domingo, 10 de maio de 2009

Smallville: Sopa de moralismo

Eu entendo que questões morais sejam centrais numa série que tenha o super-homem como personagem principal, mas essa salada de moralismo me enoja. Retirei essas falas só de um episódio (Injustice_8x21), e por mais que eu concorde com alguma coisa que é dita ali, a forma como é feita desmerece todo o discurso, que é raso e repetitivo.

***

Para fazer a coisa certa ultimamente, sempre é preciso de segredos e mentiras.

Tem que quebrar as regras dessa vez.

Às vezes a justiça... não é fazer a escolha fácil.

Não deixarei o mundo ser tomado por um bando de aberrações.

Quantas vidas mais está disposto a sacrificar se seus planos falharem desta vez, Clark?

Meu dever é fazer o que é certo.

Servimos de exemplo para que outros sigam.

E se não o fizermos, então não somos melhores do que aqueles que combatemos.

Eu o destruí... para que não tivesse escolha senão matar o monstro. Mandá-lo para uma prisão em outro mundo não é o suficiente.

Clark, a marca de um verdadeiro herói é a disposição de sacrificar suas crenças morais para ajudar a manter o mundo em segurança.

Não pode evitar o destino. Lex me ensinou uma coisa. A palavra "destino" é usada pelas pessoas que se esqueceram de quem são.

Por que está tão determinada em ver Davis Bloome morto? Simples, Clark. A sobrevivência de toda uma civilização depende disso.

***

Eu tinha abandonado a série, decisão bem acertada, mas os malditos me repescaram e enganaram quando começaram a desenvolver mais o romance “Lois e Clark”. Ingenuamente, achei que tudo teria fim agora, Smallville não voltaria para uma nona temporada e eles seriam obrigados a acelerar a junção do casal. Confesso que gostei de alguns episódios e cenas dos dois juntos, mas esse jogo de audiência me irrita. Larguei de novo.

sábado, 9 de maio de 2009

Vigília e alívio

Eu ia escrever durante o meu período de vigília ontem, me manter ocupada para ficar de olho na Dolly, mas nem foi exatamente preciso. Felizmente ela dormiu grande parte do tempo e eu me contentei com um sono leve, atenta para se ela acordasse.

O fato foi que passava eu feliz e contente na rua, com o intuito de alugar um filme e visitar a Pat, quando liga minha mãe pra falar que a Dolly não parava de tremer, mesmo depois de tomar o gardenal.

Encontrei-a, realmente, em um estado diferente do convulsivo. Conseguimos encaixar um horário no vet dali a 3 horas, e a confusão já foi o suficiente para tirar a minha fome...desde ontem comi só duas bananas, a única comida que não me embrulha o estômago.

Ela fez exame de sangue para descartar a possibilidade do rim e no final da consulta, o vet já estava acreditando ser a causa da tremedeira, uma dor intensa na coluna.

Para a dor ele receitou um remédio tipo morfina, pesadão, pra dar de 8 em 8 horas. Como ela não está comendo, estamos dando sopa e líquidos por seringa. Pesquisamos na internet, sobre as possíveis causas, e encontramos calcificações, artrose e hérnia de disco. Minha mãe e eu conversamos sobre a morte, eu (muito dramática) já achava que ela estava nas últimas, exagerada pra caramba!!!

No meio da noite, três horas depois da segunda dose de morfina, ela estava conseguindo se levantar, se coçou e até se sacudiu. Dormi melhor do que eu esperava.

Hoje cedo fomos ao vet antes do horário da primeira consulta e vimos o exame do rim, da creatina. O vet ficou muito surpreso! Disse que aquilo era fantástico, porque ele não esperava que baixasse a taxa. Baixou quase pro normal! De 2,8 baixou para 1,7(normal até 1,6). Essa boa notícia junto com a melhora dela de ontem pra hoje, nos tranqüilizou.

Ele injetou um óleo para as juntas e passou um antiinflamatório, além continuarmos com remédio pra dor e o complexo vitamínico, porque ela ainda não está comendo. Eu também não comeria, tanto que estou mesmo sem comer de nervosismo, estresse, angústia.

Depois disso tudo, minha mãe chamou a Dolly de fênix rs
.
.
.

Ela (Dolly) acabou de vir pedir colo, não está mais tremendo, só trêbada mesmo, comeu biscoito maisena e bebeu água de côco. Chique, heim?!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Foucault pilulado

Hoje fiz minha primeira prova sobre Foucault, e fiquei meio insegura depois que a professora me olhou com um ar de surpresa, após eu ter teminado e passado a limpo com uma hora e meia de prova.

Eu estou gostando bastante da matéria, mas é muita informação para digerir. A professora já nos preveniu que a primeira nota é sempre menor que a segunda, justamente por ser todo um extenso conhecimento.

Pra quem já ouviu falar de Foucault, mas não faz ideia do que se tratam os seus estudos, coloco aqui algumas pílulas de informação, de minhas anotações das aulas:

Sobre o mito ocidental de que o saber deve renunciar ao poder, ele defende, assim como Nietzsche, que por trás de todo saber e conhecimento está em jogo uma luta de poder. Hoje, isso pode parecer óbvio, com a máxima: informação é poder, mas na época, não era bem assim por herança de Platão.

O sujeito é fruto da sexualidade e Foucault estuda a relação entre ela, o poder e o saber. Ao negar, reprimir e censurar, pela regra da imanência, estamos saturando os corpos sexualmente, incitando a curiosidade.

A partir do século XVII, o corpo era encarado como máquina, e através do adestramento e da extorsão das forças, instituía-se a sociedade disciplinar. Por meios de confinamento (escola, fábrica, prisão etc) os corpos poderiam ser vigiados, produzindo assim, corpos dóceis e úteis. Com a Segunda Guerra Mundial, esta lógica entrou em crise e um tempo depois coexistiu com a nova lógica, a do controle, a céu aberto, e que estamos vivendo ainda hoje, sem prazo de validade.

Hoje, estamos em formação permanente, acabou o tempo que fazer uma faculdade era suficiente, tem que fazer pós, mestrado, doutorado; as empresas e nós mesmos nos sentimos insatisfeitos mesmo quando temos o necessário.

Foucault fala também de bio-poder, um conceito bem conhecido dele, em que os processos biológicos começaram a ditar a vida, porque estamos constantemente produzindo saberes com a intenção de superar o ponto crítico do poder: a morte.

Essas pílulas têm a intenção de aguçar em vocês a vontade de ler Foucault, por que isso não passa nem perto da riqueza de conhecimento que estão registrados em seus livros, a leitura é tranqüila, ele não é um estudioso desses que fala difícil.

Alguns títulos dele: “A Verdade e as Formas Jurídicas”, “Vigiar e Punir”, “História da Sexualidade Vol. 1 – A Vontade de Saber”.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Conto inspirado

no estilo literário do argentino CORTÁZAR, Julio. A produção do cara é genial, a minha, parece mais um atentado.

Abismo

Eram cinco amigos, mas nem todos eles se entendiam, como acontece em todo e qualquer lugar. Nada de especial e diferente havia nesse grupo, eles saiam nos fins de semana e se falavam com freqüência. E como em um dia normal, um deles acordou atrasado para o compromisso marcado, nem percebeu, ao se olhar no espelho, que havia algo diferente com a sua boca.

O segundo amigo, o observador, percebeu que seus óculos pareciam não estar funcionando e que talvez o seu grau tivesse aumentado; não da noite para o dia, mas só agora se fazia perceber. Além de embaçado, ele não conseguia abrir seus olhos totalmente. Pensou duas vezes antes de sair, mas como não sentia nenhum outro sintoma, jogou uma água no rosto e saiu.

O terceiro amigo, depois de tomar café da manhã, foi limpar seus ouvidos, depois que não parecia ouvir bem a televisão, mesmo no volume máximo. Pensou que talvez o problema fosse com os auto-falantes desta e resolveu, então, fazer um teste, mas com o quê? Falou qualquer coisa em voz alta, e ouviu somente uma voz ao longe. Antes de ir ver um médico, iria ver seus amigos, pois já tinham um compromisso marcado.

O quarto amigo, não percebeu a alta temperatura da água que fervia na panela, os respingos o molharam, mas nada sentiu, só viu umas manchas avermelhadas no seu braço, achou curioso e saiu para encontrar seus amigos na esquina combinada.

O quinto e último amigo era do tipo que tinha constantes altos e baixos em sua vida, e geralmente os seus amigos o apoiavam na tristeza principalmente. Naquele dia, ele tinha acordado particularmente bem, talvez porque não sentisse o cheiro de mofo característico de sua casa e que tanto o irritava.

Mal sabiam eles que depois daquele dia, eles não mais se encontrariam, cada qual com seu excesso perdeu a condição de se comunicar. O segundo não enxergava os problemas dos outros, o terceiro não escutava o que ocorria com os outros, o quarto não sentia a angústia dos outros, o quinto estava achando tudo ótimo porque não sentia cheiros ruins e por isso não percebia a aflição dos outros e o primeiro, não podia mais ser extravagante com as palavras e com seu tom, sem saber como demonstrar o que acontecia sem poder fazer uso do instrumento que mais dominava.

Tornaram-se corpos subtraídos, com seus sentidos atrofiados, um abismo criado por cada um, um abismo que marcou suas vidas, a partir daquele dia, até quando não mais sabiam quem eram.

domingo, 3 de maio de 2009

Casa da Ciência – UFRJ

Como parte da atividade “Ciência foco”, ontem fui ver o segundo filme do ano: “Blade Runner – O caçador de andróides”, para em seguida ouvir a palestra O PROBLEMA MORAL DE PHILIP K. DICK, ministrada pelo psicanalista Jurandir Freire Costa.

Fui de mente aberta, porque eu sabia da repercussão do filme na época, e sabia também que seria algo muito diferente do que estou acostumada a ver, e realmente o filme passa bem lentamente.

No entanto, a palestra foi de tirar o fôlego, eu não esperava que fosse algo tão rico, e fiquei super empolgada para ler os romances do PKD. O Jurandir falou super bem do filme, que o Ridley Scott manteve o espírito do livro (Do Androids Dream of Eletric Sheep?) e que agradou o autor.

O Jurandir falou bastante de questões centrais da obra do PKD, como o problema moral, o que é ser humano e o que é o mundo, o que é a realidade. O humano é quem é moral, falou da contra cultura dos anos 60 que fez parte do contexto dele, de como ele era drogado, desequilibrado, insuportável, e como seus amigos gostavam dele mesmo ele sendo uma figura alucinada.

Ele falou de duas regras presentes na sua obra: não obedecer cegamente, ser capaz de fazer exceção. E o que mais me marcou, foi ele defender o espírito aberto ao outro, tolerar a diferença, ter consciência de si e do outro. Assim, o sujeito começa a não saber quem é, porque é daí que surge a empatia com o outro. Aceitar o outro requer o não se saber quem é.

E ele chegou a falar com um tom sinistro de como o mundo está de ponta cabeça, como tudo hoje é mais difícil, violento e caótico, algo que o PKD teria premeditado com as suas histórias.

Alguns títulos dele: Loteria Solar, O Homem do Castelo Alto, O Homem Duplo, A Transmigração de Timothy Archer.

O próximo encontro será dia 6 de junho com o filme GUERRA DO FOGO (acho que vi uma vez na escola...), agora não lembro quem fará a palestra, mas tenha certeza que estarei lá.

sábado, 2 de maio de 2009

O Encantador de Cães / The Dog Whisperer

Minha mais nova obsessão! Não canso de ver os casos dos cachorros e de seus donos ignorantes, assim como eu e qualquer um. É algo tão novo lidar com a psicologia do cão, sem humanizá-lo, para mantê-lo equilibrado e no seu lugar de cão, porque é assim que deveria ser.

Eu fico boba com o tanto de informação que o Cesar Millan tem sobre o comportamento canino, e impressiona porque funciona mesmo, faz sentido e sempre passa pela ignorância do dono. Aprendi a importância da caminhada para o cachorro, como devemos nos impor como líderes para dominarmos eles e não nos deixar dominar. E os cães funcionam de maneira tão constante, é instinto, é aquilo e acabou, não têm as frescuras dos humanos.

Eu trabalharia feliz e contente com isso.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Em Terapia - 2ª. Temporada e sem fronteiras

“Constantemente mudamos nossas lembranças para que o passado não entre em conflito com o presente. Se odiamos nosso marido agora, lembramos com menos alegria o dia de nosso casamento.” – Gina
____________________

Com o advento do Google Analytics descobri que tenho leitores diretamente de Portugal! Eu os convido para se manifestarem!!!

Também tem gente da Bélgica, EUA, Espanha, Algéria e Guatemala. Legal saber que o fatia está ultrapassando fronteiras =D