A idade intensifica os defeitos da pessoa; e isso significa que quem tem paciência, deve tentar potencializá-la para lidar com aqueles que já eram difíceis de lidar.
O meu pai nunca foi uma pessoa sociável, sempre teve dificuldade de entender que cada um tem o seu tempo e sempre foi grosso com as pessoas, assim até parece a discrição do House, e não poderia ser diferente que é difícil aturá-lo.
Engraçado que podemos analisar a sua vida como um gráfico que sobe e desce, com seus altos e baixos. Quando novo, ele era um amor, como testemunha minha mãe. Quando criança, nós sofremos um pouco nas mãos dele, porque ele nunca tinha paciência para nos ajudar com o dever e eu constantemente terminava chorando. Um pouco depois da Débora nascer, parece que deu uma suavizada de novo, e eu lembro surpresa do dia que o computador dele fritou por falta de comunicação nossa, e ele não teve um ataque histérico, como esperaríamos que ele tivesse. E agora, parece que vem descendo uma estrada do estresse.
É muito difícil de admitir que ele é o foco do estresse da casa, minha mãe tem sua cota, mas ele tem conseguido transformar qualquer conversa em gritaria. Ele não consegue conversar sem se irritar e acaba nos irritando também.
No fim de semana passado, ele teve um ataque porque mudamos a receita do nosso lanche – waffle – e a massa acabou tendo uma consistência diferente, dificultando o seu espalhamento na chapa. Ele começou a gritar que ninguém tinha avisado a ele, que aquilo era uma porcaria. Eu tentei me manter calma, não era culpa de ninguém, não sabíamos que a consistência ficaria diferente. E ele simplesmente surtou! Disse que não ia fazer nada. Eu assumi e fiz o melhor que pude; realmente a massa não rendeu muito, mas no final tudo deu certo. Bom, em termos, porque ele deu aquele chilique sei lá o por quê. Uma coisa pequena e idiota, que ele transformou num fim do mundo.
E hoje, a tadinha da Débora, que foi a vítima do seu ataque. Ela se comportava super bem, até que derrubou seu copo, quando foi me passar o refrigerante. Espirrou na cadeira nova que tinha sido impermeabiliza, e que acabamos descobrindo não ser eficiente. Ele fazia o churrasco e quando viu que limpávamos a sujeira, ele surtou de novo. Só que foi uma reação totalmente desproporcional! Ele gritava com a Débora perguntando porque ela tinha feito aquilo, quando sabíamos todos que tinha sido um acidente, e é claro que ela não fez de propósito. Aterrorizou a criança de uma forma que eu fiquei com muita dó dela. E enquanto terminávamos de secar a sujeira, ele nos mandava parar, sentar e continuar a comer. O coerente a se fazer nessa situação é limpar para depois voltarmos aos nossos lugares, mas ele mandava aos berros. Minha mãe não engoliu e disse que ele não podia dar ordens a ela e eu concordei. Ele largou as coisas, furioso, disse que a carne ia queimar e desceu. Gente, vê se pode um adulto com a formação e educação como a dele dar um showzinho infantil desses?! Ele está pirando, só pode!
Eu e Nat fomos tentar salvar o resto da carne; ali a pouco ele voltou, e sentou para comer. Ainda gritando com a pobre criança, dizendo que era culpa dela, que ela tinha estragado a refeição e nosso momento. Eu não agüentei, eu já tinha dito que não era justo ele atacar ela assim porque ela não sabe se defender, se fosse com uma de nós duas, ele ia ouvir poucas e boas. E a discussão recomeçou, a Nat quis ignorar o comportamento dele, mas aquilo era inconcebível na minha cabeça!
Perguntei se ele percebia o exagero que era aquilo tudo, se ele entendia que aquela atitude estava descomedida. Ele se defendeu dizendo que estava estressado com a situação e eu falei para ele parar e respirar, assim que se faz para a raiva passar, mas é claro que ele se irritou mais ainda. Ele não entende que a melhor forma de encarar as coisas é relevar. Sim, foi uma pena ter molhado a cadeira, mas parecia que ele descontava outras frustrações obscuras para nós, na criança. Nat me convenceu a deixar ele esfriar a cabeça, que ninguém consegue pensar com raiva. Dali a pouco ele já tinha baixado o tom e estava falando sobre o que provavelmente disparou sua fúria, que foi descobrir que a chaminé da nova churrasqueira não tinha sido bem construída. E ele agia como se nada tivesse acontecido.
Ufa, foi uma tarde estressante realmente. Espero que ele se acalme.
O meu pai nunca foi uma pessoa sociável, sempre teve dificuldade de entender que cada um tem o seu tempo e sempre foi grosso com as pessoas, assim até parece a discrição do House, e não poderia ser diferente que é difícil aturá-lo.
Engraçado que podemos analisar a sua vida como um gráfico que sobe e desce, com seus altos e baixos. Quando novo, ele era um amor, como testemunha minha mãe. Quando criança, nós sofremos um pouco nas mãos dele, porque ele nunca tinha paciência para nos ajudar com o dever e eu constantemente terminava chorando. Um pouco depois da Débora nascer, parece que deu uma suavizada de novo, e eu lembro surpresa do dia que o computador dele fritou por falta de comunicação nossa, e ele não teve um ataque histérico, como esperaríamos que ele tivesse. E agora, parece que vem descendo uma estrada do estresse.
É muito difícil de admitir que ele é o foco do estresse da casa, minha mãe tem sua cota, mas ele tem conseguido transformar qualquer conversa em gritaria. Ele não consegue conversar sem se irritar e acaba nos irritando também.
No fim de semana passado, ele teve um ataque porque mudamos a receita do nosso lanche – waffle – e a massa acabou tendo uma consistência diferente, dificultando o seu espalhamento na chapa. Ele começou a gritar que ninguém tinha avisado a ele, que aquilo era uma porcaria. Eu tentei me manter calma, não era culpa de ninguém, não sabíamos que a consistência ficaria diferente. E ele simplesmente surtou! Disse que não ia fazer nada. Eu assumi e fiz o melhor que pude; realmente a massa não rendeu muito, mas no final tudo deu certo. Bom, em termos, porque ele deu aquele chilique sei lá o por quê. Uma coisa pequena e idiota, que ele transformou num fim do mundo.
E hoje, a tadinha da Débora, que foi a vítima do seu ataque. Ela se comportava super bem, até que derrubou seu copo, quando foi me passar o refrigerante. Espirrou na cadeira nova que tinha sido impermeabiliza, e que acabamos descobrindo não ser eficiente. Ele fazia o churrasco e quando viu que limpávamos a sujeira, ele surtou de novo. Só que foi uma reação totalmente desproporcional! Ele gritava com a Débora perguntando porque ela tinha feito aquilo, quando sabíamos todos que tinha sido um acidente, e é claro que ela não fez de propósito. Aterrorizou a criança de uma forma que eu fiquei com muita dó dela. E enquanto terminávamos de secar a sujeira, ele nos mandava parar, sentar e continuar a comer. O coerente a se fazer nessa situação é limpar para depois voltarmos aos nossos lugares, mas ele mandava aos berros. Minha mãe não engoliu e disse que ele não podia dar ordens a ela e eu concordei. Ele largou as coisas, furioso, disse que a carne ia queimar e desceu. Gente, vê se pode um adulto com a formação e educação como a dele dar um showzinho infantil desses?! Ele está pirando, só pode!
Eu e Nat fomos tentar salvar o resto da carne; ali a pouco ele voltou, e sentou para comer. Ainda gritando com a pobre criança, dizendo que era culpa dela, que ela tinha estragado a refeição e nosso momento. Eu não agüentei, eu já tinha dito que não era justo ele atacar ela assim porque ela não sabe se defender, se fosse com uma de nós duas, ele ia ouvir poucas e boas. E a discussão recomeçou, a Nat quis ignorar o comportamento dele, mas aquilo era inconcebível na minha cabeça!
Perguntei se ele percebia o exagero que era aquilo tudo, se ele entendia que aquela atitude estava descomedida. Ele se defendeu dizendo que estava estressado com a situação e eu falei para ele parar e respirar, assim que se faz para a raiva passar, mas é claro que ele se irritou mais ainda. Ele não entende que a melhor forma de encarar as coisas é relevar. Sim, foi uma pena ter molhado a cadeira, mas parecia que ele descontava outras frustrações obscuras para nós, na criança. Nat me convenceu a deixar ele esfriar a cabeça, que ninguém consegue pensar com raiva. Dali a pouco ele já tinha baixado o tom e estava falando sobre o que provavelmente disparou sua fúria, que foi descobrir que a chaminé da nova churrasqueira não tinha sido bem construída. E ele agia como se nada tivesse acontecido.
Ufa, foi uma tarde estressante realmente. Espero que ele se acalme.
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