sábado, 12 de fevereiro de 2011

Destino

Eu acredito em destino, mas acho que não da forma como geralmente se acredita. Por isso quando me perguntam, eu não posso afirmar categoricamente “sim” ou “não”. O destino que eu acredito leva o livre-arbítrio em consideração, grandes eventos em nossas vidas seriam programados como provas, situações que devemos passar e resolvê-las da melhor forma possível, que é mostrando o quanto já aprendemos sobre o bem. E para os acontecimentos menores, os problemas e entraves do cotidiano, talvez não tenham a ver com algo já traçado, mas são conseqüências para as nossas atitudes e ações, que dependendo do que plantamos, colheremos mais cedo do que imaginamos. Quer um exemplo?
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“861. O homem que comete um assassinato sabe, ao escolher a sua existência, que se tornará assassino?
Não. Sabe apenas que ao escolher uma vida de lutas terá a probabilidade de matar um de seus semelhantes, mas ignora se o fará ou não, porque estará quase sempre nele tomar a deliberação de cometer o crime. Ora, aquele que delibera sobre alguma coisa é sempre livre de a fazer ou não. Se o espírito soubesse com antecedência, que, como homem devia cometer um assassínio, estaria predestinado a isso. Sabei, então, que não há ninguém predestinado ao crime e que todo crime, como todo e qualquer ato, é sempre resultado da vontade e do livre-arbítrio. De resto, sempre confundis duas coisas bastante distintas, os acontecimentos materiais da existência e os atos da vida moral. Se há fatalidade, às vezes, é apenas no tocante aos acontecimentos materiais, cuja causa está fora de vós e que são independentes da vossa vontade. Quanto aos atos da vida moral, emanam sempre do próprio homem, que tem sempre, por conseguinte, a liberdade de escolha: para os seus atos não existe jamais fatalidade”. (pág.283)

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos.

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