Eu tinha um mistério para resolver. Alguma coisa em você me incomodava e eu não sabia o que era. Eu comecei a andar de um lado para outro e a construir um texto mentalmente, é assim que eu resolvo as minhas questões filosóficas, então uma pergunta me veio de repente, e me ajudou a entender mais sobre mim mesma. E perguntei em voz alta: “quais são os seus defeitos?” Eu sei que eu não tenho o direito de lhe perguntar isso, você nem me conhece. Somos estranhos um ao outro. E o complemento veio a seguir: “você parecia perfeito demais.” E isso que me incomodava, eu aprendi então que eu consigo me identificar com os defeitos, mas não com a perfeição. E por que será isso? Eu não deveria reconhecer a perfeição e respeitá-la? E aí é que está a questão, eu não sei nada sobre você, nunca vi você reconhecer os seus defeitos, e por isso, você parece intocável – sem os defeitos eu não posso procurar começar a tentar te entender. Eu sei, é um péssimo hábito classificar as pessoas, eu não deveria usar rótulos, mas é assim que o nosso cérebro está programado para funcionar. Eu não cheguei a nenhuma conclusão, mas obrigada pela reflexão, sinto-me mais leve agora.
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"A criação não é uma compreensão, é um novo mistério." - Clarice Lispector
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"A criação não é uma compreensão, é um novo mistério." - Clarice Lispector
3 comentários:
O que me incomodou foram os 'e's.
hmm, eu acho que o certo é 'incomodar'
Pronto, corrigidos. Valeu!
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