"(...)Também ele, montado no cavalo, com o ar apreensivo de quem pode errar, estava atentamente procurando copiar para a realidade o ser que ele era, e nesse parto estava se fazendo a sua vida. E a coisa se fez de um modo tão impossível – que na impossibilidade estava a dura garra da beleza. São momentos que não se narram, acontecem entre trens que passam ou no ar que desperta nosso rosto e nos dá o nosso final tamanho, e então por um instante somos a quarta dimensão do que existe, são momentos que não contam. (...) Queria tanto ser bom que de novo sentiu uma espécie de impotência.”
"(...) Mas Ermelinda bem sabia que ainda era cedo para deixar de mentir e deixar de encantá-lo. Sabia que era cedo para se mostrar a ele, e que poderia afugentá-lo se fosse verdadeira, as pessoas tinham tanto medo da verdade dos outros. Só por meios indiretos conseguiria. A idéia de que, se não o divertisse, ela o afugentaria, apavorava-a: logo agora que já ganhara tanto terreno a ponto de conseguir que ele a ouvisse, mesmo que não a olhasse!(...) Ocorreu-lhe que, ao falar com ele, poderia sem querer deixar escapar o que ela era, e o homem então perceberia quanto ela precisava dele, e por isso não a quereria mais, como acontece com as pessoas. (...) Era um labor de infinita cautela, onde um passo a mais e o homem jamais a amaria, onde um passo a mais e ela mesma talvez deixasse de amá-lo: ela protegia ambos contra o erro. E às vezes mais parecia proteger ambos contra a verdade.”
LISPECTOR, Clarice. A maçã no escuro. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1978 (5ª. edição).
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“As qualidades que atraem, de preferência, os bons Espíritos são: a bondade, a benevolência, a simplicidade do coração, o amor ao próximo, o desprendimento das coisas materiais. Os defeitos que os afastam, são: o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade e todas as paixões pelas quais o homem se prende à matéria.”
KARDEC, Allan. Livro dos médiuns. A influência moral do médium. Boa Nova Editora, 2004.
"(...) Mas Ermelinda bem sabia que ainda era cedo para deixar de mentir e deixar de encantá-lo. Sabia que era cedo para se mostrar a ele, e que poderia afugentá-lo se fosse verdadeira, as pessoas tinham tanto medo da verdade dos outros. Só por meios indiretos conseguiria. A idéia de que, se não o divertisse, ela o afugentaria, apavorava-a: logo agora que já ganhara tanto terreno a ponto de conseguir que ele a ouvisse, mesmo que não a olhasse!(...) Ocorreu-lhe que, ao falar com ele, poderia sem querer deixar escapar o que ela era, e o homem então perceberia quanto ela precisava dele, e por isso não a quereria mais, como acontece com as pessoas. (...) Era um labor de infinita cautela, onde um passo a mais e o homem jamais a amaria, onde um passo a mais e ela mesma talvez deixasse de amá-lo: ela protegia ambos contra o erro. E às vezes mais parecia proteger ambos contra a verdade.”
LISPECTOR, Clarice. A maçã no escuro. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1978 (5ª. edição).
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“As qualidades que atraem, de preferência, os bons Espíritos são: a bondade, a benevolência, a simplicidade do coração, o amor ao próximo, o desprendimento das coisas materiais. Os defeitos que os afastam, são: o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade e todas as paixões pelas quais o homem se prende à matéria.”
KARDEC, Allan. Livro dos médiuns. A influência moral do médium. Boa Nova Editora, 2004.
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