segunda-feira, 6 de junho de 2011

Casa da Ciência – Os 12 Macacos (1995)

O palestrante (estreante) dividiu sua fala em três momentos: primeiro falou do diretor Terry Gilliam, que fazia parte do grupo inglês de comédia Monty Python, exaltando a estética caracteristicamente visual do diretor.

Em um segundo momento, o Paulo Vasconcellos-Silva comparou conceitos e idéias presentes tanto no filme OS 12 MACACOS quanto BRAZIL, que ironiza 1984. Ele chamou nossa atenção para os cenários e alegorias, as tecnologias de opressão do homem e como com tão pouco, o homem se deixa dominar. Foi comentado, também, a presença do panóptico (central de controle) de Foucault em pelo menos dois momentos do filme em questão.

Por fim, na terceira e última parte da palestra, o Paulo nos falou do tempo fenomenológico de Proust versus o tempo linear da viagem no tempo, este último que busca alterar o passado para se ter um futuro melhor. O tempo de Proust seria mais interessante, pois é aquele sentido de forma diferente por cada pessoa, é a captação da percepção de si.

Para responder ao título de sua palestra COMO TRAFEGAR NO TEMPO SEM PERDER OS DENTES, o professor de bioética da UNIRIO evocou Nietzsche: “Qual seria a vida que vale a pena ser vivida?, O que é uma vida boa?” Se um gênio nos desse infinitas vidas iguais, isto seria um castigo ou um prêmio? Para o personagem principal, James Cole, seria um castigo, e para enganar o “gênio”, para poder viver uma vida diferente, uma vida em que ele conserva o conhecimento sobre o futuro, ele arranca seus dentes, em um ato desesperado.

O filme nos traz diversos momentos de fruição daquilo que é simples, momentos que James Cole se permite sorrir e emocionar-se. E sem ter onde fincar a razão, entre os momentos de lucidez e loucura, James Cole não sabe mais o que quer, ele se perde para se encontrar, mas precisa que lhe digam o que ele deseja.

Dados curiosos

Dogma das histórias de viagem no tempo: a história não pode ser mudada.
Os profissionais que mais se matam são os dentistas. [Essa estatística foi dita durante a discussão do filme, se é verdade ou não, eu já não sei rs].
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Próxima sessão do cineclube da Casa da Ciência: 02 de JULHO com o filme O CONTO DA AIA (1990) do Volker Schlöndorff, a palestrante LUCIA DE LA ROCQUE e a palestra DISTOPIA ONDE A VOZ FEMININA NÃO TEM VEZ.

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