Depois de ver o trailer do filme, apareci no cineclube já preparada para assistir qualquer coisa estranha. Enquanto eu via o filme, fiz muita careta, ri como o resto do público das cenas risíveis, hoje, e pude perceber silêncios, quando não sabíamos o que esperar da próxima cena.
Foram muitas reações e sensações, e fiquei surpresa de ouvir o palestrante falar que “Videodrome” é moralista. Não sei se essa confusão foi geral ou foi só a minha percepção. Cronenberg brinca com as transgressões para mostrar-se moral, mas pra mim o choque da violência acabou deixando o discurso moral nebuloso.
O Tadeu Capistrano (Doutor em Literatura Comparada pela UERJ e professor de Teoria da Imagem da Escola de Belas Artes da UFRJ) falou de temas presentes nos outros filmes do diretor, como sexo e violência, corpo-mídia, hiperestimulação.
Falou-se também da possibilidade de ver sem olhos, o que seria uma visão remota; o olho obsoleto e o foco no controle do cérebro. Em “Videodrome” podemos ver corpos opacos, melancólicos, esvaziados de vontade – apatia típica dos anos 80. Com a criação do vídeo, havia uma crise do cinema e do espectador cinematográfico, o que gerou novas demandas perceptivas e sensoriais.
A noção de hipnose está bem presente, há de se focar um ponto luminoso que irá trabalhar com a emoção, a atenção, a memória ou a imaginação. Os personagens se tornam vídeos. O corpo como uma mercadoria. Redução do cidadão à espectador.
As alucinações costuram o enredo, levantando questões sobre o que seria a realidade se não a nossa percepção, o próprio filme poderia ser inteiramente uma alucinação do Max, pois vemos ele perder o controle o tempo todo, quando se perde a noção de realidade.
O Tadeu ainda apontou como Cronenberg era adepto da filosofia do desaparecimento, quando ele tematiza o desaparecimento do corpo, e do que nos torna humanos. Não há espaço para o existencialismo. Falência do tempo de reflexão sobre o que vemos. E na sua visão apocalíptica, ele mostra-se desacreditado do homem, apostando na tecnologia.
Foram muitas reações e sensações, e fiquei surpresa de ouvir o palestrante falar que “Videodrome” é moralista. Não sei se essa confusão foi geral ou foi só a minha percepção. Cronenberg brinca com as transgressões para mostrar-se moral, mas pra mim o choque da violência acabou deixando o discurso moral nebuloso.
O Tadeu Capistrano (Doutor em Literatura Comparada pela UERJ e professor de Teoria da Imagem da Escola de Belas Artes da UFRJ) falou de temas presentes nos outros filmes do diretor, como sexo e violência, corpo-mídia, hiperestimulação.
Falou-se também da possibilidade de ver sem olhos, o que seria uma visão remota; o olho obsoleto e o foco no controle do cérebro. Em “Videodrome” podemos ver corpos opacos, melancólicos, esvaziados de vontade – apatia típica dos anos 80. Com a criação do vídeo, havia uma crise do cinema e do espectador cinematográfico, o que gerou novas demandas perceptivas e sensoriais.
A noção de hipnose está bem presente, há de se focar um ponto luminoso que irá trabalhar com a emoção, a atenção, a memória ou a imaginação. Os personagens se tornam vídeos. O corpo como uma mercadoria. Redução do cidadão à espectador.
As alucinações costuram o enredo, levantando questões sobre o que seria a realidade se não a nossa percepção, o próprio filme poderia ser inteiramente uma alucinação do Max, pois vemos ele perder o controle o tempo todo, quando se perde a noção de realidade.
O Tadeu ainda apontou como Cronenberg era adepto da filosofia do desaparecimento, quando ele tematiza o desaparecimento do corpo, e do que nos torna humanos. Não há espaço para o existencialismo. Falência do tempo de reflexão sobre o que vemos. E na sua visão apocalíptica, ele mostra-se desacreditado do homem, apostando na tecnologia.
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