terça-feira, 15 de março de 2011

Só sei que nada sei

“O cúmulo do orgulho é desprezar-se a si próprio.” (Gustave Flaubert)

Essa frase me incomodou, mais porque eu não consegui compreender do que discordar. E tive então ajuda, que eu mesma fui buscar. O meu erro foi enveredar para a antítese entre orgulho e desprezo, como podemos ser orgulhosos enquanto nos desprezamos? Mas a voz da experiência veio em meu auxílio,

“quando desprezamos alguém, estamos sendo orgulhosos, e ao nos desprezarmos, esse orgulho assume uma proporção que transcende a pessoa”.

Era o que faltava para eu entender, a frase fala de um orgulho impessoal, preso a ninguém, como uma entidade, fora de qualquer um.

Agora sim.
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“Para que cada qual trabalhe na sua purificação, reprima as más tendências e domine as paixões, preciso se faz que abdique das vantagens imediatas em prol do futuro, visto como, para identificar-se com a vida espiritual, encaminhando para ela todas as aspirações e preferido-a à vida terrena, não basta crer, mas compreender.

(...) O Espírita sério não se limita a crer, porque compreende, e compreende, porque raciocina; a vida futura é uma realidade que se desenrola incessantemente a seus olhos; uma realidade que ele toca e vê, por assim dizer a cada passo e de modo que a dúvida não pode empolgá-lo, ou ter guarida em sua alma.

(...) Força é confessar, porém, que pelos conhecimentos que fornece, pelos sentimentos que inspira, como pelas disposições em que coloca o Espírito, fazendo-lhe compreender a necessidade de melhorar-se, facilita enormemente a salvação.” (pags. 172 e 173)

KARDEC, Allan. O céu e o inferno. FEB, 1944.

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