A porrada foi forte.
O corpo inerte, visivelmente tenso. A respiração irregular, cada inspiração
doía como uma facada. Se antes, nada sabia do que sentia, agora, então, mais
perdida e confusa, debatia-se. Por que me atormenta? Oh, vida! Sangue e
lágrimas banhando a ferida aberta e pulsante. Quanto tempo será até qualquer
coisa fazer sentido? Tento estancar o sangue que jorra que mancha tudo que
toca.
.
.
Tento reagrupar meus
pedaços espalhados pelo chão, não sei mais o quê vai com o quê. Para
sobreviver, meu coração endureceu ou eu teria morrido ali mesmo no confronto,
na batalha comigo mesma. Se por um lado, a reconstituição parece fácil, por
outro, é ilusão. Nada tão enraizado, tão necessário para se manter de pé, tão
profundo...pode ser fácil de resolver.
.
.
Tempo, o
imprescindível. Espaço, o necessário. É preciso afasta-se para enxergar o todo,
de perto, nada está certo. Não adianta afogar as incertezas, elas irão voltar.
De longe, talvez elas murchem, talvez façam qualquer sentido. A esperança é de
que o calor e a paciência amoleçam, novamente, o que era amor imperfeito.
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