Eu estou um pouco sem jeito, sem
saber bem como era que eu me expressava aqui. Depois de anos expressando-me
diariamente virou parte de mim. Agora empaco. Ultimamente tem sido muito
difícil parar e ler um livro, a concentração é pouca e a inspiração fugidia quando
inexistente.
Quero dar um gás e terminar um
livro curto que ganhei de aniversário: “O inferno somos nós – Do ódio à cultura
de paz”, diálogo entre o Leandro Karnal e a Monja Coen.
“(...) Não me lembro de todos os
detalhes, mas há uma história antiga e muito bonita de um homem que tinha uma
vaquinha. Um dia, ele adormece e alguém lhe rouba a vaquinha. Anos depois, o
ladrão volta e o homem está riquíssimo. ‘Como isso aconteceu? Eu roubei a sua
vaca!’ ‘Pois é. Quando saí da minha área de conforto, comecei a plantar. E
plantar deu certo e fiquei muito rico com isso’. Ou seja, aquilo que
aparentemente é errado pode ser benéfico em outro momento. Nós não vamos ser os
julgadores e construtores de uma cultura de paz dizendo: ‘O limite está aqui.
Se não estiver dentro dele, é violência e não paz’. (...) Abrir mão dos
próprios valores é alcançar um valor maior”. (pág.94)
Esse trecho ressoou comigo em
alguns aspectos, primeiro de forma pessoal, por momentos que passo agora, em
que preciso mudar certos valores e medos cristalizados em mim para continuar em
um caminho que vislumbro para o futuro. Explico melhor: a vaquinha está para
ser retirada.
Outro aspecto que relacionei foi o momento que vivemos em nosso país, em que inúmeras pessoas estão sendo forçadas a sair de sua zona de conforto, aquela liberdade linda e um pouco ilusória que vivíamos. Como um colega colocou, talvez a gente precise passar por isso para alcançar uma consciência melhor de coletivo e das coisas. Eu concordo com ele, muitas movimentações estão ocorrendo diante do desconhecido e da possibilidade de retrocesso. Se o Brasil não virar uma ditadura institucionalizada, essas pessoas que estão juntas na mudança e no crescimento inclusivo e respeitoso terão algum espaço para fazer brilhar suas luzes! Sou uma otimista. Tenho aprendido que o ódio e o medo não servem de nada bom, quando você se propõe a participar da mudança.
A energia de paz deve estar sempre
presente, mesmo diante das provocações mais absurdas. Assim, você se protege e
protege o seu redor. Sejamos a luz na escuridão.
Sobre alcançar um valor maior,
acima dos nossos valores: que proposição poderosa! Se estamos em constante
evolução como pessoas, precisamos esvaziar o nosso copo para que novas ideias e
conceitos possam florescer! Enxergar para além de si me emociona e me faz
forte, somos muitos querendo um caminho em que todos possam se dar as mãos e
caminhar juntos. Apenas estamos espalhados, como diria Armandinho.
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