E mais uma vez, estamos aqui. Nesse mesmo pé. Não sei o que fazer.
A certeza de outrora desvaneceu nas incertezas que suas palavras
trouxeram ao serem escritas e marcadas em mim, reverberadas na minha
alma. Sofro pela dúvida. Consumo-me pelo o que deveria dizer e não
consigo querer dizer. Não quero ouvir seu nome ou ver o seu rosto.
Tento entender, o desgosto, a mágoa. Procuro continuar minha
caminhada, deixar o passado em seu devido lugar, mas confesso, tem
sido difícil. Não volto atrás, um pouco, por orgulho e, um pouco,
por não sentir nada. Paralisada pela inércia plantada por você
mesmo.
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Quereres
(…)
“Aquilo que mais a entretinha no balneário era observar e fazer
conjeturas acerca das pessoas que não conhecia. Ao pensar quem
seriam, como seriam e quais as relações que existiriam entre elas,
Kitty as via como criaturas excepcionais e agradáveis e costumava
encontrar a confirmação das suas hipóteses.” (pág.203)
TOLSTOÍ,
Leon. Ana Karênina. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
.
.
(…) “O
Padre Antonio Vieira tinha um belo conceito de autoridade: 'Não
basta que as coisas que se dizem sejam grandes, se quem as diz não é
grande. Por isso os ditos que alegamos se chamam autoridade, porque o
autor é o que lhe dá o crédito e lhe concilia o respeito.' ”
(pág.57)
SANTOS,
Isidoro Duarte. O Espiritismo no Brasil. RJ – EP Editora, 1960.
.
.
Pois ouse
duvidar.
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Eu quero! |
domingo, 21 de outubro de 2012
Eu não disse?
Às vezes nos sentimos melhores que os outros por causa das escolhas
que fazemos...tenhamos em mente que isso não é verdade. Já me
forço a não classificar pessoas, a não rotular atitudes. Muitas
vezes erram conosco e já queremos taxar de “merecedor de nosso
desprezo”.
Ter opinião sobre tudo é saudável?
Critico o que não conheço porque não tenho interesse de conhecer –
minha opinião é válida? Enquanto gosto de ler, outros gostam de
ver tevê. São opções pelos programas que se busca, cada qual é
livre para escolher, e devemos tolerar as escolhas e não adentrar o
mundo do outro para denegrir. Não se precisa dizer que isso ou
aquilo é melhor; na sociedade, cada um se sente melhor fazendo o que
gosta e, desde que não prejudique o outro, por que não aceitar?
Que possamos assumir a posição de “não tenho opinião formada”
sobre o que não conhecemos ou que nem tenhamos vontade de conhecer.
Desconheço portanto me calo.
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Eu não disse que ia sentir expectativas equivocadas?
Dito e feito.
Não mais dirijo-lhe a palavra.
Não mais preciso de sua atenção.
Não mais me encanto com o seu sorriso.
Não que eu tenha forçado isso,
Fogo não alimentado se extingue.
Isso não é novidade...
A indiferença mata.
sábado, 20 de outubro de 2012
Impacientes
- Você
não devia estar aqui.
- Eu
sei... - silêncio. A tentação foi maior do que a minha
resistência. Devo ir embora? Ainda há tempo para voltar atrás?
- Elas
dizem que você está no caminho certo...e que não adianta se
enganar.
- E esse
engano...diz mais alguma coisa? Tem relação com o quê?
- Elas só
dizem que você não deveria estar aqui...que o seu caminho deve ser
trilhado sem nada saber, o que é melhor, diga-se de passagem.
- Diz
tudo isso numa cartada só?!
- Sim.
- Você
aceita receber por meia consulta? Não quero saber mais nada!
- Sinto
muito, tem que pagar o valor inteiro...ainda posso terminar, virar
mais algumas cartas.
- Poxa,
mas eu não devia ter vindo...
- E
então, viro ou não viro? Decida-se.
- Ok.
Pode virar.
- Diz
aqui que o amor sempre foi difícil para você...
- A
senhora poderia dizer algo que eu não saiba?!
- Você
já conhece a pessoa que será o seu marido.
- ...
- ...
Querer
dar a volta no destino, saber antes da hora o que logo logo nos
acometerá pode ser desastroso.
.
.
O destino
é o maior barato!
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Em qualquer lugar
Eu não
consigo entender vocês...Nós quem? Vocês que se resignam em fazer
o que não gostam quando poderiam estar fazendo o que gostam.
Confuso. Trabalho e lazer andam juntos ou separados? Lado a lado?
Fico feliz em qualquer lugar, aprendo e ensino em qualquer lugar.
Amar sua profissão faz parte da jornada do autoconhecimento, não se
acerta logo ou se acerta. E enquanto não se chega lá, por que não
aproveitar a aventura?
Não
entendo como alguém pode deixar chegar ao ponto da obesidade
mórbida. Eu não entendo, mas entendo.
.
.
Foram
tantos amores não correspondidos, tantas lições aprendidas – não
o desgosto pela vida, mas o continuar vivendo independemente de.
Foram
tantos cenários criados, tantas imagens e diálogos imaginados, e
quem diria, tanto posto no papel de forma bela e não mais dolorida.
Foram
tantas cartas escritas, tantas memórias registradas e absorvidas,
lições sobre o ser humano, sobre a felicidade e os desenganos.
Oh, vida!
16/10/12
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Má vontade
- Mãe,
tem que colocar aquele remédio no ouvido da Nikita...
- Não
sou eu que faço isso.
- Ouch.
.
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Dia
desses lembrei de uma época em que eu tinha o péssimo costume de
dormir sem arrumar a cama, deitava em cima da colcha e dormia super
bem de tão cansada que eu andava. Minha mãe detestava.
.
.
Descobri
ontem sobre um menino que tinha um canal no YT e que eu
acompanhava.Ele está com 20 anos e tem um namorado. Uns meses atrás,
também descobri que uma amiga inglesa está namorando uma menina.
Que coisa, não?!
domingo, 14 de outubro de 2012
Noite estrelada
Noite
chuvosa e fria, perfeita para estar debaixo das cobertas – a dois.
Acompanhada de Julio, Borges, Érico, Hermann, Jean-Paul, Nikolai,
Anton, Máximo, Aldous, Clarice ou outros tantos que ainda não
conheci...Hoje, acompanha-me Leon.
.
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Mãe: E
Castle(503), foi bom?
Eu:
Hum... *pensando* Se eu não lembro sobre o que foi, não foi bom.
sábado, 13 de outubro de 2012
Perseverança
Antes que
eu me esqueça, queria falar um pouco sobre o Freixo. Fui no abraço
do Maracanã e foi bem bacana. Arrumei alguns panfletos da campanha
dele para distribuir. Acompanhei Twitter, entrevistas,
debates...Nunca antes eu tinha tido vontade de lutar pela política
ou tive esperança nela. Foi algo novo e belo.
Concordo
com o meu pai que, talvez, ele não estivesse pronto para assumir o
cargo de prefeito, assim como o Lula que demorou anos para conseguir
chegar à presidência. As mudanças devem acontecer aos poucos para
serem duradouras. Se ele entrasse agora, talvez, gerasse conflitos
desgastantes. Essa eleição foi muito importante para o
fortalecimento do partido (PSOL) e já é uma preparação para o
engajamento da população/jovens nos problemas da cidade. E todos
tivemos a mesma sensação: Quem sabe em 2016?!
É assim
na perseverança, nossa chance vai chegar.
.
.
Situação
verídica inventada.
- Doutor,
não sei como resolver essa situação.
- Sabe
que esse foi um dos motivos para eu não ter escolhido essa raça,
isso é comportamental: 50% deles comem cocô.
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Novo encontro?
Mais de
uma vez escrevi sobre a ovelha negra. De tempos em tempos, o assunto
surge, a incompreensão como brota e preciso escrever. Porém, não
publico. Deveras pessoal, a pequena revolta, ou melhor, inquietação
precisa apenas ser posta em palavras para desanuviar o coração.
Tornar público parece deveras bruto e desnecessário. Continuo
aprendendo com tudo.
.
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“Eu,
que fabrico o futuro como uma aranha diligente. E o melhor de mim é
quando nada sei e fabrico não sei o quê.” (pág.68)
“Ah
viver é tão desconfortável. Tudo aperta: o corpo exige, o espírito
não para, viver parece ter sono e não poder dormir – viver é
incômodo. Não se pode andar nu nem de corpo nem de espírito.”
(pág. 94)
LISPECTOR,
Clarice. Água Viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
.
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Mal
terminei de ler, já fica a vontade de reler Clarice.
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quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Intensamente não
Caramba,
eu tinha tantas situações para escrever, mas elas vão se
acumulando no meio da minha cabeça, e pra arrumar espaço para o
dia-a-dia, vou tendo que empurrá-las para qualquer canto...ficando
difícil de encontrar quando quero. E quando estou ocupada com
afazeres, elas pipocam aqui e ali, querendo ser ouvidas, querendo
mergulhar no mundo afora, sem sucesso, devo ressaltar. Agora mesmo,
nada me vem. Elas tentam se fazer presentes, mas desconheço o
caminho. Intensamente, não tenho vivido os instantes. Fica aquela
sensação de que falta alguma coisa...
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
O fim
(…)
“O Príncipe estava calmo. Seu rosto não exprimia nem ira nem
indignação.
-
Agora, aquele mesmo em cujas mãos repousa a sorte de muitos e a quem
súplica nenhuma conseguiria abrandar, esse mesmo curva-se diante
dos senhores, com um pedido. Tudo será esquecido, apagado, perdoado;
eu mesmo, em pessoa, intercederei por todos, se atenderem ao meu
pedido. Eis o meu pedido: eu sei que não existem meios, intimidações
ou castigos que possam erradicar a corrupção: ela já está muito
enraizada. A desonrosa prática de receber propinas tornou-se
necessidade – indispensável até a homens que não nasceram para
ser desonestos. Bem sei que já é quase impossível a muitos remar
contra a corrente geral. Mas agora eu sou obrigado, como num momento
sagrado e decisivo, quando está em jogo o destino da pátria, quando
para salvá-la todo cidadão oferece tudo e sacrifica tudo – eu sou
obrigado a lançar meu apelo ao menos àqueles que ainda guardam no
peito um coração russo e que ainda compreendem, um pouco que seja,
o sentido da palavra “nobreza de alma”. Não vale a pena indagar
quem aqui é mais culpado que o outro. Quem sabe, sou eu o mais
culpado de todos. Talvez eu os tenha recebido com demasiada
severidade, logo no começo; afastei, talvez, com a minha
desconfiança excessiva, aquels dentre os senhores que tinham a
intenção sincera de me serem úteis – embora pela minha parte eu
também podesse reprová-los: se realmente eles tinham amor à
justiça e queriam o bem de sua terra natal, não deveriam ter ficado
melindrados com a arrogância dos meus modos; deveriam ter sufocado o
seu amor-próprio e sacrificado suas sucetibilidades. Teria sido
impossível que eu não tivesse chegado perceber sua dedicação
abnegada e seu nobre amor à verdade, e não tivesse acabado por
aceitar seus conselhos úteis e sensatos. (…) O problema que se nos
defronta agora é que chegou a hora de salvarmos a nossa pátria. Que
a nossa pátria está perecendo, não pela invasão de vinte tribos
estrangeiras, mas por nossas próprias mãoes. Que já se formou, ao
lado do governo legítimo, um outro governo, muito forte que o
governo legal. Estabeleceram-se condições próprias, tudo tem preço
marcado, e os preços já foram até levados ao conhecimento público.
E estadista algum, embora seja o mais sábio de todos os legisladores
e governantes, tem forças suficientes para remediar o mal, por mais
que tente limitar a ação nefasta dos maus funcionários, nomeando
para vigiá-los outros funcionários. Tudo será inútilenquanto cada
um de nós nãp sentir que, assim como na época da revolta dos povos
ele se armou contra os inimigos, assim ele deve armar-se e
levantar-se contra a corrupção e a falsidade. É como homem russo,
como irmão, ligado aos senhores pelos laços indissolúveis do
sangue, que eu me dirijo agora a todos. Dirijo-me àqueles sentre os
presentes que têm algum resquício de compreensão do que seja
nobreza de ideias. Convido-os todos a se lembrarm do dever, que é o
destino do homem, onde quer que ele se encontre. Convido-os a
examinarem mais de perto o seu dever e a obrigação do seu cargo na
terra, porque isto já se nos afigura de maneira distante e obscura,
e mal-e-mal*...” (pág.445)
* Aqui o
manuscrito se interrompe. (N. do T.)
GÓGOL, Nikolai. Almas Mortas. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
.
.
“Em
1842, publicou Almas Mortas, romance no qual trabalhou durante mais
de quinze anos. A partir de 1842 viveu como andarilho, deprimido por
grave crise religiosa. Em 1852 queimou o segundo volume de Almas
Mortas e se abandonou à morte por inanição”.
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