Crianças sorridentes, aos montes, do outro lado da calçada. Quase
todos desnudos, pobreza?
Da esquina, estranho.
Ouço um movimento, e vejo o mesmo quadro do lado de cá da calçada.
Arrastão. Como um fantasma, passeei pelas crianças, carentes? Medo.
Um corpo ao chão, um
cachorro que se coça, dores pelo corpo, apatia do medo.
“Eles merecem morrer”,
os ouvidos ouviram ao passar. Por que presenciei tal ato de
violência? Eu, protegida que fui, vi. Calei. Não desejei as suas
mortes. Perdoa-os, porque não sabem o que fazem. Temo pelos meus,
temo por essas ovelhas desgarradas. Desconhecedoras das leis,
crianças sem pai ou mãe.
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