer olhar para ela sem ter uma crise. Parecia lhe faltar ar, respirava pouco e começava a ficar roxo. Ela ponderou se não ia acabar matando o homem, que mais parecia um menino, todo encolhido na cadeira, pronto para sair correndo. Mas ela queria colocar um fim àquela situação que se arrastava: olhos que a perseguiam quando não estava olhando. Aquilo terminaria ali.
Ela inclinou-se ao pé de seu ouvido direito e ficou parada, esperando o momento certo de falar. O seu sussurro era suave, como se falasse mesmo com uma criança, “Eu sei que o medo paralisa...”, e ele deu um sobressalto. “Se você nem consegue me olhar nos olhos, como quer me tocar?”. De uma forma forçada e, talvez, cruel, tentava mostrar a ele como não estava preparado para o que desejava, e como ele teria que mudar para chegar aonde queria.
Ela já tinha voltado o seu corpo para a posição inicial e o olhava, levantou após alguns segundos...aquilo acabava ali...no entanto, uma mão inesperada mudou um pouco os seus planos...ele segurou a mão dela, impedindo que saísse e a olhou nos olhos, sustentaram-se. Ele, então, fechou o cenho, “Não precisa ser escrota”.
Depois de recomposta da grosseria, respondeu, “Preciso sim, só assim para você se mexer”. Retirou, assim, a sua mão da dele, virou as costas e foi para cozinha.
Alguns amigos conversavam animadamente, agasalhados, tentando produzir calor e esquecer a baixa temperatura do lado de fora. Quando parte do grupo se dispersou, em busca de suprir suas necessidades, quaisquer que fossem – ir ao banheiro, fumar, beber – os dois sobraram na mesa. Estavam frente a frente.
Ela levantou e dirigiu-se a ele, sem saber o que iria dizer ou fazer. Sentou e se apoiou na mesa, segurava o peso de sua cabeça com a mão esquerda e não podia evitar sorrir ao ver o pânico no rosto do outro, ele olhava para outra direção. Apesar do silêncio incômodo e do ar pesadíssimo, ela se divertia, ele estava muito longe disso.
Ela inclinou mais o seu corpo em direção ao dele e pensava em algo para falar, quebrar o gelo, algo para, pelo menos, o fazer olhar para ela sem ter uma crise. Parecia lhe faltar ar, respirava pouco e começava a ficar roxo. Ela ponderou se não ia acabar matando o homem, que mais parecia um menino, todo encolhido na cadeira, pronto para sair correndo. Mas ela queria colocar um fim àquela situação que se arrastava: olhos que a perseguiam quando não estava olhando. Aquilo terminaria ali.
Ela inclinou-se ao pé de seu ouvido direito e ficou parada, esperando o momento certo de falar. O seu sussurro era suave, como se falasse mesmo com uma criança, “Eu sei que o medo paralisa...”, e ele deu um sobressalto. “Se você nem consegue me olhar nos olhos, como quer me tocar?”. De uma forma forçada e, talvez, cruel, tentava mostrar a ele como não estava preparado para o que desejava, e como ele teria que mudar para chegar aonde queria.
Ela já tinha voltado o seu corpo para a posição inicial e o olhava, levantou após alguns segundos...aquilo acabava ali...no entanto, uma mão inesperada mudou um pouco os seus planos...ele segurou a mão dela, impedindo que saísse e a olhou nos olhos, sustentaram-se. Ele, então, fechou o cenho, “Não precisa ser escrota”.
Depois de recomposta da grosseria, respondeu, “Preciso sim, só assim para você se mexer”. Retirou, assim, a sua mão da dele, virou as costas e foi para cozinha.
Um comentário:
Gostei. =)
Postar um comentário